quarta-feira, maio 31, 2006

Convite para um cafezinho

Convido todos os colegas de todos os blogues de Felgueiras não anónimos e decentes para um cafezinho ainda esta semana, tais como o Sérgio Martins, o Hélder Quintela, PCR, Inácio Lemos, os afectos ao Bloco de Esquerda e todos os restantes cujos nomes não me lembro agora.
Apontem um local, um dia e uma hora.
Venham mais cinco!
Um abraço do
JCP

segunda-feira, maio 29, 2006

Recursos

Um dos 10 militantes do PS/Felgueiras que foram recentemente expulsos pelo Conselho Nacional de Jurisdição socialista, no culminar de processos disciplinares levantados em virtude de terem concorrido pelo movimento “Sempre Presente”, anda extremamente irritado com a sanção máxima prevista nos estatutos do PS – a expulsão – e já disse por aí, algures, que vai recorrer para os tribunais… imagine-se, civis! É que o dito Conselho de Jurisdição é a entidade máxima partidária, cujas decisões não são passíveis de recurso interno.
O referido membro do movimento “Sempre Presente” explicou melhor: “Vou para os tribunais civis. Se não me for dada razão em primeira instância, recorrei para o Tribunal Constitucional e, se for necessário, daqui apelo ainda para o Tribunal dos Direitos Humanos da Comunidade Europeia”. E o dito homem do “Sempre Presente” ainda adiantou: “Se for preciso, arrolarei como testemunha no processo Eduardo Ferro Rodrigues para dizer aos juízes por que motivo, aquando da sua liderança do PS, retirou a confiança política a Fátima Felgueiras e não a Paulo Pedroso. Quero que explique essa dualidade de critérios. Não tive alternativa: fui obrigado a concorrer contra o partido”.
Só que aqui há um pequeno pormenor: o dito elemento “Sempre Presente”, na altura das tomadas de posição de Ferro Rodrigues sobre Fátima Felgueiras e Paulo Pedroso, em 2003, estava ao lado da filosofia do então líder nacional do PS.
Voltas que o mundo dá!

PCR está de volta!

Caro amigo
Paulo da Cunha Ribeiro (PCR):

Até que enfim! Embora chateado, muito chateado, estás de volta. Um dia destes temos que ir beber um copo - já agora o convite é extensivo aos restantes colaboradores do "Felgueiras 2005".
Precisamos de trocar ideias.

Um abraço do
JCP

O Endividamento (I) (Cartoon, de Paulo)

O Endividamento (II) (Cartoon, de Paulo)

domingo, maio 28, 2006

Pegunte ao "Jesus Decoded"

Está online a versão portuguesa de Jesus Decoded (www.jesusdecoded.com), que é o "site" que a Conferência Episcopal dos EUA criou como primeiro acesso à informação sobre os temas suscitados pelo livro "O Código de Da Vinci", de Dan Brown. Há um espaço neste "site" para quem quiser colocar perguntas.
O financiamento para este "site" da web foi providenciado pela Catholic Communication Campaign.
Como se vê, o DIÁRIO DE FELGUEIRAS está atento ao debate de ideias.

Dependência

O DIÁRIO DE FELGUEIRAS, apoiado em várias fontes, está em condições de avançar que um jornal de grande expansão no Vale do Sousa recebeu a proposta de um movimento político de Felgueiras no sentido de ser criada em Margaride uma dependência desse jornal (é isso mesmo: “dependência” e não “independência”).
As mesmas fontes garantem que o suporte económico para o “alargamento territorial” do referido órgão de informação será financiado, em grande substância, pelos elementos mais influentes do falado movimento político.

Eduardo Teixeira vai dar entrevista

Eduardo Teixeira (PSD) dá hoje uma entrevista à Rádio Felgueiras (RF), entre as 12 e as 13 horas, sobre assuntos da vida política local, num programa de Carlos Diogo.

