terça-feira, agosto 08, 2006

Fórum - Entrevista de Caldas Afonso (encerramento)

Envio tarde o meu comentário à entrevista do Dr. Caldas Afonso porque só hoje, quarta-feira, é que regressei a casa, de férias. No entanto, penso que este meu artigo não perde a sua razão de ser.

Já vi (aliás, li) que muito já se disse neste fórum. Partilho com a grande maioria dos leitores participantes uma ideia concreta sobre as afirmações produzidas pelo principal vereador do PSD.

Também sou de opinião que o Dr. Caldas Afonso não foi feliz em várias declarações que fez ao “Expresso de Felgueiras”, principalmente as seguintes:

1) A Concelhia do PSD de Felgueiras não é ouvida na estratégia idealizada entre os vereadores do partido e a Distrital;

2) O PSD é que faz a agenda política da Câmara;

3) A Dr.ª Fátima não vai ser candidata à Câmara;


Sobre a primeira, é pena que ninguém da Concelhia do PSD venha a terreiro defender a sua honra, tais como Francisco Cunha e Eduardo Teixeira. Agostinho Branquinho, líder da Distrital, devia explicar publicamente o que se passa no que respeita à concertação da estratégia política e por que é que a Concelhia não é considerada nesse processo.

Sobre o alegado facto de o vereador que do PSD dizer que é o seu partido que faz a agenda política da Câmara, isso também é grave, verifica-se, então, uma Coligação pós-eleitoral PSD/MSP, o que demonstra uma grande incoerência, porque, oficialmente, o PSD nacional é contrário a coligações deste género.

O facto de o Dr. Caldas Afonso dizer que a Dr.ª Fátima Felgueiras não se vai candidatar em 2009 revela que há um acordo secreto entre ambos e que o vereador vai desertar para o MSP.


A situação no PSD de Felgueiras é deveras dramática. A generalidade da Concelhia está revoltada contra a atitude dos vereadores do partido; os militantes ainda mais revoltados estão. Porém, ninguém quer vir a público denunciar Caldas Afonso e Luís Lima. Este último, devido à contestação interna, sendo também da Comissão Política, devia demitir-se desta.


Compreendo que Francisco Cunha e Eduardo Teixeira, a escassos meses das eleições para a estrutura local, não se queiram pronunciar, para não serem acusados de serem os autores da divisão já instalada. Contudo, Eduardo Teixeira foi sempre aquela pessoa dentro do partido que esteve sempre pronta a ajudar os felgueirenses que não comungam com as ideias da maioria política da Dr.ª Fátima Felgueiras. É o elemento da Concelhia que mais tem ligação directa com as bases e com os eleitores. É o único dentro do PSD que tem coragem para defrontar a presidente da Câmara. Se conseguir arranjar um bom leque de militantes descomprometidos, poderá dar um rumo importante à Concelhia, para definir o seu “território”. Porque não tenhamos dúvidas: como as coisas estão dentro do PSD, se a Dr.ª Fátima “cair” politicamente (por um motivo ou outro), o PS voltará ser poder. Não podemos ficar contentes pelo PSD ser a força política n.º 2 no concelho, com 10 mil votos.
Pedro Sampaio (simpatizante do PSD) - Lagares
O último comentário, do sr. José Lemos, de Margaride (penso que se trata do sr. José Lemos da Junta de Margaride), é muito inoportuno, a não ser que esteja a fazer humor e, portanto, a dar sentido inverso a esse comentário.

Dizer que a intervenção democrática do sr. José Carlos Pereira (JCP) que é “dar pérolas a porcos”, desculpe que lhe diga, é algo de grosseiro. É o mesmo que apelar para que baixemos os braços e que deixemos os outros apoderarem-se do nosso poder de intervir, reagir e propor uma sociedade melhor, mais evoluída e mais moderna. É o mesmo que dizer que nos tirem o Pão…

Não sou pessimista nem louca, avalio a realidade, e é daqui que formulo uma ideia (discutível, é óbvio), contribuindo para uma sociedade mais sóbria sobre o que pretende, onde as opções e opiniões dos cidadãos não sejam compradas com promessas de um emprego ou de favorecimentos ilegais.

Numa sociedade minimamente ideal o acto de propor é bem aceite e o acto de debater a proposta é totalmente livre, sem pressões, sem medos, sem cumplicidades…. É o que acontece nos países nórdicos e, pelo que li neste blogue, não foi o que aconteceu na última sessão da Assembleia Municipal (AM).

