terça-feira, agosto 29, 2006

Meter política no futebol dá sempre borrada - Acesa discussão entre os dirigentes do CAF e do FCF Felgueiras

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A Rosa

Festa do Avante - campanha pela Segurança Social

(clique em)

O PCP vai lançar na Festa do Avante!, que começa sexta-feira, uma campanha em defesa do sistema de segurança social e contra "os cortes" nas pensões de reforma.

"Será uma campanha centrada na afirmação da segurança social e contra o corte brutal nas pensões de reformas. É uma situação em que podemos passar de 80% para 57 % em relação aos salários", afirmou o secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa.

O líder comunista, defendeu, citado pela Lusa, que "o direito à segurança social está previsto na Constituição" e não pode ser posto em causa "tendo em conta também os baixos salários".

Na campanha, que terminará em meados de Outubro, o PCP apresentará propostas para diversificar as fontes de financiamento da segurança social e para o combate à fraude e evasão fiscais. Estão previstos 7 comícios em vários locais, a começar em Évora, dia 9 de Setembro e a terminar em Lisboa, a 17.

Beatles: último concerto foi há 40 anos

Cultura


A última apresentação ao vivo de um dos mais emblemáticos grupos musicais de sempre aconteceu no dia 29 de Agosto de 1966, nos Estados Unidos.

Lixa festeja Nossa Senhora das Vitórias

Local
Miguel e André na Senhora das Vitórias
Foto "Expresso de Felgueiras"
Vão realizar-se, entre as próximas quinta e segunda-feira, na Lixa (Felgueiras), as tradicionais festas em honra de Nossa Senhora das Vitórias. Serão cinco dias em que os arraiais nocturnos prometem muita animação.

Nos dois primeiros dias vão actuar diversos grupos de bombos, haverá sessões de fogo-de-artifício e largadas de vacas de fogo. No sábado, logo pela manhã, dar-se-á lugar à feira das uvas, cebolas, melões, melancias e doces regionais, no Largo da Feira. Pelas 16 horas, a Confraria do Vinho de Felgueiras promoverá uma cerimónia de entronização na capela de Santo António. Para essa noite, está previsto realizar-se um festival de folclore e uma marcha luminosa, seguida de mais fogo-de-artifício.

Para domingo, prevê-se a actuação das bandas de música de Felgueiras e da Lixa, seguida de um concerto denominado Império Show e de um festival piromusical. A procissão em honra de Nossa Senhora das Vitórias será às 17.30 horas. No dia do encerramento, pela manhã, realizar-se- -á uma feira de produtos hortícolas. À noite, o duo musical Miguel e André encerrará o evento deste ano.

segunda-feira, agosto 28, 2006

Duo armado atacou carrinha de valores à porta do Modelo

Foto JN

D ois indivíduos armados assaltaram, ao início da tarde de ontem, os seguranças de uma carrinha de valores estacionada em frente ao hipermercado Modelo, em Felgueiras. A dupla apoderou-se de alguns sacos com dinheiro, num montante que não foi divulgado, e encetou a fuga num carro que foi descrito como tendo matrícula francesa. As testemunhas garantem que foi um ataque "relâmpago" e de grande astúcia.

Faltavam poucos minutos para as 13 horas. Os seguranças da empresa Securitas pararam a viatura junto a uma das entradas e um deles entrou na superfície comercial para proceder à recolha de dinheiro. Quando voltava, já com os sacos na mão, deparou-se com a dupla.

"Os assaltantes já deviam estar à espera, no parque de estacionamento. Mal o segurança saiu do Modelo, eles atravessaram o automóvel à frente da carrinha de valores e ameaçaram-nos com caçadeiras (tipo "shotgun"). Roubaram alguns sacos e atiraram-nos para os bancos de trás do carro em que se faziam transportar", contou, ao JN, uma testemunha do assalto.

"Nem um minuto"

Os dois ladrões estavam encapuzados, mas aparentariam ter entre 20 e 30 anos. A viatura em que consumaram a fuga foi descrita como sendo um Seat Leon com matrícula francesa, admitindo-se que a viatura tenha sido furtada.

Certo é que os assaltantes foram rápidos e não deixaram qualquer rasto. "Aquilo demorou um minuto, nem tanto", afirmou a mesma testemunha, recordando que um dos seguranças ficou em estado de choque. "Foi tudo num espaço de segundos. Sacaram o dinheiro e fugiram", acrescentou a funcionária de um estabelecimento das imediações.

A GNR de Felgueiras registou a ocorrência e encaminhou o caso para a PJ do Porto

sábado, agosto 26, 2006

Opinião

Opinião
por José Carlos Pereira

O "presidencialismo" nas Câmaras Municipais


A propósito da demissão de Carlos Sousa da presidência da Câmara de Setúbal, comungo da opinião de Vital Moreira, que considera que deverá haver uma ligação dos eleitos locais aos partidos que representam (pelo menos, nas grandes questões de fundo). Não compreendo o sentido da opinião de Marcelo Rebelo de Sousa, que, no “Expresso” de hoje, advoga “uma reforma profunda do sistema político e eleitoral e, consequentemente, uma via “presidencialista nas eleições para as autarquias”.


Na minha opinião, não devemos querer para as autarquias o que não queremos para a Assembleia da República e para o Governo, em cujos cargos não é bem vista a “desobediência” partidária dos deputados e dos ministros, respectivamente. Lembram-se do caso do antigo deputado do PSD Carlos Macedo, que entrou em ruptura com o primeiro Governo de maioria de Cavaco Silva? Por outro lado, os eleitores não votam na figura do Primeiro-Ministro nem na do presidente da Assembleia da República…


O facto de a figura do presidente da Câmara ter que ser, obrigatoriamente, o cabeça da lista do partido mais votado, ao invés do que acontece para as Assembleias Municipais, já é uma “via presidencialista” dos Executivos municipais. Aliás, os autarcas que não se revejam nos partidos que os elegeram têm a possibilidade de concorrem em listas independentes, como aconteceu, recentemente, em Felgueiras, Gondomar, Oeiras e em Amarante.

Resumindo, promover a exclusiva personificação dos Executivos camarários numa só pessoa é contribuir para o aparecimento de caudilhismos autárquicos.

sexta-feira, agosto 25, 2006

Homenagem ao Mestre Firmino da Costa Leite

Foto de JCP com direitos reservados

A Câmara Municipal vai homenagear, amanhã, pelas 15,30 horas, e a título póstumo, através de uma exposição na Biblioteca Municipal, um inventor felgueirense, falecido há um ano e meio, que, se fosse vivo, completaria 98 anos.

Trata-se de Firmino da Costa Leite, que era nosso amigo pessoal. Tendo emigrado para o Brasil aos 14 anos, regressou a Felgueiras dez anos mais tarde. Durante esse tempo, no outro lado do Atlântico, foi adquirindo conhecimentos e experiência no ramo da metalomecânica, em escolas técnicas e em grandes empresas, numa altura em que Portugal vivia o período conturbado da I República e em que o sector da metalomecânica se encontrava numa fase rudimentar. Nunca se tendo licenciado em Engenharia, a Firmino da Costa Leite era-lhe reconhecida grande capacidade técnica e até para inovar. Regressado a Felgueiras, ingressou na mítica Metalúrgica da Longra, onde Firmino viria a inventar a primeira mesa cirúrgica do país. Nos últimos vinte anos da sua vida, Firmino dedicava o seu tempo à feitura de trabalhos manuais e pinturas. Algumas delas poderão ser vistas na exposição, a par dos recortes de jornais que referem a sua vida de autodidacta.
"A Gazeta de Felgueiras", em 1993, e o "Jornal de Notícias", em 2004, dedicaram-lhe grande espaço sobre a vida e a obra deste verdadeiro mestre.

Editorial

A falta de confiança política
e o embate inevitável

Foto DN
"Enquanto Fátima Felgueiras é uma figura
do palco político, Horácio Reis é um homem dos bastidores,
terreno onde se sente melhor, como peixe na água"


Dois editais da Câmara Municipal, assinados pela sua presidente, Fátima Felgueiras, sobre os poderes da autarca delegados na sua ausência, em dois períodos de férias, colocados no lugar de estilo dos Paços do Concelho, não mentem: no edital referente ao período de férias de Fátima Felgueiras, que culminou com as de João Garção, a presidente delegou a Horácio Reis apenas a faculdade de reencaminhar a correspondência, recusando-se autorizá-lo dos demais poderes, imprescindíveis para o bom e regular funcionamento do Município; no segundo edital, referente ao segundo período de férias da presidente, que desta vez culmina com as de Horácio, a autarca, numa clara atitude de dualidade de critérios, delega todos os poderes em João Garção, vice-presidente.


Poder-se-á alegar que tal episódio não é um facto político, mas o certo é que não deixa de ser revelador de que Fátima Felgueiras jamais confia em Horácio Reis. Apesar de este ter figurado em terceiro lugar na lista do movimento “Sempre Presente” à Câmara Municipal nas últimas autárquicas, ninguém pode negar que Horácio foi o grande impulsionador e obreiro para que tal movimento fosse criado, desde a primeira hora. Antes e durante a campanha eleitoral, desdobrou-se na propaganda política, mormente nos bastidores, que é o terreno onde se sente melhor, como peixe na água. Usando uma figura de estilo, podemos dizer que Horácio foi quem foi buscar Fátima Felgueiras ao Brasil. Ganhas as eleições, é ele que se tem revelado como o mais incansável elemento da maioria, para sucesso das iniciativas, das quais Fátima Felgueiras é quem retira todos os louros.

Enquanto Fátima Felgueiras é uma figura política de palco, Horácio é uma figura dos bastidores, mas o certo – isso é inegável – que o n.º 3 do Executivo aspira, um dia, ascender à presidência da autarquia. Não tendo vingado como candidato do PS, depois de toda a novela gerada em torno do núcleo do partido na Lixa (que tentou implementar para servir de trampolim com esse objectivo, mas que nunca foi legalizado pela Distrital), Horácio não queria sujeitar-se a ser um eventual n.º 2 ou n.º 3 de José Campos, também por uma questão de orgulho, e lançou-se na criação do movimento independente no sentido de chegar à autarquia, para, um dia, chegar a presidente, mesmo sabendo que, para isso, terá que vencer, um a um, todos obstáculos de tamanha maratona.


Mário Soares costuma dizer que a política em Democracia é feita de contrastes. E a prova disso é que Fátima Felgueiras beneficiou da existência desses contrastes, no caso, das contingências verificadas no seio do PS local e nacional entre Maio de 2003 e Outubro de 2005. Caso contrário, hoje a presidência da Câmara estaria nas mãos de José Campos (PS) ou de Caldas Afonso (PSD).
Fátima Felgueiras sabe muito bem da ambição de Horácio Reis, que não vai querer ser toda a vida um político de bastidores. E é por isso que o teme, não lhe dando o mínimo de confiança política. E foi por isso também que o não escolheu para n.º 2 da lista. Mesmo numa eventual retirada da cena política, mercê dos problemas judiciais que sobre si impendem, Fátima Felgueiras jamais irá trabalhar para que o seu actual n.º 3 a suceda. A actual presidente da Câmara não gosta de políticos de ruptura e, muito menos, de quem se movimenta bem nos bastidores, como Horácio, mas de políticos de continuidade e de feitio reservado. É certo que, para o ir tendo ao seu lado sem problemas imediatos, acena-lhe, dando-lhe a perceber, que não se irá recandidatar ao cargo em 2009. O líder da Oposição, Caldas Afonso (PSD), caiu no engodo, ao ponto de ter dito isso, recentemente, em entrevista ao “Expresso de Felgueiras”, mas Horácio, com mais argúcia, não acredita nessa farsa palaciana! Daí que é de prever que a meio do mandato as fricções políticas entre Fátima Felgueiras e Horácio Reis comecem a surgir, porque, como é óbvio, não podem haver duas pessoas a encabeçar a mesma lista eleitoral.


Fátima Felgueiras tudo irá fazer para sobreviver judicial e politicamente – isso é da natureza humana. A autarca tudo fará para que Horácio não sobreviva politicamente para o mandato seguinte. Por outro lado, o regresso do vereador ao PS afigura-se improvável, dado ter sido expulso do partido, por ter ingressado na lista do movimento “Sempre Presente”. Mesmo assim, num eventual embate eleitoral entre ambos no futuro, Horácio perde, não só pelo facto de Fátima Felgueiras ser mais carismática. Enquanto esta dá luta aos seus adversários políticos, Horácio, sendo muito bom nos bastidores, jamais teria coragem para subir a um palco para tão destemida atitude.