sábado, maio 27, 2006

Trabalho infantil em Felgueiras

Trabalho infantil: Crianças de Felgueiras cosem sapatos para a Zara - Expresso

Lisboa, 27 Mai (Lusa) - Crianças portuguesas da zona de Felgueiras cosem sapatos à mão em casa para uma fábrica sub-contratada pela cadeia de lojas Zara, da multinacional galega Inditex, revela hoje o semanário Expresso.
Segundo o semanário, que ilustra com fotografias e refere ter assistido "a este tipo de trabalhos manuais, feitos por toda a família, em condições desumanas", o fenómeno "alastra-se por várias freguesias rurais de Felgueiras, muito afectadas pelo desemprego".
O semanário apresenta o caso de dois irmãos de 11 e 14 anos que costuram com a restante família dezenas de sapatos de Verão para a Zara, recebendo 40 cêntimos por cada par cosido à mão, completando entre 100 a 160 sapatos por dia.
Contactado pelo jornal, o gabinete de comunicação do grupo Inditex, a que pertence a Zara, considera o caso como "gravíssimo", lembrando que a empresa tem "um código de conduta muito rígido, que proíbe o trabalho infantil" nas empresas que contrata.
O número de série dos sapatos que as duas crianças cosiam, fotografados pelo Expresso, permitiu identificar que tinham sido produzidos por uma fábrica de Felgueiras, que no ano passado sofreu uma auditoria por parte da multinacional, que não revelou nada de errado.
"A ser verdade, a Inditex será implacável. Essa fábrica deixará de trabalhar para o nosso grupo", afirmou o chefe do gabinete de comunicação do grupo, salientando que só no último ano "4.000 empresas deixaram de trabalhar para o grupo por violarem o código de conduta da empresa".
A mesma fonte acrescentou que algumas das empresas encerradas são portuguesas, escusando-se a identificar quais.
O Expresso explica que o encerramento de calçado e têxteis do Norte do país têm obrigado muitas famílias a receber em casa lotes de calçado para coser, distribuído pela região por carrinhas de fábricas situadas entre Guimarães e Felgueiras, que depois volta para recolher sapatos já cosidos, entregando novo lote.
"Ganham miseravelmente, mas aquele, muitas vezes, é o único sustento", refere ao jornal José Guimarães, dirigente do Sindicato de Calçado em Guimarães.
O Expresso salienta que "não há dados oficiais sobre a quantidade de crianças envolvidas nesta tarefa" porque se torna "quase impossível fiscalizar quem trabalha na sua própria habitação".
O secretário de Estado do Emprego e da Formação Profissional, Fernando Medina, disse à Lusa a 11 de Maio que o trabalho infantil, flagelo que atinge milhões de crianças, está ultrapassado em Portugal, cujo desafio é agora elevar a escolaridade obrigatória para 12 anos.
Fernando Medina falava à Agência Lusa a propósito da conferência internacional sobre o combate à exploração do trabalho infantil no mundo da Língua Portuguesa, que decorreu em Lisboa, no qual foi apresentado o relatório da Organização Internacional de Trabalho, no qual não foi feita qualquer referência a Portugal.
De acordo com declarações de então do Secretário de Estado, Portugal já não se confronta com problemas de trabalho infantil no sentido clássico do termo, sendo este quase diminuto, limitando-se a casos pontuais no sector da agricultura numa perspectiva de ajuda à família depois da escola.
Segundo dados recentes da Inspecção-Geral de Trabalho (IGT), em 2005 foram detectados oito casos de menores em situação laboral ilegal, metade dos sinalizados em 2004.
Em 2004, na sequência de 11.755 visitas de fiscalização foram sinalizados 16 casos.
Só no último trimestre de 2005, a IGT sinalizou seis empresas que infringiram a lei laboral ao ter ao seu serviço menores de 16 anos e sem a escolaridade obrigatória.
Em 2003, adiantou, houve uma declaração positiva do Conselho da Europa sobre a evolução da situação portuguesa, tendo o país sido referenciado como um caso de sucesso na resolução do problema.
Um relatório da Organização Internacional do Trabalho apresentado em Maio revela que o trabalho infantil no mundo diminuiu 11 por cento, uma tendência que acontece pela primeira vez, embora na África subsaariana o número de crianças que trabalham continue a subir.
Segundo o documento, a Ásia é o continente com mais crianças trabalhadoras e a evolução mais positiva deu-se na América Latina e Caraíbas.
RCS.
Lusa/Fim

Prédio reservado

Desaparecido

MAIS UMA CRIANÇA DESAPARECIDA
DANIEL

Contacto da família:
Fausto Carvalho de Jesus (pai), de 38 anos.
Telemóvel: (351) 91 227 78 87

sexta-feira, maio 26, 2006

Rosa Mota continua a bater com a língua nos dentes

Convite

A Global XXI Consultores convida V Exas. a estar presentes, na sua conferência anual, subordinada ao tema “Qualificação e Empregabilidade”, a realizar no próximo dia 1 de Junho de 2006, pelas 21 horas, no Auditório da Biblioteca Municipal de Felgueiras.

Opus Dei "promove" "O Código Da Vinci"

A Opus Dei, na mais recente actualização do seu site na Internet (clique em Opus Dei), dá um especial relevo a "O Código Da Vinci", de Dan Brown, com a apresentação de quatro artigos sobre o assunto. Clique em cada cor: "O Opus Dei e a mortificação corporal", "O "Código Da Vinci", a Igreja Católica e o Opus Dei", "54 Perguntas sobre Jesus Cristo e a Igreja" e "O outro Código".
Com tanta argumentação e publicidade na contestação à obra de ficção, uma coisa é certa: os numerosos membros da prelatura espalhados por quase todo o mundo que ainda não leram o romance vão agora comprá-lo.

quinta-feira, maio 25, 2006

Um "pormenor"

Felgueiras, hoje, não tem uma única sala de cinema no concelho. Não é por aí que devemos avaliar o nosso défice cultural, tanto mais que os vídeos vieram substituir muitas das salas por esse mundo fora. Contudo, algo deveria ser pensado sobre este “pormenor”, principalmente em Margaride – sede do concelho -, nem que seja para privilegiarmos o seu estatuto de cidade.