Pergunto: não será um “pecado social” vários membros da AM com a intenção de votar contra a proposta da SA e, lá porque alguns disseram que se iam abster, votam a favor? Que conceito têm das suas responsabilidades, das suas competências e atribuições? Nisso o Sr. José Lemos tem razão: no concelho não há 65 pessoas que saibam o que isso é (número exacto dos membros da AM)?

Entendo que o papel do editor deste blogue é muito útil, importantíssimo e é uma porta aberta para a liberdade de as pessoas se expressarem livremente. É certo que, para tal, é preciso aguentar pressões, sacrifícios e até mesmo a solidão, pois são raríssimas as pessoas que nesta terra tenham propósito idêntico ao do sr. JCP. Parece que não, mas as sementes ficam lançadas e algum fruto se há-de colher, mais tarde ou mais cedo.
Isabel Lopes (simpatizante do PSD ) - Borba de Godim
Caro amigo Zé Carlos:


Sei que tens sido, abnegadamente, um extraordinário entusiasta pela Democracia em Felgueiras, denunciando esquemas e informando a opinião pública mais atenta com noticiário de âmbito geral no teu blogue.

Sei que fazes esse trabalho jornalístico, verdadeiramente imparcial, desinteressadamente, com prazer e paixão.

No entanto, acho que estás a consumir a tua rica cabeça com assuntos que, penso eu, não irão levar a nada. Gostaria de me enganar. Como se verificou, segundo F.F., “Felgueiras é uma terra de nabos”. Por conseguinte, é a mesma coisa que dar pérolas a porcos. Se não, vê, compara e analisa bem: em todo o concelho não há 65 pessoas que saibam o que é, para que é e como funciona uma Assembleia Municipal…

José Lemos - Margaride
Em primeiro lugar, gostaria de cumprimentar o editor deste blogue pela sua coragem, pela sua independência e determinação, mostrando ser um homem de causas, que, desta forma, dá voz àqueles que não a têm, tendo em conta a imparcialidade discutível dos actuais órgãos de informação do concelho, bem como de alguns homónimos.

Em segundo lugar, dizer-lhe que estou de volta, após uma ausência de cerca de um ano, agora que me encontro a gozar um período curto e merecido de férias, em virtude ter emigrado para um país da Europa, na procura de melhores condições de vida e, porque não dizê-lo, motivado negativamente pelo estado sócio-cultural do nosso concelho, que, com o regresso de Fátima Felgueiras, ficou bem patente, desnudado, à mercê das críticas veiculadas pela Comunicação Social.

Em terceiro lugar, de novo para o editor deste blogue, gostaria de felicitá-lo de modo particular, pelo seu artigo sobre o saudoso Zeca Afonso, de quem sou também um grande admirador, não dispensando uma audição regular (quase diária) das suas músicas, hábito que também se estende aos meus “rebentos”. Só espero que, por isso, não me apelidem de “comunista”! Não porque isso fosse para mim um insulto, mas por maldosamente colarem o autor ao PCP.

Agora, sim, um breve e modesto comentário à entrevista do candidato do PSD às últimas autárquicas, actualmente vereador do Executivo.

Muito daquilo que gostaria de dizer já foi dito pelos outros leitores que têm aqui publicado os seus comentários. Contudo, não posso deixar de me pronunciar sobre o conteúdo (pobre) da entrevista, deixando alguns apontamentos:

1 – A entrevista no tempo

Parece-me estranho – não só para mim, ao que parece – que Caldas Afonso (CA) venha nesta altura dar uma entrevista, respondendo apenas àquilo que outros queriam que respondesse (ingénua ou voluntariamente, não sei), justificando o injustificável, como que se desculpabilizando pelas atitudes que tem vindo a tomar, sobretudo quanto às questões mais polémicas dos últimos tempos. Cheira-me a colaboracionismo, numa operação de branqueamento das decisões polémicas tomadas nos últimos tempos, por parte de quem tem o Poder (um deles seu parente, como alguém já referiu aqui!). Uma demonstração clara de que não tem ideias próprias para resolver os problemas da população. E de nada lhe vale o seu tom pesaroso quando se refere aos pobres desempregados do concelho, que não precisam de caridade, mas, sim, de quem os possa realmente ajudar. Vem-me logo à ideia aquelas assistentes sociais que vão de carro de luxo e vestidos com roupas e calçado caros visitar os carenciados aos bairros sociais.

