Federação Nacional das Cooperativas de Produtores Florestais FCRL
ESTRATÉGIA DE PREVENÇÃO
A Direcção da FENAFLORESTA, reuniu ontem, 17 de Agosto, data que se pretende muito importante para o sector florestal, pois foi aprovada em reunião de conselho de ministros a primeira estratégia florestal nacional (ENF) que Portugal pretende implementar. Da Ordem de Trabalhos constava uma primeira análise da estratégia aprovada bem como a sua relação com o flagelo dos incêndios rurais.
Tal como é sobejamente conhecida, a propriedade florestal é na sua esmagadora maioria detida por proprietários individuais, pelo que a nossa estrutura cooperativa nunca poderá demitir-se das responsabilidades inerentes à silvicultura destas áreas, quer seja com o objectivo de diminuir o risco de propagação dos incêndios, e não de ignição como já foi referenciado, quer seja com outros objectivos, sejam eles de cariz económico, ambiental ou social, tal como aparece defendido na estratégia nacional para as florestas.
Os primeiros quinze dias de Agosto vieram minar a confiança que em todos os órgãos de comunicação social se fazia sentir relativamente ao dispositivo de combate constituído para este ano, chegando, com as declarações do Senhor Ministro Dr. António Costa, a pôr-se em causa a coesão e necessária estabilidade entre três ministros deste governo.
Para a produção organizada na FENAFLORESTA, estes não são os verdadeiros cavalos de batalha que a floresta precisa, muito pelo contrário, a floresta nacional, enquanto bandeira do nosso país, deveria contar com o trabalho e empenho de todos os agentes, independentemente de interesses desvinculados da floresta.
As medidas propostas pela FENAFLORESTA, algumas delas abordadas na ENF, baseiam-se na elaboração do cadastro florestal, criação de uma rubrica no IRS para a limpeza de matas, medidas fiscais incentivadoras do proprietário florestal que pratique uma gestão florestal coerente, a implementação de medidas silvo-ambientais de compensação, valorização do trabalho desenvolvidos pelas Cooperativas e outras organizações de proprietários florestais, através de contratos programa, seguros florestais de grupo, entre outras medidas estruturais que deviam ser implementadas e prosseguidas na estratégia nacional para a floresta portuguesa.
Lançamos o desafio ao Estado para que ele seja o primeiro a dar o exemplo, para que simplifique os processos de financiamento e execute no terreno planos de gestão exemplares.