Bombeiros da Lixa recebem donativo de associação de emigrantes de França

Local
por José Carlos Lopes
Num gesto de grande generosidade, que merece ser digno de registo, o Vice-Presidente do Centro Pastorale de Argenteuil, de França, Sr. Eduardo Fonseca, deslocou-se aos Bombeiros da Lixa fazendo entrega ao Comandante de um cheque no valor de 1.500 €, destinado à aquisição de equipamento de protecção individual para o Corpo de Bombeiros, e que este fez chegar à Direcção da Associação.
A verba em referência, resulta de um conjunto de actividades levadas a cabo por aquela Associação Pastoral, dirigida por Portugueses, e que, tendo chegado ao final do ano com saldo positivo, decidiram distribuir o mesmo por Instituições Humanitárias e de solidariedade do seu país de origem, tendo o caso presente sido escolhidos os Bombeiros Voluntários da Lixa.

O Sr. Eduardo Fonseca, Vice-Presidente do referido Centro Pastoral, não sendo natural da Lixa, é casado com uma Sr.ª Lixense, tendo sido esse facto e o grande respeito que nutre pelos trabalhos dos Bombeiros da Lixa, o motivo desta sua decisão e selecção.

Os responsáveis da Corporação, para além da surpresa ficaram extremamente sensibilizados com o gesto daquela Associação distante, formada por emigrantes de longe que não esquecem a Pátria e a sua região de origem, ficando na esperança de que gestos semelhantes se sigam.

Um bom exemplo de reconhecimento vindo de longe, e de gente desconhecida, que bem podia ser seguido por muitos outros, muito próximos, mas que só se lembram dos Bombeiros quando o azar lhes bate à porta.
Que bom seria que a atitude do Centro Pastorale de Argenteuil, arredores de Paris, tivesse continuadores.

quinta-feira, agosto 24, 2006

Comentário da JS Felgueiras

Recebemos do líder da JS de Felgueiras,´Filipe Carvalho, a seguinte reacção em relação a uma referência feito num blogue de Felgueiras a propósito da atribuição do diploma de "Militante Honorário" a David Queirós:
É incrível como algumas pessoas se dão ao trabalho de ler os estatutos da JS para criticarem algo. Mas, ao fazê-lo, é de lamentar mais ainda que não nos tenha pedido o regulamento interno da JS Felgueiras. Assim poderiam falar com total conhecimento. Se por um lado é verdade que só os órgãos nacionais da JS podem tornar um membro militante honorário da mesma, por outro lado, está contemplado nos nossos estatutos internos (fica agora a saber), que podemos atribuir esse título em termos concelhios, desde que não seja vinculado à Juventude Socialista Nacional. Portanto, afinal, é mesmo membro honorário da JS Felgueiras como sempre dissemos que era. Questionam se para se ser militante honorário não é preciso ser militante. Pois bem, na nossa humilde opinião não, não é preciso. Desde que se tenham distinguido pela positiva, não é o facto de ser ou não ser militante que vai limitar o acto de elogiar e honrar essas pessoas. Mesmo que fosse, quem disse ao Sr. Sérgio Martins que essa decisão não foi tomada quando o camarada David Queirós ainda era militante da JS? Novamente, dizemos para primeiro fazer algum trabalho de casa e só depois criticar.

Irrisório e desprezível é o facto de se atribuir este nosso gesto como um desafio à actual CP do PS. Esta nomeação apenas teve por parte dos membros da JS a mais sentida homenagem ao trabalho desenvolvido pelo camarada David Queirós. Quem ousa tentar desvirtuar este merecido reconhecimento denota total desconhecimento dos ideais socialistas, mas principalmente, da amizade, camaradagem e honestidade que existe no seio da JS Felgueiras. Isso sim, é uma afronta que jamais admitiremos. Esta nossa capacidade de sermos humanos diferencia-nos de outros.

Vasco Carvalho - morte de um grande senhor

Vasco Carvalho


Aos 97 anos, faleceu ontem, 23/8/06, Vasco de Carvalho, antigo Secretário Geral do PCP, grande personalidade do movimento comunista e do movimento cooperativo. Nos anos 40, numa situação de graves dificuldades políticas e de enorme vulnerabilidade aos golpes da polícia, Vasco de Carvalho assume a liderança do PCP, para ser mais tarde afastado durante a reaorganização dos anos 40. Um processo de grandes enfrentamentos, de desconfianças e mesmo de prováveis provocações policiais, levou a seu afastamento das responsabilidades partidárias, mas manteve-se fiel à ideia comunista, pugnou pela sua renovação e dedicou-se ao movimento cooperativo, onde foi uma das mais influentes figuras ao longo do século XX.
in Renovação Comunista
Texto de Paulo Fidalgo aquando da
Homenagem a Vasco de Carvalho
pelo Museu da Resistência e da República
Foi com emoção que a sucessão de oradores desfilou nos elogios ao camarada Vasco de Carvalho durante a singela homenagem promovida, em 25/06/05, no Museu da Resistência e da República.


A tragédia de Vasco de Carvalho enquanto obreiro comunista de uma sociedade nova evoca, tal qual Bukharine o grande bolchevique, um dia disse, à beira do seu fuzilamento a mando de Estaline, que “a bandeira rubra que transportais leva nela gotas do meu sangue”. Neste caso, a construção comunista em Portugal transporta também um imenso rol de sofrimentos e dramas onde não pontificam só os golpes do adversário de classe. Pontificam igualmente os choques e contradições entre agentes concretos da história, convencidos com as certezas que a arrogância e o sectarismo tantas vezes conferem. Convencidos portanto que um projecto impreciso e cheio de contingências como é a invenção do futuro, teria afinal um formato acabado e definitivo onde não caberiam dúvidas nem soluções diferenciadas. Tal era a aragem de realismo que vinha do «socialismo estatal» da URSS de Estaline.


Pacheco Pereira, um conservador sem qualquer indulgência para com as ideias comunistas, mas com um saber autorizado sobre história do movimento operário, disse na sessão de homenagem que estava pesadamente crivado de tensões o contexto da crise que levou à reorganização dos anos 40. E levou à defenestração da direcção, onde Vasco de Carvalho era o primeiro responsável, de resto com toda a legitimidade formal vigente nos procedimentos electivos do PCP.


Estava marcado pelo controlo estrito da Internacional do qual o PCP era uma secção, pelas purgas na URSS, o ascenso do fascismo no mundo e foi, especialmente, marcado pela conduta da URSS no pacto germano-soviético, vertido depois para a táctica da Internacional com a sua posição, no mínimo, de equidistância entre Hitler e as democracias burguesas.


A viragem tacticista – no sentido em que abdica de uma ligação estreita a objectivos transformadores por troca com vantagens de conjuntura - de Estaline, rompeu abruptamente com toda a condução do VII Congresso da Internacional onde tinha sido lançada com enorme sucesso a linha das frentes antifascistas. A ruptura percebida como golpe na construção de uma política unitária de resistência e combate ao fascismo mergulhou os comunistas em todo o mundo numa profunda crise e, nos confrontos da reorganização dos anos 40, pesou certamente esta confrontação na arrumação dos grupos.


Foi notório – e não há razão para pensar que a história escrita por Pacheco Pereira neste domínio seja para duvidar - por outro lado, o peso das denúncias de ilícito político e de infiltração policial com que o grupo vencedor conduziu a sua argumentação contra a direcção legítima de Vasco de Carvalho. Tal como em tempos bem recentes, a discussão nos anos 40 do século XX, substituiu o confronto de teses políticas pelos choques pessoais e pelo levantamento de suspeições de traição ou de provocação do «inimigo de classe» e da polícia.


A acusação pelo grupo vencedor da reorganização de 40 aos camaradas da direcção Vasco de Carvalho, de serem provocadores infiltrados pela polícia política, é uma das páginas mais negras da luta política em Portugal. Assim como a sua expulsão do PCP.

Por isso, a homenagem reabilitadora agora efectivada é uma muito tímida reparação ao papel heróico de quem, nas mais adversas condições, foi capaz de manter um mínimo de ligação e organização entre os militantes e as organizações clandestinas. Nem o ridículo das acusações prosseguirem aquando da prisão pela PIDE de Vasco de Carvalho e de outros dirigentes, fez a calúnia recuar. E os camaradas que então arrostaram com a mais negra das infâmias, nunca conseguiram alcançar condições mínimas para se defenderem. Só recentemente e de passagem, Álvaro Cunhal assumiu o erro de como foi o chamado «grupelho provocatório de 40» tratado naquela época.

Contribuíram para tão kafkiano ambiente as sucessivas quedas de dirigentes nas mãos da polícia e a própria queda da tipografia do «Avante». Porventura, por graves insuficiências de segurança com que se defrontava o PCP na época. E também, disse-o Pacheco Pereira, por infiltração policial em dois elos concretos bem identificados hoje: o comité local de Lisboa e a estrutura de direcção no exterior.

Na homenagem, para além do enaltecimento da figura heróica de Vasco de Carvalho e dos muitos camaradas caluniados pela agressividade da luta de grupos e pelas contradições do campo comunista, apenas se deu relevo aos episódios e peripécias de tal afrontamento. O único momento de alguma reflexão política apareceu com a evocação dos contextos das vésperas da segunda guerra mundial.

Não dispomos por isso de informação sobre a natureza ideológica e de projecto que eventualmente poderiam explicar as dissensões também. Só podemos por isso especular em torno da natureza mais estrutural que poderia subjazer a tal drama.

Foi por exemplo notório, no desenrolar da homenagem, a ênfase dos oradores no impressionante currículo de cooperativista de Vasco de Carvalho. E da sua amizade e convívio com António Sérgio, por muitos considerado o patrono do cooperativismo português.

Sublinhou-se, de passagem, a ideia de um modo de produção cooperativo como caminho possível para orientar a edificação de uma nova economia. Entre cooperativas, uma expressão que contêm associado um conceito jurídico de propriedade, e modo de produção cooperativo que, independentemente da forma jurídica, contém uma aplicação no controlo pelos produtores associados do produto excedentário originado no processo produtivo há, com certeza, um certo colapso que pode originar ambiguidades. Cooperativas e modo de produção cooperativo não são exactamente a mesma coisa, embora possam de facto sobrepor-se.

Quando falamos do modo de organizar a produção e as relações de produção segundo uma modalidade cooperativa estamos a usar uma expressão sinónima de comunismo ou sistema comunitário. Não estamos necessariamente a fixar a relação jurídica de propriedade que se costuma ligar à ideia de cooperativas. Ora, o que é central ao conceito de cooperativa e por maioria de razão ao modo cooperativo de produção é o controlo laboral (pelos próprios produtores) da riqueza produzida.

Se bem que os ventos de Outubro de 1917 trouxessem a brisa cooperativa na agricultura, percebeu-se muito cedo o deslize progressivo do modo de produção na URSS para um patamar de capitalismo de Estado. Entende-se por capitalismo de Estado aquele modo de produção que é dominado pelas categorias económicas do capital, como acumulação de excedentes e manutenção estrita do assalariamento dissociado do valor dos excedentes, controlados pelo Estado e pelo governo. Os níveis de alienação do trabalho mantêm-se muito elevados, tal como no capitalismo privado, excepto quando vigora uma intensa mobilização ideológica.

O que aconteceu nos anos trinta em diante é que o movimento comunista substituiu progressivamente as ideias de socialismo reapropriador do sobre-produto, desde sempre nucleares em Karl Marx e Lenine, por um conceito de capitalismo de Estado. E nem sequer o colocou no plano de uma etapa forçada num processo de construção multi-etapas. Pura e simplesmente fez do capitalismo de Estado um sinónimo de socialismo.