2 – As relações dos vereadores do PSD com a Concelhia.

Também estranhei, ou nem por isso, o ziguezaguear do seu discurso quando o entrevistador lhe coloca as questões sobre esta problemática. Se, por um lado, não me surpreende a total desconexão com a Direcção da Concelhia, algo de surpreendente parece o facto de os problemas do concelho serem tratados directamente com a Distrital e até com os órgãos nacionais do Partido, passando-se, assim, por cima dos órgãos concelhios. Uma outra curiosidade, é o facto de, depois de ter votado favoravelmente a aquisição do imóvel situado nas traseiras dos Paços do Concelho, ter concluído que não havia provas concludentes sobre a possibilidade de financiamento do mesmo e, numa acção concertada com o Presidente da Junta (PJ) da Refontoura (individualmente e não com a bancada do Partido, note-se!), ter decidido pedir a retirada do assunto da ordem de trabalhos. A propósito do PJ da Refontoura, não sei o que me parece a forma como este lidou com o incidente ocorrido na reunião da Assembleia Municipal, dando a ideia de que a Bancada deu como provada a alegada manipulação do autarca de Barrosas, o tal de quem se diz estar-lhes a dar - a eles PSD - água pelas barbas, descredibilizando publicamente o Vice-Presidente da Concelhia e vice da Bancada do Grupo Municipal da Assembleia.

3 – A não recandidatura de Fátima Felgueiras

Pelas afirmações de CA, sobre esta questão, estou muito sinceramente inclinado a pensar que o vereador é mesmo ingénuo e deixa-nos uma dúvida: Está mesmo convencido da leitura que faz sobre o assunto - utilizando as palavras do próprio - e cairá no engodo, como tão bem sabe fazer a edil felgueirense, atento o seu passado, ou estará a colaborar numa estratégia pouco clara e transparente, arrastando o seu Partido para um caminho sem saída e não no “patamar da tomada do poder” (qual golpe de estado latino-americano?!) ou na “lógica de Poder”, como diz. Quero, apesar de tudo, pensar que a primeira hipótese é a mais provável e acreditar na sua ingenuidade.

4 – Que ideias para o concelho.

Fica provado que CA, tal como disse José Campos – a quem auguro vida difícil no Executivo, face à aliança SP/PSD, que até há pouco também contava com o beneplácito do Presidente da C+S de Airães – plagiou o programa eleitoral da candidatura do PS, e, para além de umas frases feitas, que qualquer leigo é tentado a utilizar, pouco nos diz sobre as soluções que preconiza para resolver os verdadeiros problemas dos munícipes. Atente-se que agora os elementos do PSD têm uma informação mais pormenorizada sobre o estado em que está a Autarquia, num espectro de caos financeiro legado por aqueles que apelam agora à sua colaboração. Mas, por aquilo que nos é dado a perceber, estão muito pouco informados sobre os dossiers mais importantes. Senão vejamos: Nas referências ao contrato com a “Águas do Ave, S.A”, ignora que o Município ainda não aderiu àquela empresa, apenas manifestando interesse em integrar a mesma, como então foi publicitado.

Sobre a aquisição do tão falado imóvel nas traseiras da Câmara, infere-se das suas palavras que não terá estudado bem o processo, pois arrependeu-se de ter votado ao lado do SP, face às proporções que o caso estava a tomar internamente, e vem agora colar-se à proposta do autarca da Refontoura, que, segundo me disseram, não agiu concertadamente com CA, como este referiu, mas por ser pressionado pelos colegas de bancada, numa reunião dita preparatória e que durou até às tantas, uma vez que, inicialmente, aquele tencionava votar favoravelmente aquela proposta.

Sobre a constituição da famosa S.A. de Várzea (perdoem-me o título, para gáudio do autarca de Várzea), pouco nos adianta sobre o assunto, querendo convencer os leitores que está mesmo convencido e que crê no sucesso desta medida, achando que lhe basta o argumento de que duas ou três multinacionais vão aderir à empresa. Mas será que acredita mesmo? Por mim, acho que tem tantas dúvidas como aqueles que votaram contra. Ai, como eu quero tanto que o Dr. Marques da Silva não tenha razão!...

5 – Conclusão
Como já havia transmitido antes, entendo que esta entrevista tem pouco sumo. Nada nos diz sobre o que se pretende para o futuro do concelho. O entrevistado por diversas vezes não consegue concluir as suas respostas, como se pode ver nas várias reticências no final das respostas. A não ser que o entrevistador o tenha interrompido, o que não deverá ter acontecido, uma vez que não era em directo.

Nota-se que CA, sem prejuízo do seu prestígio como médico pediatra, afinal não tem perfil para ser presidente de uma Câmara.

Quanto às referências aos ditos pequenos partidos, devia guardar-lhes mais respeito. De uma coisa não os pode acusar, a de que não têm convicções e que não lutam por causas, mesmo que circunstancialmente possam não ser as melhores. O PSD de Felgueiras, esse não tem convicções, não tem causas. Pois, não se pode considerar causas os interesses individuais ou sectaristas de alguns iluminados ou facções de uma qualquer organização político-partidária.


Nota: Com este meu comentário, não pretendo ferir susceptibilidades, nem pôr em causa a honorabilidade das pessoas visadas, mas apenas criticar a postura destes enquanto figuras públicas e enquanto autarcas eleitos pelo povo, que devem aceitar a crítica.

Apesar de me encontrar, temporariamente, a laborar no estrangeiro, não posso deixar de me sentir no gozo dos plenos direitos de cidadão português e exercer o meu direito/dever de cidadania.

Quero aproveitar a oportunidade para exortar os emigrantes portugueses e (porque não?) também os imigrantes no nosso país a participarem na discussão e na crítica da vida política e social das nossas localidades. Não deixem que pensem que os emigrantes são um bando de ignorantes, de “maçons” ou “femme de menages”.

Para terminar, uma sugestão: CA devia aparecer na Meta de Santa Quitéria montado numa bicicleta de corrida, em vez do seu bonito Porsche, equipado a rigor com uma bela e vistosa roupa de ciclista. Ficaria bem nos jornais e na TV, a entregar prémios aos ciclistas vencedores. Quanto ao seu colega na vereação, para esse é difícil fazer o mesmo, não terá a mesma condição física. Talvez arranje uma boleia de helicóptero, vestido com a indumentária da Confraria do Vinho, que tão bem lhe fica. Uma boa jogada de antecipação a FF, sem dúvida. É que a chegada da etapa a Felgueiras vai ser mais uma boa oportunidade para o “show-off”, na linha de outros eventos recentes.


Alberto Magalhães - Varziela
Mando um pequeno apontamento, porque já alguns leitores deixaram escrito muito do que penso sobre a entrevista do Dr. Caldas Afonso.
Entendo que a Concelhia foi insultada nessa entrevista. O presidente da Distrital devia vir esclarecer, se é que é verdade, por que motivo a estratégia é combinada entre os vereadores, a Distritral e a estrutura nacional, não sendo ouvida a Comissão Política de Felgueiras. Até parece que foi retirada a confiança política à Concelhia!
Acho que Eduardo Teixeira, que tem sido a voz mais incómoda para os vereadores do PSD, devia concertar com as pessoas certas do partido para avançarem com uma lista candidata à liderança da Comissão Política, independentemente de que venha a liderar a mesma.
Para isso, deve concertar esforços com militantes como, por exemplo, Carlos Alves, Bruno Pinheiro, Alírio Costa, João Sousa e até militantes que se têm mostrado despercebidos, mas que muitos deles têm grande valor.
Esta é o meu apelo ao Eduardo Teixeira.
Carla Carvalho - Vila Cova da Lixa
Desafio o Dr. Caldas Afonso, para demonstrar a sua coragem, que participe numa convenção interpartidária – em que não entre o MSP, porque não é um partido – e que olhe, olhos nos olhos, certos companheiros do seu partido, como, por exemplo, Eduardo Teixeira, Alírio Costa e Carlos Alves, e figuras de outros partidos, como, por exemplo, Eduardo Bragança, Francisco Almeida, Marques da Silva e Santos Pinho.