Durante décadas, como sabemos, o capitalismo de Estado parecia uma resposta eficaz a tarefas inadiáveis de desenvolvimento, de regeneração nacional, e por isso foi esmagadora a sua vitória no campo comunista. Mas a ideia de um socialismo reapropriador continuou a ser empunhado por muitos e no caso presente, ele é central à ideia cooperativa que Vasco de Carvalho abraçou na sua vida. É de admitir que a tensão entre reapropriação e controlo estatal dos excedentes arrancados ao trabalho assalariado nunca tenha sequer sido verbalizada como tendência de pensamento estruturada nos choques da reorganização de 40. Mas pelo percurso de Vasco de Carvalho, e pela hostilidade que o PCP moveu a muito do seu trabalho no movimento cooperativo e, depois do 25 de Abril, na Associação dos Inquilinos, é mais do que notório que entre o comunismo de Vasco de Carvalho e comunismo pensado na Soeiro Pereira Gomes vai uma grande distância.

Assume por isso uma enorme relevância para a causa da renovação do projecto comunista a homenagem a Vasco de Carvalho. Não é apenas, e muito significado teria se apenas o fosse, uma reparação dos prejuízos morais e pessoais que vitimaram o nosso camarada. É muito mais do que isso! É recolocar no centro da agenda comunista a discussão fulcral do projecto, do que queremos fazer, para onde queremos ir e de como imaginamos ser possível edificar um mundo novo.
Paulo Fidalgo
Nota do editor:
Vasco Carvalho, expulso do PCP, em 1940, por suspeitas de "traição", "provocação" e "por ser um infiltrado da PIDE", foi reabilitado em 1997... 57 anos depois!

quarta-feira, agosto 23, 2006

Comunicado da FENAFLORESTA


Federação Nacional das Cooperativas de Produtores Florestais FCRL


ESTRATÉGIA DE PREVENÇÃO

A Direcção da FENAFLORESTA, reuniu ontem, 17 de Agosto, data que se pretende muito importante para o sector florestal, pois foi aprovada em reunião de conselho de ministros a primeira estratégia florestal nacional (ENF) que Portugal pretende implementar. Da Ordem de Trabalhos constava uma primeira análise da estratégia aprovada bem como a sua relação com o flagelo dos incêndios rurais.

Tal como é sobejamente conhecida, a propriedade florestal é na sua esmagadora maioria detida por proprietários individuais, pelo que a nossa estrutura cooperativa nunca poderá demitir-se das responsabilidades inerentes à silvicultura destas áreas, quer seja com o objectivo de diminuir o risco de propagação dos incêndios, e não de ignição como já foi referenciado, quer seja com outros objectivos, sejam eles de cariz económico, ambiental ou social, tal como aparece defendido na estratégia nacional para as florestas.

Os primeiros quinze dias de Agosto vieram minar a confiança que em todos os órgãos de comunicação social se fazia sentir relativamente ao dispositivo de combate constituído para este ano, chegando, com as declarações do Senhor Ministro Dr. António Costa, a pôr-se em causa a coesão e necessária estabilidade entre três ministros deste governo.

Para a produção organizada na FENAFLORESTA, estes não são os verdadeiros cavalos de batalha que a floresta precisa, muito pelo contrário, a floresta nacional, enquanto bandeira do nosso país, deveria contar com o trabalho e empenho de todos os agentes, independentemente de interesses desvinculados da floresta.

As medidas propostas pela FENAFLORESTA, algumas delas abordadas na ENF, baseiam-se na elaboração do cadastro florestal, criação de uma rubrica no IRS para a limpeza de matas, medidas fiscais incentivadoras do proprietário florestal que pratique uma gestão florestal coerente, a implementação de medidas silvo-ambientais de compensação, valorização do trabalho desenvolvidos pelas Cooperativas e outras organizações de proprietários florestais, através de contratos programa, seguros florestais de grupo, entre outras medidas estruturais que deviam ser implementadas e prosseguidas na estratégia nacional para a floresta portuguesa.
Lançamos o desafio ao Estado para que ele seja o primeiro a dar o exemplo, para que simplifique os processos de financiamento e execute no terreno planos de gestão exemplares.

terça-feira, agosto 22, 2006

Líder da JS explica...

Local - Política
Filipe Carvalho, líder da Juventude Socialista (JS) de Felgueiras, explicou ao DIÁRIO DE FELGUEIRAS a importância e o sentido de um diploma a David Queirós, que já não é militante do partido nem da Jota, na sequência dos processos instaurados a dez militantes do PS por terem concorrido nas últimas eleições autárquicas nas listas do movimento Sempre Presente, entre os quais o jovem ex-socialista.
Filipe Carvalho explicou que "aquele diploma – de “Militante Honorário” – não se trata, obviamente, de um título oficialmente atribuído, que, a sê-lo, teria que ser reiterado pelos órgãos superiores da JS. Trata-se, isso sim, de um reconhecimento, à escala local, pelo trabalho do David ao longo dos anos, tendo já sido presidente da JS. Se assim não fosse, esse documento não seria assinado por mim, mas por alguém de Lisboa”.
Filipe Carvalho pede para que não se especule em torno do reconhecimento e gratidão para com o David. É óbvio que já não é militante da Jota, mas tal não impede este gesto. Sou da opinião que devemos ter em conta sentimentos e o factor humano: a sua saída do PS e da JS não vai apagar os muitos anos de amizade e de camaradagem ao serviço do ideal socialista"

Rapto em Friande

Uma jovem de 18 anos apresentou uma queixa-crime no posto da GNR de Lousada contra três indivíduos - entre os quais diz ter reconhecido um seu ex-namorado -, por alegado rapto. A jovem alega que foi levada num automóvel cerca das 16 horas de domingo.
De acordo com o relato que efectuou às autoridades, a jovem terá andado três horas com os raptores antes de desmaiar e acordou numa cama, de mãos atadas a esta, num local que não conhecia. Diz também que ao despertar viu os três homens, entre os quais reconheceu o ex-namorado. Porém, não acusa nenhum deles de violação ou de abuso sexual.
A queixosa refere ainda que só foi abandonada pelos raptores três horas depois, na Vila de Barrosas, - a cerca de 10 quilómetros do local em que, alegadamente, foi raptada. Apanhou boleia até à zona escolar da referida vila, onde, depois de ter comunicado por telemóvel com familiares o patrão a foi buscar.
A Polícia Judiciária investiga o caso

domingo, agosto 20, 2006

Quando os tolos falam...

Quando os tolos falam tanto dizem coisas boas e importantes como dizem coisas más e simplesmente tolices.

Alberto João Jardim, em entrevista às televisões na praia do Porto Santo, onde se encontra de férias, primeiramente, começou por dizer que “Cavaco Silva anda desaparecido no Palácio de Belém”, pedindo ao Presidente de República para não deixar José Sócrates sozinho a mandar no país.
Até aqui, muito bem: até achamos a ideia aceitável, mas, depois, a tolice já demorava: “Estou aqui, nesta praia, que é um sítio bom para passar férias. Costumo jogar ténis e, sempre que dou uma “raquetada”, lembro-me que estou a dar com a raquete nos jornalistas do “contenente”, alguns deles tidos como de referência”.

Pois é, Dr. Jardim!... Os jornalistas da Madeira são amordaçados pelo Poder. Até dizem que o Jornal da Madeira e outros da ilha são subsidiados pelo Governo Regional.

Deixem-no opinar!

Há dias um social-democrata, militante de base, cá da praça mostrou-nos a sua perplexidade pelo facto de outro militante de base ter considerado inofensivas para a imagem do partido certas afirmações de Caldas Afonso ao “Expresso de Felgueiras”, com “a agravante” de o segundo ser conhecido por tentar demonstrar aos seus companheiros o seu “espírito auto-crítico”, o que, para o nosso interlocutor, “quebra o fio condutor – sejamos mais directo, a coerência – da sua atitude (ou tentativa) de “opinion-maker” cá do burgo” – citamos.

Ontem, o nosso interlocutor, ainda indignado, tornou-nos a falar do assunto e informou que o seu companheiro em causa “está a fardar-se para ser candidato ao 4.º lugar da lista do partido à Câmara Municipal em 2009", e que, como tal, "já perdeu qualidades nas opiniões que dá” – tornamos a citar.

Agora, perguntamos nós: como é que isso pode ser, se o “opinion-maker” em causa ainda não sabe – aliás, ninguém sabe – quem vai ser o cabeça-de-lista do PSD em 2009?

Ora, ora, cada um é livre de dar a sua opinião, seja ela sincera ou não. O PSD que comece já a trabalhar para o futuro! Deixem o homem opinar!

Correio dos leitores

Reconheço o esforço de José Carlos Pereira de ter tentado compreender a acção política do Prof. Dr. Marcelo Caetano, pessoa que guardo da minha infância no meu coração como um grande humanista e brilhante académico, mas, desculpem-me a franqueza, o editor deste blogue embarcou na euforia de tomar como certas todas as palavras de Vasco Pulido Valente, no jornal “O Público”, e menosprezou o sentido da entrevista feita por Judite de Sousa a Ana Maria Caetano, filha do estadista, na RTP, e o do documentário alusivo.

Para mim, o Prof. Dr. Marcelo Caetano não foi um ditador. Como disse a sua filha, não podia fazer tudo de uma vez e fez o que os "ultras" não queriam que fosse feito. Se os militares lhe tivessem dado mais algum tempo - pelo menos dois anos -, teria sido ele quem ia fazer a transição (pacífica) para um novo regime, de cariz ocidental.

Lamento que, mais uma vez, uma corrente de pessoas ainda marcadas pela deriva ideológica do PREC, tenham produzido afirmações sobre Marcelo Caetano, afirmações essas que a História há-de desmentir, como, por exemplo, a insinuada tentativa de massacre dos populares que, espontaneamente ou não, se juntaram no Largo do Carmo. Não me refiro concretamente ao artigo de José Carlos Pereira, mas aos escritos de pessoas como Vasco Pulido Valente e de dois autores aqui publicados.

Não se pense que sou contra a democracia. Aliás, o Prof. Dr. Marcelo Caetano desejava-a, e muito, para progresso e de desenvolvimento de Portugal, mas não simpatizo nada com o tipo de 25 de Abril que fizeram, que desembocou em nacionalizações arbitrárias e nos caprichos da extrema-esquerda, nos Otelos, nos Melos Antunes, nos Mários Tomés, nos Vascos Lourenços e etc..., bem piores que o PCP, de Álvaro Cunhal, que, pelo menos, foi mais íntegro e coerente até ao fim da vida.
José Carlos Pereira reconhece que o País melhorou muito com o Governo de Marcelo Caetano, no aspecto económico, mas embarcou na "veia libertadora" dos Vascos Pulidos Valentes, muitos deles de Direita mas ainda com os complexos culturais da Esquerda. Lembrem-se que, no campo do progesso social, o Prof. Dr. Marcelo Caetano era mais evoluído do que todos os Governos pós-25 de Abril o foram. Por exemplo, foi quem criou a ADSE, uma "conquista social" - utilizando a linguagem esquerdista - agora destruída pelo Governo socialista do Eng.º José Sócrates.

Desculpem a minha frontalidade. Aliás, é coisa que o editor deste blogue costuma pedir aos seus leitores.
Com os melhores cumprimentos.
Maria Emília Silva - Margaride
Nota do edeitor:
Fico feliz pelo facto de a estimada leitora partilhar, neste espaço, o propósito de tentar compreender a acção de Marcello Caetano na História de Portugal, mas não posso concordar de todo com a crítica de que embarquei na euforia de dar como certas todas as palavras de Vasco Pulido Valente, princilpamente no que dói mais à nossa leitora, que é a alusão à tentativa de massacre de milhares de pessoas à porta do Quartel do Carmo, no dia do gople.
A história pode ser pontualmente revista, mas não pode ser sonegada: Marcello, aparentemente, não demonstrava ter a ambição do poder pelo poder, mas não deixa de ser um produto do regime e um dos seus principais teóricos, ao ponto de Oliveira Salzar lhe invejar a cultura e de ter receio da sua importância como potencial presidente do Conselho de Ministros. Marcello, queiramos ou não, foi um político de carreira no regime e esperou, esperou e foi esperando pela sua vez. Só que quando a vez chegou já era tarde demais para fazer reformas profundas no âmbito de um regime com características medievais, que tolhia a Indústria, tolhia a Agricultura, a Cultura, etc... Conforme a sua filha reconhceu na referida entrevista, Marcello aceitou as condições impostas por Américo Thomaz, que era manter as estruturas políticas do regime. Portanto, Marcello tornou-se refém, fez-se refém, da Presidência da República e dos grandes grupos económicos da altura; meteu-se numa "camisa de sete mangas" e já não sabia como havia de sair dela. Portugal teria-lhe perdoado se tivesse "traído" a confiança do então Presidente da República. Gorbachov "traiu" a confiança do Comité Central do PCUS e, com isso, proporcionou a abertura à Democracia. Só que a Caetano faltou a coragem, a vontade de, e quando isso acontece morre o querer e o coração sobrepõe-se à razão, conforme, recentemente, no DN, escreveu Veiga Simão, seu ex-ministro da Educação.
De resto, já o dissemos, Caetano, no Governo, proporcionou avanços no aspecto económico e social, desde a criação da ADSE até às pensões sociais a vários níveis, como as destinadas para os agricultores. Só que nenhuma economia se desenvolve sem Democracia, seja em Portugal, em Cuba, na China ou na Coreia do Norte. O momento histórico em que Marcello governou exigia que se fosse mais longe...
Quanto ao trabalho da RTP, acho-o mau: a entrevista feita por Judite de Sousa enquadra-se mais nos critérios editoriais da revista "Lux" ou da "Caras". A RTP, na "Grande Entrevista" ou no documentário, poderia ter levantado aspectos da vida de Marcello menos conhecidos, como, por exemplo:
1. A tal ordem para que a GNR massacrasse os milhares de manifestantes no Largo do Carmo, no dia do gople (tese contestada pela nossa leitora);
2. A perda da fé católica e em Deus, no exílio, bem como a crítica mordaz aos padres e à Igreja (quando João Paulo II se deslocou ao Brasil fez afirmações em tom de blasfémia);
3. Também durante o exílio, a sua propensão para dizer mal de todos os políticos portugueses (Soares, Sá Carneiro, Cunhal, Balsemão, etc..., excepto de Freitas do Amaral); as zangas que foi acumulando, mesmo com figuras que lhe tinham sido politicamente afectas, como, por exemplo, com Adriano Moreira.
4. Se fosse eu a entrevistar a senhora, teria-lhe perguntado, por exemplo, se algum dos filhos de Marcello fez tropa na Guerra Colonial.
Judite de Sousa preocupou-se mais com assuntos da vida particular de Caetano do que com estes aspectos, que, no centenário do nascimento, poderiam acrescentar dados novos ao estudo.
De resto, não obstante ter mencionado a tal "mancha da persnolidade moral" do último Presidente do Conselho de Ministros do Estado Novo, que foi a já referida tentativa de massacre, não duvido que, pessoalmente, Marcello tivesse qualidades humanas. José Pacheco Pereira, nos seus "Estudos Sobre o Comunismo", refere que, em Setembro de 1969, um rapaz, de 15 anos, filho de uma militante comunista [Fernanda Paiva Tomás] - presa há oito anos e já em período de observação sobre a possibilidade de vir a ser libertada, logo que não constituísse "perigosidade" -, escreveu ao Presidente do Conselho, Marcello Caetano, a pedir que mandasse libertar a mãe. Caetano respondeu-lhe, por escrito: "Já há meses lhe perguntaram [à prisioneira política] se queria sair nessas condições [o de renegar o combate ao regime], que são as da sentença, e ela respondeu que não. Vão fazer-lhe outra vez a pergunta“. Fernanda Paiva Tomás tinha sido confrontada pelas autoridades do regime sobre a sua posição e respondeu friamente, por escrito: “Que, mantendo indefectivelmente as suas ideias políticas e tencionando continuar como militante oposicionista ao actual regime em actividade legal de acordo com essas ideias, não fará qualquer discriminação nem em relação ao Partido Comunista Português nem a qualquer outra organização como forças de carácter democrático e oposicionista”. É óbvio que Fernanda tornou a afirmar a sua posição de combate. Mesmo assim, Marcello Caetano mandou-a libertar, não querendo prolongar mais a pena da senhora, o que seria impensável no tempo de Salazar (nem por sombras!), principalmente em relação aos militantes do PCP.
Portanto, cara leitora, a maioria das pessoas, inclusive os políticos, tem coisas boas e coisas más. Günter Grass, escritor alemão e Prémio Nobel da Literatura, confessou ter sido voluntário nas SS. de Hitler, que não era uma organização qualquer - não se tratava de uma organização juvenil, mas de uma tropa de elite. Grass só agora revelou isso.

sábado, agosto 19, 2006

Notícias de âmbito local

Intercâmbio com Cabo Verde
O Rotary Club de Felgueiras entregou para embarque, no porto de Leixões, dois auto-carros com destino ao Município de S. Miguel, em Cabo Verde.
No seguimento das acti-vidades desenvolvidas duma forma muito empenhada por este Club na realização de actividades de cooperação, com comunidades locais onde haja pontos de ligação e de inte-racção com também esta comu-nidade de Felgueiras. Tendo assumido como seu objectivo a integração na nossa sociedade da comunidade que se encontra a estudar nesta região, daí que o Rotaract e o Interact tenham integrado nos seus quadros estudantes oriundos de Cabo Verde os quais se encontram a estudar na ESTGF.
Na sequência de parcerias entretanto fomentadas foi possível agora enviar dois autocarros Volvo M10B para transporte escolar dos alunos do concelho de S. Miguel.
João Sousa actual presidente do Club informou que “esta acção é resultado de um trabalho empenhado do Club destinado a criar melhores condições de acesso à cultura e à formação obrigatória que já existe em Cabo Verde e resulta ainda do pedido efectuado pelo Presidente da Câmara, Dr. João Duarte, quando da sua deslocação em visita ao nosso Club de Felgueiras e igualmente ao nosso concelho em Fevereiro passado.
”Esta acção de cooperação contou com a colaboração da AdsMargaride e da ESTGF.
O Município de S. Miguel e outras diversas entidades locais, de Cabo Verde, vão brevemente receber os pro-dutos doados pelos alunos de diversas escolas e entidades de Felgueiras, contribuindo-se desta forma para melhorar a sua qualidade de vida e permitir-lhes também aceder a uma melhor formação escolar e profissional.
Para Maria Emília Pinto da direcção da AdsMargaride “os produtos foram-nos doados pelas comunidades escolares, através dos seus agrupa-mentos, e ainda pela Escola Profissional, pela ESTGF, Junta de Freguesia de Mar-garide, IPJ do Porto, com uma colaboração muito especial do seu Delegado Regional, Dr. Vítor Baltazar Dias, empresas várias e doações anónimas foi-nos possível carregar quatro camiões com material que seguiu no interior dos auto-carros destinados por sua vez ao transporte escolar dos alunos do concelho de S. Miguel e doados já pelo Rotary Club de Felgueiras, com destino a Cabo Verde”.
O material doado é com-posto por livros escolares, mobiliário didáctico (cader-nos, jogos e móveis e ainda outro material destinado ao ensino nas escolas), roupa diversa, computadores, mate-rial hospitalar, poltronas, tele-visores, alcatifas, divãs, ca-deiras e secretárias para es-critório tudo no estado de usado. Seguiram igualmente calçado e outros tipos de roupas ligeiras, mas no estado novo, bem como batas médicas doadas por uma empresa tam-bém de Felgueiras. Estima-se em mais de dezasseis toneladas de produtos doados pela co-munidade local para esta missão de ajuda humanitária, destinada às populações daquela ex-colónia, e coordenada pela AdsMargaride.
Mudança de designação social
Os associados da ADSF-Margaride, reunidos em assembleia geral, aprovaram uma proposta da sua direcção, passando a designar-se, em breve, como ADESVALES - As-sociação para o Desenvolvimento Social do Vale do Sousa.
Para Deodato Martins, presidente da direcção, “esta mudança impunha-se como consequência das áreas de actuação dos nossos serviços de apoio domiciliário, em várias freguesias do concelho, numa mancha geográfica compreendida entre Sendim e Sousa, que não, justamente, na de Margaride (Santa Eulália), donde derivava a nossa designação, bem ainda como pelo trabalho que já se está iniciando no vizinho concelho de Lousada.
”Segundo a sua direcção e para José Luís Marinho “trata-se de um passo absolutamente natural, fruto dum grande crescimento, como consequência da actuação dos nossos técnicos/funcionários, no terreno, bem como das actuais incertezas sobre o futuro dos ATL. A actuação e funcionamento em nada se modificarão por causa desta pequena alteração da designação social.”
Já Deodato Júlio Martins considera que estas “pequenas questões não se devem colocar pois continuaremos com a sede social na mesma rua de Margaride, pretendemos, isso sim, dinamizar outras actividades e adquirirmos uma dimensão que julgamos seja capaz de nos garantir sustentabilidade, coisa que actualmente, por ausência de espaços próprios para construção, não temos de facto. Desde sempre esta Associação trabalhou para as pessoas e prosseguirá esse desígnio de dar sempre o seu melhor para melhorar a qualidade de vida das pessoas necessitadas.”
Fonte e redacção das notícias das referidas entidades

Manipulação (ainda sobre Marcello Caetano)

Já vários blogues se referiram à efeméridee ontem comemorada: o centenário do nascimento de Marcello Caetano.
No documentário que passou na RTP1, de uma forma tosca e pirosa, traçou-se o panegírico de um homem que, apesar das suas com certeza muitas qualidades intelectuais, fica para a nossa história como o continuador de uma ditadura, como o indivíduo que cujas intenções não passaram disso mesmo, de intenções. De um político que não era ingénuo nem impoluto, que não soube ou não quis fazer a transição para a democracia, que manteve a censura e a lei do partido único, que teimosamente e em público defendia a guerra colonial, atacava os seus opositores apelidando-os de anti patriotas, que manipulava a informação.
De uma maneira despudorada tentou fazer-se passar a imagem de um homem desapegado do poder, idealista, um escravo da causa pública, quase subentendendo, por oposição, o regabofe de oportunistas e arrivistas que apareceram após o 25 de Abril.
Já não falo da entrevista à filha, Ana Maria Caetano, conduzida por Judite de Sousa que, tal como sucedeu com a entrevista à irmã de Álvaro Cunhal, foi acéfala.
As pessoas vivem de acordo com o carácter, consciência, personalidade, inteligência e segundo a época, o tempo, o espaço, a moda, as ideologias. Não se prestam favores, nem às suas memórias, nem às memórias colectivas dos povos, alisando arestas, ocultando de factos ou apresentando uma realidade distorcida e mais ou menos açucarada. Foi vergonhoso.
Pelo contrário e entre o que li, destaco o artigo de Vasco Pulido Valente no Público que, apesar da acidez e da crueza que lhe são características, é muito bom.
Sofia Loureiro dos Santos - Defender o Quadrado

Churrasco, a Festa dos Bombeiros Voluntários da Lixa

Local
por José Carlos Lopes

Foi um sucesso a Festa do 3.º Churrasco dos Bombeiros Voluntários da Lixa, onde participaram cerca de 1200 pessoas, desde os mais novos aos mais velhos.

Muitos Lixenses, e não só, fizeram questão de estar presentes no evento, que contou com cinco horas de convívio, com muita música, comes e bebes e muita dança à mistura.

De referir e louvar, o patrocínio, quer em géneros, quer em dinheiro, dado por alguns comerciantes locais e que se destinaram a custear as despesas tidas, oferecendo-se como contrapartida a colocação de publicidade no recinto da Festa.
Contudo, em iniciativas como esta, há sempre aspectos negativos a apontar e, desta vez, prende-se com a Autarquia de Felgueiras, cujo apoio solicitado (não monetário) foi negado, sem que eu conseguisse saber o porquê mas, por certo, alguém saberá explicar os motivos.
Há também que louvar o donativo entregue por algumas juntas de freguesias e a vontade das autarquias vizinhas também quererem contribuir, contribuição essa que por questões de ética e moral a organização não aceitou.
Deixo um bem-haja à comissão organizadora, colaboradores e à Escola Secundária da Lixa pela cedência do espaço.
À comissão organizadora para o próximo ano deseja-se força e que nos proporcione outro evento.

O Provedor dos leitores observa

Magazine
Fátima Felgueiras, na qualidade de presidente da Câmara Municipal, deu uma entrevista ao “Jornal da Lixa”, da edição de ontem – a última antes de a publicação encerrar para férias.

O texto surge nas duas páginas centrais, cada uma com uma foto a cores da entrevistada; na capa do jornal surge uma introdução à referida entrevista, com outra foto.