Tenho a certeza absoluta que não tinha coragem de lhes dizer, olhos nos olhos, o que disse na entrevista ao Expresso de Felgueiras.
João Ferreira - Margaride
O Dr. Caldas Afonso e o seu par no lugar de vereação PSD na Câmara são os principais responsáveis por Felgueiras continuar a ser uma “ilha”, sem uma política séria para o concelho e onde todos (quase) têm medo de falar. A colagem ao movimento independente de Fátima Felgueiras é um gesto de descaramento e de sabotagem aos nobres princípios pelos quais se devem reger as atitudes políticas.

A entrevista em causa foi, de facto, bem agendada e o Dr. Caldas Afonso foi o protagonista desse frete. Não acredito que o Dr. Caldas Afonso seja assim tão inocente para não perceber a tramóia em que se meteu.

O povo votou em Fátima Felgueiras, mas, mesmo que não quisesse, tinha poucas alternativas para que o concelho não caísse no desgraçado poder desta gente. Venha o diabo e escolha!
António Costa - Margaride
Não posso concordar com as afirmações produzidas pela leitora D. Maria Emília Silva, que fez insinuações graves em relação aos participantes deste blogue. Não somos terroristas ao ponto de os nossos comentários não deverem ser publicados.
A senhora diga-me, por favor: qual o espaço semelhante ao Diário de Felgueiras para serem abordados assuntos de grande interesse político do nosso concelho? Nos jornais locais? Na rádio local? Estes já estão controlados.
A D. Maria Emília devia dispensar a sua intromissão nas opções e prioridades de vida do senhor José Carlos Pereira, que é adulto há muito tempo. Ele dispensa, certamente, os seus elogios, porque estes já vêm envevenados.
De resto, reitero tudo o que escrevi neste fórum e o que outros leitores escreveram.
Viva o Diário de Felgueiras!
Fernando Ribeiro - Margaride
É impressionante como os leitores que participam nos fóruns temáticos desse blogue têm uma apetência exagerada para condenarem pessoas de bem, de forma tão cruel, sem dor nem piedade.
Reconheço o papel do senhor José Carlos Pereira enquanto pessoa de causas, que diz lutar por uma maior abertura democrática na sociedade felgueirense. Contudo, não compreendo por que aceita dar voz a esta gente, que tem objectivos perversos. Sei que não faz “fretes” a ninguém, nem aos que lhe são próximos e amigos; sei que faz o que faz por um reconhecido idealismo, por “conta própria”, mas isso não quer dizer que esteja inteiramente certo e não lhe dá o direito de incluir no blogue tudo o que lhe mandam.

O autor deste blogue é uma pessoa inteligente e culta, devia perder menos energias e a gastar menos a saúde que não tem com estas pessoas. Escreve tão bem, que não compreendo ter trocado a literatura e a poesia por tarefas menos nobres. Digo isto, não para o condenar, mas porque, como felgueirense que sou, ainda tenho alguma consideração e estima pela sua pessoa, apesar de não ter comigo qualquer ligação.

Deixem em paz o Dr. Caldas Afonso! Acho que faz muito bem não seguir o PS na linha de combate à Dr.ª Fátima Felgueiras. É tempo deste concelho ter paz. É tempo de trabalhar pelo desenvolvimento de Felgueiras.
Fico contente com o comportamento civilizado dos senhores vereadores do PSD, que estão a desempenhar um papel importantíssimo para bem do concelho, ao lado da senhora Presidente da Câmara.
Maria Emília Silva, funcionária pública - Margaride
“Estamos no patamar da tomada do poder em Felgueiras…”

Provavelmente quando Caldas Afonso, primeiro vereador do PSD, proferiu esta frase estava com o mesmo sorriso que ilustra a sua entrevista, riu-se de si próprio, riu-se da chalaça que tinha acabado de proferir. A entrevista é um hilariante antídoto para desanuviar qualquer cólica infantil de um recém-nascido.

Calda Afonso revela uma confrangedora ingenuidade política ao longo da entrevista. Chama para si e para o PSD todas as irresponsabilidades políticas praticadas por este executivo. Vai ao ponto de clamar que é o PSD que marca a agenda política no executivo municipal. Dito por outras palavras, são os vereadores do PSD que ditam as propostas, impõem as regras, é o programa eleitoral do PSD que está a ser executado.