No segundo parágrafo dessa introdução pode ler-se: “Contestada por uns, mas acolhida por muito mais, vai cumprindo o seu mandato, que certamente é justo e isento”. Já no final do primeiro parágrafo, a propósito da reeleição da autarca, lê-se ainda: “o povo é quem mais ordena”.

sexta-feira, agosto 18, 2006

A entrevista "colorida" à filha de Marcello Caetano e um documentário com vários erros e omissões (*)

Opinião
Interessante entrevista à filha de Marcelo Caetano, integrada no especial comemorativo sobre a esperança de 69. Com direitos a cortes cirúrgicos e tudo (não foi em directo, ao contrário do que é costume), procurou-se passar, durante a hora e meia de conversa, algumas ideias demasiado óbvias e mal disfarçadas.

Alguns exemplos. Apesar das tentatives da Judite em colar Marcelo Caetano a umas humildes origens, lá admitia Ana Caetano que a família era «de província», onde o pai, que sabia ler e escrever, chegou a Director-geral, os tios eram todos licenciados (pelo que percebi), onde as irmãs eram profesosoras primárias (que vulgaridade) e que tivera uma infância de «pequeno príncipe». Ideia furada Judite, não? Talvez classe média/média alta, muito educada, de província. Povo? Não me parece.

Depois, e aí de forma inteligente, a colagem multigeracional entre Marcelo, Joao de Barros e os Rebelo de Sousa. Marcelo Caetano, caso não saibam, casou com a filha do grande pedagogo, «homem de esquerda» nas palavras de Judite, João de Barros. O seu filho, Henrique de Barros, seria, pelo PS, Presidente da Assembleia Constituinte em 1975. A relação entre ambas as famílias? De normalidade, atracção intelectual e desavenças políticas, nada de mais. Mais tarde, assim como havia sido natural essa relação, também os Rebelos de Sousa (Baltasar e o seu filho Marcelo) os Rogeiro (Nuno Rogeiro e o Pai), os Melo e Castro, os Freitas do Amaral, os Galvão Teles, o Adriano Moreira se relacionariam com o pai Marcelo. Há uma ideia, essa certa, de uma certa imobilidade endogénica da elite política e intelectual que se perpetua e respeita além dos regimes políticos que patrocina. Assim como João de Barros vira em Marcelo um intelecto irrequieto de génio, e o respeitara por isso, também Caetano viria em Adriano Moreira , Marcelo Rebelo de Sousa (e Nuno Rogeiro???) espíritos de formação impar e de futuro. Não nego a existência destas relações, nem o que as características previsíveis do recrutamento político e universitário. Não acompanho é a colagem «liberal» e tolerante que acompanha o discurso. Casar com a filha de João de Barros é deixar de ser peça integrante, fundacional do Estado Novo? Dos seus principais teorizadores? É esquecer todo o percurso feito em (quase) todas as instituições do regime. É que Marcelo foi professor nas Universidades, Reitor, Deputado à Assembleia Nacional, Ministro (varias vezes), procurador à Câmara Corporativa, dirigente máximo da Mocidade Portuguesa e da União Nacional (e, mais tarde, da Acção Nacional Popular). Escapou à Legião Portuguesa e a ser agente da PIDE. Ser doutor em Direito, professor emérito é esquecer a noção de Estado e Democracia que tinha? Só se enalteceram qualidades. E, naturalmente, estas passaram aos seus discípulos. Deles, o que lhe herdou o nome, hoje transporta bem a sua memória.

No resto da entrevista, gostei da atitude relaxada da Ana Caetano, demasiado óbvia quando entrava nas perguntas – respostas clichés (Africa, a Guerra e a Descolonização; o 25 de Abril), mas naturalmente imprevisível e correctiva qb (como quando corrigiu a Judite acerca das origens humildes do pai) e mesmo agradável (como quando contou o seu 25 de Abril ou quando se aventurava mais nas suas memórias). Interessantes dois promenores. Um ao denunciar o arranjo da entrevista (fui ver isto depois da nossa conversa…) e outro sobre o corte, visível, a meio da entrevista.

Judite, para variar, perdeu uma óptima oportunidade de poder retirar muito mais da filha do último Presidente do Conselho do Estado Novo. Demasiado previsível, deu várias respostas com as perguntas (foram os ultras, não foram?), errou nalgumas partes (como nas origens), não deixou a entrevistada entrar no programa e, pior, deixou no ar a impressão de uma entrevista programada e objectivada – amaciar a memória do pai de Ana.

Depois da entrevista, e sem intervalos, um documentário especial sobre Marcelo Caetano. Péssimo. Com erros – a Câmara Corporativa é de 1934 e não de 1932, a Mocidade Portuguesa não substitui a Acção Escolar Vanguarda – e sem chama. Clichés atrás de clichés (três partes – Primavera / Outono e Inverno), nunca entraram no Homem, na sua educação, na sua formação ideológica, no seu percurso político. Deixaram os anos correrem, com as datas a imperarem, sem análises ou ligações. Uma colecção de imagens (que bom arquivo tem a RTP) narradas, sem fio ou sumo. Na ficha técnica (que estive atento) nem consultores, arquivos consultados, nada. Trabalho da casa, feito em casa com a casa (podiam ter consultado um arquivozito…). Perda de tempo e de recursos. Já não deviam estar pessoas de valor atrás destes projectos?

Enfim, um bom serão televisivo a pedir mais. Para quando o próximo?...
(*) Título da nossa responsabilidade
José Reis Santos - Loja de Ideias

Dívidas à Segurança Social

quinta-feira, agosto 17, 2006

Marcello Caetano nasceu há 100 anos

Três semanas antes do 25 de Abril, Marcello fora ovacionado no Estádio de Alvalade por mais de 50 mil pessoas; no dia do golpe de Estado foi humilhado no Largo do Carmo por uma enorme multidão em fúria. É um bom exemplo do qual os políticos actuais deverão tirar a devida lição, pois a popularidade é um fenómeno obscuro.


Marcello Caetano (1906-1980), o último Presidente do Conselho de Ministros do Estado Novo (1926-1974), nasceu faz hoje 100 anos. Com destinos diferentes, nasceu no ano em que Humberto Delgado e D. António Ferreira Gomes vieram ao mundo.

A efeméride é assunto de primeira página da edição de hoje do jornal “Público”, que dedica seis páginas ao assunto, inclusive um excelente ensaio de Vasco Pulido Valente.

Mais uma vez, pela leitura deste trabalho exaustivo, fica impressa a grande envergadura intelectual de Marcello a nível académico; em termos políticos, foi de uma grande ingenuidade e de grande falta de coragem, causa de sucessivos falhanços, não tendo demonstrado a capacidade e o querer suficientes para pôr fim à ditadura, não obstante o carácter reformista da sua governação. Por exemplo, não usou enfrentar Américo Thomaz para ser ele o candidato à Presidência da República, preterir o almirante e escolher um Governo portador de reformas mais apressadas, rumo à Liberdade.
Para além das suas inúmeras fraquezas políticas, e não obstante ser um humanista à sua maneira – como brilhante intelectual que era –, Caeteno tinha também as suas manchas no aspecto da sua personalidade moral, que contrastava com a imagem de homem impoluto: no dia 25 de Abril de 1974, se não lhe tivesse faltado apoio militar, não se teria importado que milhares de populares que se juntaram no Largo do Carmo, em frente ao Quartel da GNR, fossem massacrados, num autêntico banho de sangue, por duas colunas da GNR, vindas de dois pontos diferentes daquela zona da cidade e que se cruzariam nos acessos ao referido Largo. Para quem tinha tanto medo da ala conservadora do regime e para quem prometia reformas políticas!… Nem sempre a timidez é sinal de uma espécie de bonomia cristã.
É inegável que Marcello Caetano, no aspecto das reformas empreendidas, até melhorou o país - por um lado, graças à conjuntura de então, mas que soube aproveitar, o que não aconteceria com Salazar, se então fosse vivo. No entanto, temos que reconhecer que o 25 de Abril era, foi, inevitável, porque Marcello chegou tarde demais ao poder. Há quem alegue que não, que a transmissão de poderes poderia ter-se dado mais tarde, apontando o exemplo espanhol. Só que Espanha tivera uma amarga experiência - a Guerra Civil, muitos anos antes, é certo, mas ainda dentro do periódo em que Franco ocupou o poder, que, como se sabe, acabou por transmiti-lo pacificamente para um regime democrático, dois anos após o 25 de Abril português.
Marcello Caetano, no seu exílio, no Brasil, não quis regressar a Portugal, nem depois de morto. Nos seis anos de vida que lhe restaram depois da Revolução, numa atitude que contrasta com a sua posição de intelectual, disse "mundos e fundos" de todos os políticos portugueses - da Esquerda à Direita -, excepto do Diogo [Freitas do Amaral], de quem foi professor. Nunca dirigiu um requerimento às autoridades portuguesas; apenas enviou uma missiva a António Spínola a agradecer-lhe por lhe ter dado o "privilégio do exílio". Não quis humildar-se aos Capitães de Abril, principalmente a Salgueiro Maia, que foram quem, na verdade, tudo fizeram para que Caetano saisse vivo do Quartel do Carmo, face à fúria dos milhares de populares.
No meio de tudo isto, veja-se um fenómeno curioso: três semanas antes do 25 de Abril, Marcello fora ovacionado no Estádio de Alvalade por mais de 50 mil pessoas; no dia do golpe de Estado foi humilhado no Largo do Carmo por uma enorme multidão. É um bom exemplo do qual os políticos actuais deverão tirar a devida lição, pois a popularidade é um fenómeno obscuro.

Hoje, por volta das 22,45 horas, Ana Maria Caetano, filha de Marcello, é a convidada do programa da RTP1 “Grande Entrevista”, de Judite de Sousa.

quarta-feira, agosto 16, 2006

segunda-feira, agosto 14, 2006

Festa do Churrasco - BV Lixa (1)


Foi uma verdadeira festa do churrasco a organizada pelos Bombeiros Voluntários da Lixa, na noite do passado sábado, no espaço aberto da Escola Secundária daquela cidade, onde não faltou nada: comida, bebida, música, bailaricos e muita e muita animação.

O DIÁRIO DE FELGUEIRAS lá esteve presente, convidado pela associação humanitária, na qual temos bons e honestos amigos, como, por exemplo, o seu comandante, José da Silva Campos, e José Carlos Lopes, estimado colaborador deste blogue.

É, de facto, com gente desta que nos sentimos bem, com quem, naquela noite de Verão, pudemos reviver amizades antigas, umas boas “anedotas” a propósito de nada e de muita coisa, e muitas, muitas gargalhadas sonoras…

Estiveram mil?... Mil e quinhentas pessoas?... Não sabemos. Sabemos que poucos faltaram, mas “só faz falta quem está presente” – foi o que ouvimos dizer de alguém da organização. José Carlos Lopes esteve imparável, não o vimos parado um segundo que fosse, para que nada faltasse, para que nada falhasse. José Campos recebia os convivas com a espontaneidade e simpatia que caracterizam a sua maneira de ser.

Seria fastidioso se enumerássemos aqui todos os pormenores da festa, todos os números musicais, etc.… Entre estes últimos, destacámos a actuação da Ritinha, cantora, que ali se estreou a cantar em grupo com três meninas (todas irmãs) – a Daniela, a Ana Lúcia e a Cristiana -, naturais e residente no concelho vizinho de Marco de Canavezes, excelentes artistas, que conheceram a Ritinha nas andanças dos festivais.

O DIÁRIO DE FELGUEIRAS falou com os pais da Ritinha e com os das três meninas. Todos foram unânimes: urgem apoios para que as quatro meninas prossigam a sua abnegada participação musical, porque o talento das quatro é enorme.

De resto, sem mais palavras, ficam as fotos. Mal tiradas, é certo, mas a intenção era boa.

Festa do Churrasco - BV Lixa (3)

D. Fernanda com duas amigas

Duas figuras da Lixa que dispensam
apresentações

Estiveram presentes mais de mil pessoas

Não faltou nada na festa

Festa do Churrasco - BV Lixa (4)

Eles comeram tudo...
O bombeiro/cozinheiro

Cozinheiras com muito trabalho
Simão, um bombeiro contemplativo

Festa do Churrasco - BV Lixa (5)

Ritinha no palco

Ritinha com os pais


Daniela, Ana Lúcia, Ritinha e Cristiana

As quatro artistas com os respectivos pais

Incêndio em Pinheiro






















Na passada sexta-feira, a partir das 5 horas, da madrugada, foi um verdadeiro pandemónio na freguesia de Pinheiro. Dez hectares do monte da Senhora da Aparecida ficaram reduzidos a cinzas. O incêndio esteve prestes a chegar às casas. Quem viu diz que não consegue explicar o pânico dos moradores, que, aos gritos, pensavam que iam perder os haveres ganhos durante uma vida.