Um dos aspectos que não posso deixar em claro é afirmação desprestigiante, jocosa e grosseira sobre os elementos do Movimento Sempre Presente, “… o Movimento Sempre Presente se esgota na Dr.ª Fátima Felgueiras.”, ou seja, o resto é paisagem, não valem nada, não tem significado, nem expressão política, incluindo os restantes vereadores eleitos pelo MSP. Este tipo de afirmações representa “uma política de terra queimada”. Não estou preocupado com este tipo de actuação e de convivência, mas este tipo de afirmações só descredibilizam quem as profere.

Com este tipo de vereadores, o PSD acabou em Felgueiras. Nem uma palavra para a Comissão Política Concelhia, ignorou-os pura e simplesmente. Não quer saber deles para nada, não existem, porque “afinou a estratégia com a distrital e a nacional”. Fechem a porta! Aproveitem a altura de férias, que assim a vergonha é menor.

Uma das facetas reveladas é a xenofobia existente no discurso de Caldas Afonso. Por duas vezes proferiu que “não quer assumir Felgueiras como um Líbano”. Que sabe acerca do Líbano? Que mal lhe fizeram os libaneses? Pelas palavras de Caldas Afonso concluo que se deve deliciar em frente da televisão a ver a carnificina praticada no Líbano. Que falta de imaginação! Numa altura destas, onde, neste preciso momento, a guerra espanta os ares daquela região do mundo e faz vítimas mortais, inclusive crianças – pobres inocentes –, o facto de alguém com responsabilidades políticas em Felgueiras andar a usar o Líbano como exemplo é condenável. O mínimo que se exige é um pedido de desculpa por parte do PSD, por este acto hediondo, praticado por parte de um dos seus vereadores. Grave do ponto de vista humano…

Mas aquilo que me levou a escrever este meu comentário é os disparates proferidos sobre o meu partido.

Primeiro gostaria de aconselhar que, antes de falar, primeiramente, deve falar pela sua própria cabeça e não servir de porta-voz de ninguém; deixe que seja o MSP a falar. Não se transforme num “moço de recados” do MSP.

Segundo, os horizontes políticos do Dr. Caldas Afonso são proporcionais ao seu tamanho e, como tal, não lhe é possível vislumbrar os horizontes do PS. De facto, e muito bem, o PS afastou-se da lógica do poder, porque o PS não pode pactuar com um poder oportunista, iníquo e populista. Onde está a justiça social? A protecção ao tecido empresarial? Os impostos municipais deviam ser uma preocupação de todos. Infelizmente, isso não diz nada ao Dr. Caldas Afonso, apenas se lembrou disso em campanha eleitoral…

Não posso terminar sem antes lembrar que só agora Caldas Afonso se preocupa com a falta de emprego em Felgueiras, e apresenta-se como um felgueirense preocupado com as pessoas do nosso concelho. É lamentável que o mesmo Caldas Afonso não se tenha lembrado dos felgueirenses quando criou emprego em Fafe, investiu capital e foi gerar postos de trabalho e riqueza para outro concelho.

Acorde para a realidade e não se deixe embalar no conto de fadas. Só um neófito politicamente pode acreditar que Fátima Felgueiras não será candidato de novo…
Inácio Lemos
(Militante e ex-líder da Concelhia do PS/Felgueiras)

Carta aberta ao Dr. Marques Mendes,

Presidente nacional do PSD:


Chamo-me Ana Isabel Lopes, social-democrata de formação – tal como toda a minha família, que me incutiu os princípios protagonizados por Sá Carneiro e por um Olof Palme.

A entrevista dada hoje pelo seu companheiro Caldas Afonso a um jornal cá do nosso concelho demonstra que a escolha que o senhor fez para candidato à Câmara de Felgueiras nas últimas autárquicas foi um enorme erro. É que os dois vereadores do PSD estão a defraudar as expectativas dos 10 mil eleitores, que, neste momento, estão decepcionados com a actuação do PSD no executivo camarário. Como pode ver, e como alguém vem muito bem alertando, o PSD de Felgueiras, actualmente, é o (e não um) partido-satélite do movimento da Dr.ª Fátima Felgueiras. Ao outro dia das eleições, todos os felgueirenses acreditavam que ir ser o PS que ia andar anos e anos à volta da órbita política da Dr.ª Fátima Felgueiras, dada a afectividade durante muitos anos entre os autarcas socialistas e a presidente da Câmara, mas o PS tomou um rumo que, não obstante não ser sua simpatizante, admiro.

Confesso que tenho admiração pelo Dr. Marques Mendes, porque veio “pegar” no partido a nível nacional em circunstâncias muito adversas. Essa admiração saiu reforçada quando, nas últimas autárquicas, o senhor não aceitou nas listas do partido o major Valentim Loureiro e Isaltino de Morais. Porém, o que se está a passar em Felgueiras, com uma política de “braço dado” do PSD com o movimento da Dr.ª Fátima, é um cenário que lhe vem tirar os justos argumentos em relação a Gondomar e a Oeiras.

De maneira que acredito que o senhor não vai olhar a amizades e vai pôr termo a esta situação. Os senhores vereadores do PSD estão a ser inimigos do desenvolvimento em Felgueiras, do progresso e da própria liberdade de expressão, ao pactuarem com as atitudes surrealistas do movimento da Dr.ª Fátima. O menosprezo pela Concelhia do PSD Felgueiras ficou bem patente, quando o Dr. Caldas Afonso diz que combina a estratégia política com a Distrital.

Se o Sr. Dr. não puser termo a isto, pode crer que vai acabar por sofrer um grande desgosto. Eu sei do que falo.

Cumprimentos.

Isabel Lopes – Borba de Godim
Ao que tu chegaste, PSD/Felgueiras?

Nem uma palavra, nem um comentário, os membros da Concelhia, com esta entrevista de Caldas Afonso, levaram com um gato morto na cara e não reagem?!...

Com que então a estratégia política do PSD para o município é combinada entre os dois vereadores do partido na Câmara e a Distrital social-democrata, presidida por Agostinho Branquinho, sem passar pela Concelhia ? Essa é boa?

A Concelhia deixa-se assim levar, não reage, está morta?

Em 30 anos de Poder Local, o PSD nunca foi poder em Felgueiras e, da forma que está a proceder, vai esperar mais 30 anos para lá chegar. O PSD/Felgueiras foi e será sempre o segundo partido mais votado. Esta sua condição basta-lhe para ir gozando dos favores que o poder lhe dá.

Tenham dignidade!
Fernando Ribeiro - Margaride
O Dr. Caldas Afonso comparou o PS/Felgueiras ao PCP e ao BE, dizendo que não é um partido que aspira ao poder, que é um partido pequeno.

Primeiro começo por dizer que o Dr. Caldas Afonso se quisesse entrar no BE ou PCP, não teria lugar, porque não o iam querer, de certeza.

Segundo, quem é o Dr. Caldas Afonso? A que órgãos superiores do PSD pertence? Nenhum, porque não percebe patavina de nada, a não ser de pediatria. O Dr. Caldas foi uma escolha de recurso do PSD/Felgueiras para candidato à Câmara, porque o seu partido em Felgueiras andou sempre divido em questiúnculas pessoais.

A entrevista do Dr. Caldas é a prova inequívoca que em Felgueiras não há massa crítica, muito menos no PSD. Se não, o senhor vereador era logo corrido de militante. O senhor líder da oposição na Câmara nem sequer é o quinto vereador do movimento Sempre Presente. Quando diz que é o PSD que faz a agenda política dá-me vontade de rir, e, dessa forma, está a dizer que é o vice-presidente da Câmara Municipal. O Sr. Caldas está habituado a ser médico de crianças e, como tal, pensa que os 60 mil felgueirenses são todos crianças.

O Dr. Caldas para fazer frente ao PS/Felgueiras tem que se pôr em bicos de pés, porque é muito pequenino, em termos políticos. No PS/Felgueiras há homens de barba rija; no PSD, não há, e lá toda a gente manda e ninguém acaba por mandar.

Há dias ouvia dizer de um militante do PSD que a sede do seu partido precisa de dois sacos de creolina, para desinfectar toda a estrutura. Isso é verdade.

Dr. Caldas, segure-se! Já vi muitos políticos metidos assim, e por muito menos do que o senhor anda a fazer levaram que contar.
Fernanda (militante do PS) - Lixa
Qual vai ser a resposta dos homens críticos, dentro do PSD, em relação a Caldas Afonso? Vão estar calados. Onde estão Francisco Cunha, Eduardo Teixeira, João Sousa, Alírio Costa e todos os que estão revoltados com a postura de Caldas Afonso e de Luís Lima?
Só há uma solução: ou a Concelhia tira imeditamente a confiança aos vereadores ou demite-se, impotente que está em relação ao problema.
Militante do PSD devidamente identificado
O cúmulo da dignidade e o cúmulo da fraqueza: há dois dias o JCP escreveu um excelente artigo sobre um Afonso (o Zeca), que é um dos maiores exemplos de dignidade deste país; hoje sai um frete, entrevista de outro Afonso (o Caldas), que é o cúmulo da fraqueza humana.