Valeram as intervenções das corporações dos bombeiros da Lixa e de Felgueiras. Os moradores adstritos ao pé daquele monte acreditam que, mais uma vez, tratou-se de fogo posto, provocado perto do campo do futebol, a Sul, quando, na verdade, o vento batia da parte Sul. Sem dúvida, os incendiários têm as suas técnicas... E mais: segundo uma fonte, uma das corporações foi chamada ao engano para apagar um incêndio em Aião, para desviar os bombeiros da verdadeira zona de incêndio.

O DF sabe que as autoridades policiais estão a investigar a alegada origem criminosa deste fogo.

sexta-feira, agosto 11, 2006

Publicidade gratuita

O Serviço de Apoio Domiciliário (SAD) destina-se a indivíduos e famílias que, por motivo de doença, deficiência ou outro tipo de impedimento, não possam assegurar, temporária ou permanentemente, a satisfação das suas necessidades básicas e/ou actividades da vida diária.



Proporcionamos apoio nas seguintes áreas:



- Saúde;


- Higiene pessoal e habitacional;


- Alimentação;


- Lavandaria comunitária

Para mais informações:



Associação para o Desenvolvimento Social de Margaride


Rua Leonor Rosa da Silva, n.84


(junto ao Mercado Municipal) – Felgueiras



Telefone/fax: 255 926329 / 91 8791426 / 96 1311274

quinta-feira, agosto 10, 2006

Belgas traziam na sua rota a cidade da Lixa

Local
por José Carlos Lopes (Lixa)


Na semana passada, um casal de turistas belgas, que estão de férias e em visita a várias terras do nosso país, chegou à nossa cidade.

Deslocaram-se à Quinta da Lixa para apreciarem a sua beleza e provarem o seu tão conceituado vinho.


Finda a visita, solicitaram informação sobre a localização dos Bombeiros da Lixa, a fim de também lá passarem, não se tendo apercebido que ficava do lado oposto ao local onde se encontravam, e para onde se dirigiram de imediato.
Apesar das dificuldades de comunicação, e com alguma ajuda, lá se fizeram entender. Os Bombeiros da Lixa souberam, e bem, mostrar a hospitalidade e simpatia do povo da nossa terra e guiaram-nos numa visita às instalações do Corpo de Bombeiros ficando com uma ideia do seu funcionamento.
Aproximando-se a noite, pediram autorização para pernoitar no exterior das instalações do Quartel, na própria roulote, autorização essa que foi concedida.
Querendo também provar a nossa gastronomia, foi-lhes indicado um restaurante da cidade, onde se deliciaram com um bom prato de bacalhau.

Era possível ver no olhar daquele casal que estavam maravilhados com a forma como foram recebidos pelos Bombeiros nesta terra.

Mas o que mais me intrigou foi: por que será que a nossa cidade, e em especial o nosso Corpo de Bombeiros, estava na rota daqueles turistas?


terça-feira, agosto 08, 2006

Fórum - Entrevista de Caldas Afonso (encerramento)

Envio tarde o meu comentário à entrevista do Dr. Caldas Afonso porque só hoje, quarta-feira, é que regressei a casa, de férias. No entanto, penso que este meu artigo não perde a sua razão de ser.

Já vi (aliás, li) que muito já se disse neste fórum. Partilho com a grande maioria dos leitores participantes uma ideia concreta sobre as afirmações produzidas pelo principal vereador do PSD.

Também sou de opinião que o Dr. Caldas Afonso não foi feliz em várias declarações que fez ao “Expresso de Felgueiras”, principalmente as seguintes:

1) A Concelhia do PSD de Felgueiras não é ouvida na estratégia idealizada entre os vereadores do partido e a Distrital;

2) O PSD é que faz a agenda política da Câmara;

3) A Dr.ª Fátima não vai ser candidata à Câmara;


Sobre a primeira, é pena que ninguém da Concelhia do PSD venha a terreiro defender a sua honra, tais como Francisco Cunha e Eduardo Teixeira. Agostinho Branquinho, líder da Distrital, devia explicar publicamente o que se passa no que respeita à concertação da estratégia política e por que é que a Concelhia não é considerada nesse processo.

Sobre o alegado facto de o vereador que do PSD dizer que é o seu partido que faz a agenda política da Câmara, isso também é grave, verifica-se, então, uma Coligação pós-eleitoral PSD/MSP, o que demonstra uma grande incoerência, porque, oficialmente, o PSD nacional é contrário a coligações deste género.

O facto de o Dr. Caldas Afonso dizer que a Dr.ª Fátima Felgueiras não se vai candidatar em 2009 revela que há um acordo secreto entre ambos e que o vereador vai desertar para o MSP.


A situação no PSD de Felgueiras é deveras dramática. A generalidade da Concelhia está revoltada contra a atitude dos vereadores do partido; os militantes ainda mais revoltados estão. Porém, ninguém quer vir a público denunciar Caldas Afonso e Luís Lima. Este último, devido à contestação interna, sendo também da Comissão Política, devia demitir-se desta.


Compreendo que Francisco Cunha e Eduardo Teixeira, a escassos meses das eleições para a estrutura local, não se queiram pronunciar, para não serem acusados de serem os autores da divisão já instalada. Contudo, Eduardo Teixeira foi sempre aquela pessoa dentro do partido que esteve sempre pronta a ajudar os felgueirenses que não comungam com as ideias da maioria política da Dr.ª Fátima Felgueiras. É o elemento da Concelhia que mais tem ligação directa com as bases e com os eleitores. É o único dentro do PSD que tem coragem para defrontar a presidente da Câmara. Se conseguir arranjar um bom leque de militantes descomprometidos, poderá dar um rumo importante à Concelhia, para definir o seu “território”. Porque não tenhamos dúvidas: como as coisas estão dentro do PSD, se a Dr.ª Fátima “cair” politicamente (por um motivo ou outro), o PS voltará ser poder. Não podemos ficar contentes pelo PSD ser a força política n.º 2 no concelho, com 10 mil votos.
Pedro Sampaio (simpatizante do PSD) - Lagares
O último comentário, do sr. José Lemos, de Margaride (penso que se trata do sr. José Lemos da Junta de Margaride), é muito inoportuno, a não ser que esteja a fazer humor e, portanto, a dar sentido inverso a esse comentário.

Dizer que a intervenção democrática do sr. José Carlos Pereira (JCP) que é “dar pérolas a porcos”, desculpe que lhe diga, é algo de grosseiro. É o mesmo que apelar para que baixemos os braços e que deixemos os outros apoderarem-se do nosso poder de intervir, reagir e propor uma sociedade melhor, mais evoluída e mais moderna. É o mesmo que dizer que nos tirem o Pão…

Não sou pessimista nem louca, avalio a realidade, e é daqui que formulo uma ideia (discutível, é óbvio), contribuindo para uma sociedade mais sóbria sobre o que pretende, onde as opções e opiniões dos cidadãos não sejam compradas com promessas de um emprego ou de favorecimentos ilegais.

Numa sociedade minimamente ideal o acto de propor é bem aceite e o acto de debater a proposta é totalmente livre, sem pressões, sem medos, sem cumplicidades…. É o que acontece nos países nórdicos e, pelo que li neste blogue, não foi o que aconteceu na última sessão da Assembleia Municipal (AM).

Pergunto: não será um “pecado social” vários membros da AM com a intenção de votar contra a proposta da SA e, lá porque alguns disseram que se iam abster, votam a favor? Que conceito têm das suas responsabilidades, das suas competências e atribuições? Nisso o Sr. José Lemos tem razão: no concelho não há 65 pessoas que saibam o que isso é (número exacto dos membros da AM)?

Entendo que o papel do editor deste blogue é muito útil, importantíssimo e é uma porta aberta para a liberdade de as pessoas se expressarem livremente. É certo que, para tal, é preciso aguentar pressões, sacrifícios e até mesmo a solidão, pois são raríssimas as pessoas que nesta terra tenham propósito idêntico ao do sr. JCP. Parece que não, mas as sementes ficam lançadas e algum fruto se há-de colher, mais tarde ou mais cedo.
Isabel Lopes (simpatizante do PSD ) - Borba de Godim
Caro amigo Zé Carlos:


Sei que tens sido, abnegadamente, um extraordinário entusiasta pela Democracia em Felgueiras, denunciando esquemas e informando a opinião pública mais atenta com noticiário de âmbito geral no teu blogue.

Sei que fazes esse trabalho jornalístico, verdadeiramente imparcial, desinteressadamente, com prazer e paixão.

No entanto, acho que estás a consumir a tua rica cabeça com assuntos que, penso eu, não irão levar a nada. Gostaria de me enganar. Como se verificou, segundo F.F., “Felgueiras é uma terra de nabos”. Por conseguinte, é a mesma coisa que dar pérolas a porcos. Se não, vê, compara e analisa bem: em todo o concelho não há 65 pessoas que saibam o que é, para que é e como funciona uma Assembleia Municipal…

José Lemos - Margaride
Em primeiro lugar, gostaria de cumprimentar o editor deste blogue pela sua coragem, pela sua independência e determinação, mostrando ser um homem de causas, que, desta forma, dá voz àqueles que não a têm, tendo em conta a imparcialidade discutível dos actuais órgãos de informação do concelho, bem como de alguns homónimos.

Em segundo lugar, dizer-lhe que estou de volta, após uma ausência de cerca de um ano, agora que me encontro a gozar um período curto e merecido de férias, em virtude ter emigrado para um país da Europa, na procura de melhores condições de vida e, porque não dizê-lo, motivado negativamente pelo estado sócio-cultural do nosso concelho, que, com o regresso de Fátima Felgueiras, ficou bem patente, desnudado, à mercê das críticas veiculadas pela Comunicação Social.

Em terceiro lugar, de novo para o editor deste blogue, gostaria de felicitá-lo de modo particular, pelo seu artigo sobre o saudoso Zeca Afonso, de quem sou também um grande admirador, não dispensando uma audição regular (quase diária) das suas músicas, hábito que também se estende aos meus “rebentos”. Só espero que, por isso, não me apelidem de “comunista”! Não porque isso fosse para mim um insulto, mas por maldosamente colarem o autor ao PCP.

Agora, sim, um breve e modesto comentário à entrevista do candidato do PSD às últimas autárquicas, actualmente vereador do Executivo.

Muito daquilo que gostaria de dizer já foi dito pelos outros leitores que têm aqui publicado os seus comentários. Contudo, não posso deixar de me pronunciar sobre o conteúdo (pobre) da entrevista, deixando alguns apontamentos:

1 – A entrevista no tempo

Parece-me estranho – não só para mim, ao que parece – que Caldas Afonso (CA) venha nesta altura dar uma entrevista, respondendo apenas àquilo que outros queriam que respondesse (ingénua ou voluntariamente, não sei), justificando o injustificável, como que se desculpabilizando pelas atitudes que tem vindo a tomar, sobretudo quanto às questões mais polémicas dos últimos tempos. Cheira-me a colaboracionismo, numa operação de branqueamento das decisões polémicas tomadas nos últimos tempos, por parte de quem tem o Poder (um deles seu parente, como alguém já referiu aqui!). Uma demonstração clara de que não tem ideias próprias para resolver os problemas da população. E de nada lhe vale o seu tom pesaroso quando se refere aos pobres desempregados do concelho, que não precisam de caridade, mas, sim, de quem os possa realmente ajudar. Vem-me logo à ideia aquelas assistentes sociais que vão de carro de luxo e vestidos com roupas e calçado caros visitar os carenciados aos bairros sociais.

2 – As relações dos vereadores do PSD com a Concelhia.

Também estranhei, ou nem por isso, o ziguezaguear do seu discurso quando o entrevistador lhe coloca as questões sobre esta problemática. Se, por um lado, não me surpreende a total desconexão com a Direcção da Concelhia, algo de surpreendente parece o facto de os problemas do concelho serem tratados directamente com a Distrital e até com os órgãos nacionais do Partido, passando-se, assim, por cima dos órgãos concelhios. Uma outra curiosidade, é o facto de, depois de ter votado favoravelmente a aquisição do imóvel situado nas traseiras dos Paços do Concelho, ter concluído que não havia provas concludentes sobre a possibilidade de financiamento do mesmo e, numa acção concertada com o Presidente da Junta (PJ) da Refontoura (individualmente e não com a bancada do Partido, note-se!), ter decidido pedir a retirada do assunto da ordem de trabalhos. A propósito do PJ da Refontoura, não sei o que me parece a forma como este lidou com o incidente ocorrido na reunião da Assembleia Municipal, dando a ideia de que a Bancada deu como provada a alegada manipulação do autarca de Barrosas, o tal de quem se diz estar-lhes a dar - a eles PSD - água pelas barbas, descredibilizando publicamente o Vice-Presidente da Concelhia e vice da Bancada do Grupo Municipal da Assembleia.

3 – A não recandidatura de Fátima Felgueiras

Pelas afirmações de CA, sobre esta questão, estou muito sinceramente inclinado a pensar que o vereador é mesmo ingénuo e deixa-nos uma dúvida: Está mesmo convencido da leitura que faz sobre o assunto - utilizando as palavras do próprio - e cairá no engodo, como tão bem sabe fazer a edil felgueirense, atento o seu passado, ou estará a colaborar numa estratégia pouco clara e transparente, arrastando o seu Partido para um caminho sem saída e não no “patamar da tomada do poder” (qual golpe de estado latino-americano?!) ou na “lógica de Poder”, como diz. Quero, apesar de tudo, pensar que a primeira hipótese é a mais provável e acreditar na sua ingenuidade.

4 – Que ideias para o concelho.

Fica provado que CA, tal como disse José Campos – a quem auguro vida difícil no Executivo, face à aliança SP/PSD, que até há pouco também contava com o beneplácito do Presidente da C+S de Airães – plagiou o programa eleitoral da candidatura do PS, e, para além de umas frases feitas, que qualquer leigo é tentado a utilizar, pouco nos diz sobre as soluções que preconiza para resolver os verdadeiros problemas dos munícipes. Atente-se que agora os elementos do PSD têm uma informação mais pormenorizada sobre o estado em que está a Autarquia, num espectro de caos financeiro legado por aqueles que apelam agora à sua colaboração. Mas, por aquilo que nos é dado a perceber, estão muito pouco informados sobre os dossiers mais importantes. Senão vejamos: Nas referências ao contrato com a “Águas do Ave, S.A”, ignora que o Município ainda não aderiu àquela empresa, apenas manifestando interesse em integrar a mesma, como então foi publicitado.

Sobre a aquisição do tão falado imóvel nas traseiras da Câmara, infere-se das suas palavras que não terá estudado bem o processo, pois arrependeu-se de ter votado ao lado do SP, face às proporções que o caso estava a tomar internamente, e vem agora colar-se à proposta do autarca da Refontoura, que, segundo me disseram, não agiu concertadamente com CA, como este referiu, mas por ser pressionado pelos colegas de bancada, numa reunião dita preparatória e que durou até às tantas, uma vez que, inicialmente, aquele tencionava votar favoravelmente aquela proposta.

Sobre a constituição da famosa S.A. de Várzea (perdoem-me o título, para gáudio do autarca de Várzea), pouco nos adianta sobre o assunto, querendo convencer os leitores que está mesmo convencido e que crê no sucesso desta medida, achando que lhe basta o argumento de que duas ou três multinacionais vão aderir à empresa. Mas será que acredita mesmo? Por mim, acho que tem tantas dúvidas como aqueles que votaram contra. Ai, como eu quero tanto que o Dr. Marques da Silva não tenha razão!...

5 – Conclusão
Como já havia transmitido antes, entendo que esta entrevista tem pouco sumo. Nada nos diz sobre o que se pretende para o futuro do concelho. O entrevistado por diversas vezes não consegue concluir as suas respostas, como se pode ver nas várias reticências no final das respostas. A não ser que o entrevistador o tenha interrompido, o que não deverá ter acontecido, uma vez que não era em directo.

Nota-se que CA, sem prejuízo do seu prestígio como médico pediatra, afinal não tem perfil para ser presidente de uma Câmara.

Quanto às referências aos ditos pequenos partidos, devia guardar-lhes mais respeito. De uma coisa não os pode acusar, a de que não têm convicções e que não lutam por causas, mesmo que circunstancialmente possam não ser as melhores. O PSD de Felgueiras, esse não tem convicções, não tem causas. Pois, não se pode considerar causas os interesses individuais ou sectaristas de alguns iluminados ou facções de uma qualquer organização político-partidária.


Nota: Com este meu comentário, não pretendo ferir susceptibilidades, nem pôr em causa a honorabilidade das pessoas visadas, mas apenas criticar a postura destes enquanto figuras públicas e enquanto autarcas eleitos pelo povo, que devem aceitar a crítica.

Apesar de me encontrar, temporariamente, a laborar no estrangeiro, não posso deixar de me sentir no gozo dos plenos direitos de cidadão português e exercer o meu direito/dever de cidadania.

Quero aproveitar a oportunidade para exortar os emigrantes portugueses e (porque não?) também os imigrantes no nosso país a participarem na discussão e na crítica da vida política e social das nossas localidades. Não deixem que pensem que os emigrantes são um bando de ignorantes, de “maçons” ou “femme de menages”.

Para terminar, uma sugestão: CA devia aparecer na Meta de Santa Quitéria montado numa bicicleta de corrida, em vez do seu bonito Porsche, equipado a rigor com uma bela e vistosa roupa de ciclista. Ficaria bem nos jornais e na TV, a entregar prémios aos ciclistas vencedores. Quanto ao seu colega na vereação, para esse é difícil fazer o mesmo, não terá a mesma condição física. Talvez arranje uma boleia de helicóptero, vestido com a indumentária da Confraria do Vinho, que tão bem lhe fica. Uma boa jogada de antecipação a FF, sem dúvida. É que a chegada da etapa a Felgueiras vai ser mais uma boa oportunidade para o “show-off”, na linha de outros eventos recentes.


Alberto Magalhães - Varziela
Mando um pequeno apontamento, porque já alguns leitores deixaram escrito muito do que penso sobre a entrevista do Dr. Caldas Afonso.
Entendo que a Concelhia foi insultada nessa entrevista. O presidente da Distrital devia vir esclarecer, se é que é verdade, por que motivo a estratégia é combinada entre os vereadores, a Distritral e a estrutura nacional, não sendo ouvida a Comissão Política de Felgueiras. Até parece que foi retirada a confiança política à Concelhia!
Acho que Eduardo Teixeira, que tem sido a voz mais incómoda para os vereadores do PSD, devia concertar com as pessoas certas do partido para avançarem com uma lista candidata à liderança da Comissão Política, independentemente de que venha a liderar a mesma.
Para isso, deve concertar esforços com militantes como, por exemplo, Carlos Alves, Bruno Pinheiro, Alírio Costa, João Sousa e até militantes que se têm mostrado despercebidos, mas que muitos deles têm grande valor.
Esta é o meu apelo ao Eduardo Teixeira.
Carla Carvalho - Vila Cova da Lixa
Desafio o Dr. Caldas Afonso, para demonstrar a sua coragem, que participe numa convenção interpartidária – em que não entre o MSP, porque não é um partido – e que olhe, olhos nos olhos, certos companheiros do seu partido, como, por exemplo, Eduardo Teixeira, Alírio Costa e Carlos Alves, e figuras de outros partidos, como, por exemplo, Eduardo Bragança, Francisco Almeida, Marques da Silva e Santos Pinho.

Tenho a certeza absoluta que não tinha coragem de lhes dizer, olhos nos olhos, o que disse na entrevista ao Expresso de Felgueiras.
João Ferreira - Margaride
O Dr. Caldas Afonso e o seu par no lugar de vereação PSD na Câmara são os principais responsáveis por Felgueiras continuar a ser uma “ilha”, sem uma política séria para o concelho e onde todos (quase) têm medo de falar. A colagem ao movimento independente de Fátima Felgueiras é um gesto de descaramento e de sabotagem aos nobres princípios pelos quais se devem reger as atitudes políticas.

A entrevista em causa foi, de facto, bem agendada e o Dr. Caldas Afonso foi o protagonista desse frete. Não acredito que o Dr. Caldas Afonso seja assim tão inocente para não perceber a tramóia em que se meteu.

O povo votou em Fátima Felgueiras, mas, mesmo que não quisesse, tinha poucas alternativas para que o concelho não caísse no desgraçado poder desta gente. Venha o diabo e escolha!
António Costa - Margaride
Não posso concordar com as afirmações produzidas pela leitora D. Maria Emília Silva, que fez insinuações graves em relação aos participantes deste blogue. Não somos terroristas ao ponto de os nossos comentários não deverem ser publicados.
A senhora diga-me, por favor: qual o espaço semelhante ao Diário de Felgueiras para serem abordados assuntos de grande interesse político do nosso concelho? Nos jornais locais? Na rádio local? Estes já estão controlados.
A D. Maria Emília devia dispensar a sua intromissão nas opções e prioridades de vida do senhor José Carlos Pereira, que é adulto há muito tempo. Ele dispensa, certamente, os seus elogios, porque estes já vêm envevenados.
De resto, reitero tudo o que escrevi neste fórum e o que outros leitores escreveram.
Viva o Diário de Felgueiras!
Fernando Ribeiro - Margaride
É impressionante como os leitores que participam nos fóruns temáticos desse blogue têm uma apetência exagerada para condenarem pessoas de bem, de forma tão cruel, sem dor nem piedade.
Reconheço o papel do senhor José Carlos Pereira enquanto pessoa de causas, que diz lutar por uma maior abertura democrática na sociedade felgueirense. Contudo, não compreendo por que aceita dar voz a esta gente, que tem objectivos perversos. Sei que não faz “fretes” a ninguém, nem aos que lhe são próximos e amigos; sei que faz o que faz por um reconhecido idealismo, por “conta própria”, mas isso não quer dizer que esteja inteiramente certo e não lhe dá o direito de incluir no blogue tudo o que lhe mandam.

O autor deste blogue é uma pessoa inteligente e culta, devia perder menos energias e a gastar menos a saúde que não tem com estas pessoas. Escreve tão bem, que não compreendo ter trocado a literatura e a poesia por tarefas menos nobres. Digo isto, não para o condenar, mas porque, como felgueirense que sou, ainda tenho alguma consideração e estima pela sua pessoa, apesar de não ter comigo qualquer ligação.

Deixem em paz o Dr. Caldas Afonso! Acho que faz muito bem não seguir o PS na linha de combate à Dr.ª Fátima Felgueiras. É tempo deste concelho ter paz. É tempo de trabalhar pelo desenvolvimento de Felgueiras.
Fico contente com o comportamento civilizado dos senhores vereadores do PSD, que estão a desempenhar um papel importantíssimo para bem do concelho, ao lado da senhora Presidente da Câmara.
Maria Emília Silva, funcionária pública - Margaride
“Estamos no patamar da tomada do poder em Felgueiras…”

Provavelmente quando Caldas Afonso, primeiro vereador do PSD, proferiu esta frase estava com o mesmo sorriso que ilustra a sua entrevista, riu-se de si próprio, riu-se da chalaça que tinha acabado de proferir. A entrevista é um hilariante antídoto para desanuviar qualquer cólica infantil de um recém-nascido.

Calda Afonso revela uma confrangedora ingenuidade política ao longo da entrevista. Chama para si e para o PSD todas as irresponsabilidades políticas praticadas por este executivo. Vai ao ponto de clamar que é o PSD que marca a agenda política no executivo municipal. Dito por outras palavras, são os vereadores do PSD que ditam as propostas, impõem as regras, é o programa eleitoral do PSD que está a ser executado.

Um dos aspectos que não posso deixar em claro é afirmação desprestigiante, jocosa e grosseira sobre os elementos do Movimento Sempre Presente, “… o Movimento Sempre Presente se esgota na Dr.ª Fátima Felgueiras.”, ou seja, o resto é paisagem, não valem nada, não tem significado, nem expressão política, incluindo os restantes vereadores eleitos pelo MSP. Este tipo de afirmações representa “uma política de terra queimada”. Não estou preocupado com este tipo de actuação e de convivência, mas este tipo de afirmações só descredibilizam quem as profere.