O Dr. Caldas tem necessidade disto?
José Lemos - Sendim
Caro primo, arranjei-te uma entrevista no Expresso e já sabes que o vais dizer. Agora é que vais ver se tens quem te faça frente dentro da Concelhia ou não. Ninguém! Vão se remoer de raiva, mas nenhum terá coragem para levantar a voz. E desta feita matamos dois coelhos com um tiro: o PSD prossegue esta senda colaboracionista e a Concelhia do PS começa a ter dificuldades de articular a sua acção com os críticos laranjas.

Vês, primo, como sou inteligente: afinal, até fui eu que arranjei que fosses tu o candidato do PSD, com as minhas patranhas, que até o Chico Cunha ficou surpreendido. O Marques Mendes engoliu o engodo.
Paula - Lordelo
A Dr.ª Fátima Felgueiras está de parabéns, porque conseguiu conquistar o conluio político do Dr. Caldas Afonso, primeiro vereador do PSD (ou melhor dizendo, o 5.º vereador do Movimento Sempre Presente). O Dr. Caldas defende de tal maneira a Presidente da Câmara que nem o Chefe de Gabinete da autarquia o faria com tamanho brilhantismo.

Diz o Dr. Caldas Afonso que isto não é o Líbano. Engana-se! Onde estava o Dr. Caldas Afonso na noite das agressões ao Dr. Francisco Assis, em Maio de 2003? Não foi o Dr. Marques Mendes que disse, na pré-campanha eleitoral para as autárquicas, em Felgueiras, que o nosso concelho já estava farto de ser notícia no país pelos piores motivos? Onde esteve o Dr. Caldas Afonso durante os últimos seis anos, com os sucessivos escândalos políticos em Felgueiras motivados pelo imbróglio do “saco azul”? Esteve a aguardar o desenvolvimento dos acontecimentos e, numa demonstração da sua frágil personalidade política, só avançou com candidatura à Câmara quando, erradamente, pensou que ia tirar partido da divisão da família socialista, ou seja entre o PS e o Sempre Presente.

É mais uma anedota quando o Dr. Caldas diz que o PSD está no patamar da tomada do poder (risos). Não diga o Dr. que está a pensar em fazer um golpe de estado? Ele é que vai ser o general? (risos) Vi-o na sexta-feira na Assembleia Municipal, passou a boa parte do tempo a falar com a Presidente da Câmara. No final, respirou fundo e disse-lhe: “Correu bem”. E os seus companheiros, do PSD, ali estavam na bancada sem saberem o que fazer ao seu voto, porque estão “órfãos” dos seus dois vereadores. Depois, o Dr. Caldas diz que a Dr.ª Fátima Felgueiras, em 2009, não se vai candidatar. É esse o isco lançado pela Sr.ª Presidente da Câmara, que, reconheça-se, tem inteligência necessária para atrair os adversários. É essa a mensagem que o Dr. Caldas passa aos presidentes de Junta do PSD. Mais uma fraqueza, Dr. Caldas? O Sr. só avança quando acha que o inimigo é fraco? Ou será que o Dr. se vai candidatar pelo Movimento Sempre Presente, vislumbrando que o seu primo (o vereador Dr. Horácio Reis) lhe dê o apoio. Só que este, também, quer ser presidente!

O mais grave das palavras do Dr. Caldas Afonso é quando diz que a sua estratégia política está articulada com a direcção Distrital do PSD/Porto, liderada por Agostinho Branquinho. No entanto, neste aspecto não é referida uma palavra sobre Concelhia local. É óbvio que esta está dividida por causa da atitude dos vereadores (de colaboracionismo) com a Dr.ª Fátima Felgueiras.
Isto é grave, porque depreende-se que a Distrital está a intrometer-se nos destinos do PSD local sem que este seja tido e achado.

Seria bom que alguém da Concelhia viesse falar sobre esta clara ingerência.
João Castro (simpatizante do PSD), Felgueiras