Com este tipo de vereadores, o PSD acabou em Felgueiras. Nem uma palavra para a Comissão Política Concelhia, ignorou-os pura e simplesmente. Não quer saber deles para nada, não existem, porque “afinou a estratégia com a distrital e a nacional”. Fechem a porta! Aproveitem a altura de férias, que assim a vergonha é menor.

Uma das facetas reveladas é a xenofobia existente no discurso de Caldas Afonso. Por duas vezes proferiu que “não quer assumir Felgueiras como um Líbano”. Que sabe acerca do Líbano? Que mal lhe fizeram os libaneses? Pelas palavras de Caldas Afonso concluo que se deve deliciar em frente da televisão a ver a carnificina praticada no Líbano. Que falta de imaginação! Numa altura destas, onde, neste preciso momento, a guerra espanta os ares daquela região do mundo e faz vítimas mortais, inclusive crianças – pobres inocentes –, o facto de alguém com responsabilidades políticas em Felgueiras andar a usar o Líbano como exemplo é condenável. O mínimo que se exige é um pedido de desculpa por parte do PSD, por este acto hediondo, praticado por parte de um dos seus vereadores. Grave do ponto de vista humano…

Mas aquilo que me levou a escrever este meu comentário é os disparates proferidos sobre o meu partido.

Primeiro gostaria de aconselhar que, antes de falar, primeiramente, deve falar pela sua própria cabeça e não servir de porta-voz de ninguém; deixe que seja o MSP a falar. Não se transforme num “moço de recados” do MSP.

Segundo, os horizontes políticos do Dr. Caldas Afonso são proporcionais ao seu tamanho e, como tal, não lhe é possível vislumbrar os horizontes do PS. De facto, e muito bem, o PS afastou-se da lógica do poder, porque o PS não pode pactuar com um poder oportunista, iníquo e populista. Onde está a justiça social? A protecção ao tecido empresarial? Os impostos municipais deviam ser uma preocupação de todos. Infelizmente, isso não diz nada ao Dr. Caldas Afonso, apenas se lembrou disso em campanha eleitoral…

Não posso terminar sem antes lembrar que só agora Caldas Afonso se preocupa com a falta de emprego em Felgueiras, e apresenta-se como um felgueirense preocupado com as pessoas do nosso concelho. É lamentável que o mesmo Caldas Afonso não se tenha lembrado dos felgueirenses quando criou emprego em Fafe, investiu capital e foi gerar postos de trabalho e riqueza para outro concelho.

Acorde para a realidade e não se deixe embalar no conto de fadas. Só um neófito politicamente pode acreditar que Fátima Felgueiras não será candidato de novo…
Inácio Lemos
(Militante e ex-líder da Concelhia do PS/Felgueiras)

Carta aberta ao Dr. Marques Mendes,

Presidente nacional do PSD:


Chamo-me Ana Isabel Lopes, social-democrata de formação – tal como toda a minha família, que me incutiu os princípios protagonizados por Sá Carneiro e por um Olof Palme.

A entrevista dada hoje pelo seu companheiro Caldas Afonso a um jornal cá do nosso concelho demonstra que a escolha que o senhor fez para candidato à Câmara de Felgueiras nas últimas autárquicas foi um enorme erro. É que os dois vereadores do PSD estão a defraudar as expectativas dos 10 mil eleitores, que, neste momento, estão decepcionados com a actuação do PSD no executivo camarário. Como pode ver, e como alguém vem muito bem alertando, o PSD de Felgueiras, actualmente, é o (e não um) partido-satélite do movimento da Dr.ª Fátima Felgueiras. Ao outro dia das eleições, todos os felgueirenses acreditavam que ir ser o PS que ia andar anos e anos à volta da órbita política da Dr.ª Fátima Felgueiras, dada a afectividade durante muitos anos entre os autarcas socialistas e a presidente da Câmara, mas o PS tomou um rumo que, não obstante não ser sua simpatizante, admiro.

Confesso que tenho admiração pelo Dr. Marques Mendes, porque veio “pegar” no partido a nível nacional em circunstâncias muito adversas. Essa admiração saiu reforçada quando, nas últimas autárquicas, o senhor não aceitou nas listas do partido o major Valentim Loureiro e Isaltino de Morais. Porém, o que se está a passar em Felgueiras, com uma política de “braço dado” do PSD com o movimento da Dr.ª Fátima, é um cenário que lhe vem tirar os justos argumentos em relação a Gondomar e a Oeiras.

De maneira que acredito que o senhor não vai olhar a amizades e vai pôr termo a esta situação. Os senhores vereadores do PSD estão a ser inimigos do desenvolvimento em Felgueiras, do progresso e da própria liberdade de expressão, ao pactuarem com as atitudes surrealistas do movimento da Dr.ª Fátima. O menosprezo pela Concelhia do PSD Felgueiras ficou bem patente, quando o Dr. Caldas Afonso diz que combina a estratégia política com a Distrital.

Se o Sr. Dr. não puser termo a isto, pode crer que vai acabar por sofrer um grande desgosto. Eu sei do que falo.

Cumprimentos.

Isabel Lopes – Borba de Godim
Ao que tu chegaste, PSD/Felgueiras?

Nem uma palavra, nem um comentário, os membros da Concelhia, com esta entrevista de Caldas Afonso, levaram com um gato morto na cara e não reagem?!...

Com que então a estratégia política do PSD para o município é combinada entre os dois vereadores do partido na Câmara e a Distrital social-democrata, presidida por Agostinho Branquinho, sem passar pela Concelhia ? Essa é boa?

A Concelhia deixa-se assim levar, não reage, está morta?

Em 30 anos de Poder Local, o PSD nunca foi poder em Felgueiras e, da forma que está a proceder, vai esperar mais 30 anos para lá chegar. O PSD/Felgueiras foi e será sempre o segundo partido mais votado. Esta sua condição basta-lhe para ir gozando dos favores que o poder lhe dá.

Tenham dignidade!
Fernando Ribeiro - Margaride
O Dr. Caldas Afonso comparou o PS/Felgueiras ao PCP e ao BE, dizendo que não é um partido que aspira ao poder, que é um partido pequeno.

Primeiro começo por dizer que o Dr. Caldas Afonso se quisesse entrar no BE ou PCP, não teria lugar, porque não o iam querer, de certeza.

Segundo, quem é o Dr. Caldas Afonso? A que órgãos superiores do PSD pertence? Nenhum, porque não percebe patavina de nada, a não ser de pediatria. O Dr. Caldas foi uma escolha de recurso do PSD/Felgueiras para candidato à Câmara, porque o seu partido em Felgueiras andou sempre divido em questiúnculas pessoais.

A entrevista do Dr. Caldas é a prova inequívoca que em Felgueiras não há massa crítica, muito menos no PSD. Se não, o senhor vereador era logo corrido de militante. O senhor líder da oposição na Câmara nem sequer é o quinto vereador do movimento Sempre Presente. Quando diz que é o PSD que faz a agenda política dá-me vontade de rir, e, dessa forma, está a dizer que é o vice-presidente da Câmara Municipal. O Sr. Caldas está habituado a ser médico de crianças e, como tal, pensa que os 60 mil felgueirenses são todos crianças.

O Dr. Caldas para fazer frente ao PS/Felgueiras tem que se pôr em bicos de pés, porque é muito pequenino, em termos políticos. No PS/Felgueiras há homens de barba rija; no PSD, não há, e lá toda a gente manda e ninguém acaba por mandar.

Há dias ouvia dizer de um militante do PSD que a sede do seu partido precisa de dois sacos de creolina, para desinfectar toda a estrutura. Isso é verdade.

Dr. Caldas, segure-se! Já vi muitos políticos metidos assim, e por muito menos do que o senhor anda a fazer levaram que contar.
Fernanda (militante do PS) - Lixa
Qual vai ser a resposta dos homens críticos, dentro do PSD, em relação a Caldas Afonso? Vão estar calados. Onde estão Francisco Cunha, Eduardo Teixeira, João Sousa, Alírio Costa e todos os que estão revoltados com a postura de Caldas Afonso e de Luís Lima?
Só há uma solução: ou a Concelhia tira imeditamente a confiança aos vereadores ou demite-se, impotente que está em relação ao problema.
Militante do PSD devidamente identificado
O cúmulo da dignidade e o cúmulo da fraqueza: há dois dias o JCP escreveu um excelente artigo sobre um Afonso (o Zeca), que é um dos maiores exemplos de dignidade deste país; hoje sai um frete, entrevista de outro Afonso (o Caldas), que é o cúmulo da fraqueza humana.

O Dr. Caldas tem necessidade disto?
José Lemos - Sendim
Caro primo, arranjei-te uma entrevista no Expresso e já sabes que o vais dizer. Agora é que vais ver se tens quem te faça frente dentro da Concelhia ou não. Ninguém! Vão se remoer de raiva, mas nenhum terá coragem para levantar a voz. E desta feita matamos dois coelhos com um tiro: o PSD prossegue esta senda colaboracionista e a Concelhia do PS começa a ter dificuldades de articular a sua acção com os críticos laranjas.

Vês, primo, como sou inteligente: afinal, até fui eu que arranjei que fosses tu o candidato do PSD, com as minhas patranhas, que até o Chico Cunha ficou surpreendido. O Marques Mendes engoliu o engodo.
Paula - Lordelo
A Dr.ª Fátima Felgueiras está de parabéns, porque conseguiu conquistar o conluio político do Dr. Caldas Afonso, primeiro vereador do PSD (ou melhor dizendo, o 5.º vereador do Movimento Sempre Presente). O Dr. Caldas defende de tal maneira a Presidente da Câmara que nem o Chefe de Gabinete da autarquia o faria com tamanho brilhantismo.

Diz o Dr. Caldas Afonso que isto não é o Líbano. Engana-se! Onde estava o Dr. Caldas Afonso na noite das agressões ao Dr. Francisco Assis, em Maio de 2003? Não foi o Dr. Marques Mendes que disse, na pré-campanha eleitoral para as autárquicas, em Felgueiras, que o nosso concelho já estava farto de ser notícia no país pelos piores motivos? Onde esteve o Dr. Caldas Afonso durante os últimos seis anos, com os sucessivos escândalos políticos em Felgueiras motivados pelo imbróglio do “saco azul”? Esteve a aguardar o desenvolvimento dos acontecimentos e, numa demonstração da sua frágil personalidade política, só avançou com candidatura à Câmara quando, erradamente, pensou que ia tirar partido da divisão da família socialista, ou seja entre o PS e o Sempre Presente.

É mais uma anedota quando o Dr. Caldas diz que o PSD está no patamar da tomada do poder (risos). Não diga o Dr. que está a pensar em fazer um golpe de estado? Ele é que vai ser o general? (risos) Vi-o na sexta-feira na Assembleia Municipal, passou a boa parte do tempo a falar com a Presidente da Câmara. No final, respirou fundo e disse-lhe: “Correu bem”. E os seus companheiros, do PSD, ali estavam na bancada sem saberem o que fazer ao seu voto, porque estão “órfãos” dos seus dois vereadores. Depois, o Dr. Caldas diz que a Dr.ª Fátima Felgueiras, em 2009, não se vai candidatar. É esse o isco lançado pela Sr.ª Presidente da Câmara, que, reconheça-se, tem inteligência necessária para atrair os adversários. É essa a mensagem que o Dr. Caldas passa aos presidentes de Junta do PSD. Mais uma fraqueza, Dr. Caldas? O Sr. só avança quando acha que o inimigo é fraco? Ou será que o Dr. se vai candidatar pelo Movimento Sempre Presente, vislumbrando que o seu primo (o vereador Dr. Horácio Reis) lhe dê o apoio. Só que este, também, quer ser presidente!

O mais grave das palavras do Dr. Caldas Afonso é quando diz que a sua estratégia política está articulada com a direcção Distrital do PSD/Porto, liderada por Agostinho Branquinho. No entanto, neste aspecto não é referida uma palavra sobre Concelhia local. É óbvio que esta está dividida por causa da atitude dos vereadores (de colaboracionismo) com a Dr.ª Fátima Felgueiras.
Isto é grave, porque depreende-se que a Distrital está a intrometer-se nos destinos do PSD local sem que este seja tido e achado.

Seria bom que alguém da Concelhia viesse falar sobre esta clara ingerência.
João Castro (simpatizante do PSD), Felgueiras