"Frutos Colhidos no Tempo" (reportagem do Jornal da Lixa)



O novo livro de Arlindo Pinto “Frutos Colhidos no Tempo” foi lançado na noite do passado sábado, dia 13 de Maio, no salão paroquial de Várzea, depois de haver sido apresentado no mesmo local, no passado mês de Abril, aquando da realização da I Feira do Livro daquela freguesia.
O evento contou com a presença de familiares e amigos do poeta, entre os quais se contaram o poeta Alfredo Estebaínha, o escritor José Carlos Pereira, Dulce Estebaínha, Luísa Faria, José Quintela, os poetas Fernandes Sobrinho Valente e Afonso Bastos, Joaquim Carvalho, Director da Rádio Felgueiras (RF), Padre Abílio Barbosa, Pároco de S. Jorge de Várzea, entre outras personalidades.
Arlindo Pinto, filho, fez uma breve exposição da vida e obra do poeta, recordando por isso que seu pai possui obra literária publicada em muitas antologias e que este é o quarto livro publicado, sucedendo às três obras conhecidas do grande público “Migalhas da Vida”, “Frutos da Solidão” e “Sombras Poéticas”.
Luísa Faria, jornalista da RF, fez em seguida uma alocução sobre a obra literária de Arlindo Pinto referindo que o poeta é considerado por muitos como “o Aleixo vivo deste país”, sendo que a sua poesia já ultrapassou fronteiras.
Entretanto, José Carlos Pereira, que cresceu a ler a poesia de Arlindo Pinto em “O Jornal da Lixa” e “Gazeta de Felgueiras”, salientou que é uma “pessoa com personalidade própria”, acrescentando “o Sr. Arlindo Pinto não é propriamente um poeta popular, é um homem do povo e para o povo”, “tem ideias muito vincadas sobre o mundo e a vida”; terminou a intervenção formulando que daqui a dez ou vinte anos a sua obra seja reconhecida; ainda analisou e classificou a poesia de Arlindo Pinto, referindo que o poeta age e escreve naturalmente.
O amigo e poeta Alfredo Estebaínha, que brindou Arlindo Pinto com a sua presença, salientou que o poeta “continua com a sua poesia e cada vez melhor”, formulando o desejo de que “escreva sempre, força, enquanto puder.”
Os poetas Fernandes Sobrinho Valente e Afonso Bastos que fizeram questão de marcar presença neste lançamento, intervieram com declamação e leitura de texto; no primeiro caso Sobrinho Valente declamou uma poesia da sua autoria da qual se destaca “Felgueiras está sempre em festa” e no segundo caso, Afonso Bastos leu o intróito de A. Garibaldi sobre a poesia de Arlindo Pinto, publicado na obra “Migalhas da Vida”.
Entretanto José Quintela Teixeira referiu-se a Arlindo Pinto numa vertente pedagógica, afirmando que o poeta evoluiu e “todo ele é harmonia, é um trovador profundo”.
Interveio de seguida Joaquim Carvalho que informou os presentes que a RF adquiriu 30 exemplares de “Frutos Colhidos no Tempo” para serem oferecidos pela Estação aos seus ouvintes.
Seguiu-se a intervenção de Dulce Estebaínha, que também declamou um poema de Arlindo Pinto, continuando a sessão de lançamento da obra com declamações de poesia da obra agora lançada nas vozes de Luísa Faria e Arlindo Pinto, Filho.
JORNAL DA LIXA, de 19 de Maio de 2006.

Com que então não há pressões na Justiça?!

Coordenadora da PJ fala de pressão
para não deter Carlos Cruz

quarta-feira, maio 24, 2006

Contra-proposta

Caros colegas do "Felgueiras 2005":

Reportando-me à vossa resposta, o que tenho a dizer e a propôr é o seguinte:
1.º - Quando me refiro a um Congresso, é óbvio que estou a referir-me a um simples encontro, não para afinarmos a caneta para um só lado, a favor ou contra quem quer que seja, mas para trocarmos ideias, testemunhos e experiências. O argumento de que podemos ser encarados como uma associação ou corporação é, por vosso lado, também como a minha, uma expressão algo exagerada. Aliás, nenhum "blogueiro" iria quer perder a particularidade do seu estilo e pensamento. O "isolamento" é que pode dar a impressão que cada um de nós é uma "capela partidária", o que, felizmente, não é o meu e o vosso caso.
2.º - Quanto à ideia de um Provedor, ele não iria desempenhar o papel de censor, mas poderia dar-nos a indicação de uma espécie de "livro de estilo deontológico".
Pensem bem! Até porque esta é uma proposta de boa vontade, não obstante as boas intenções em Felgueiras, quase sempre, serem condenadas às profundezas do Inferno.
Um abraço do
JCP

terça-feira, maio 23, 2006

MP arquiva processo contra Fátima Felgueiras

Enquanto há força


Enquanto há força
No braço que vinga
Que venham ventos
Virar-nos as quilhas
Seremos muitos
Cantai rapazes
Dançai raparigas
E vós altivas
Cantai também

Levanta o braço
Faz dele uma barra
Que venha a brisa
Lavar-nos a cara
Seremos muitos
Seremos alguém
Cantai rapazes
Dançai raparigas
E vós altivas´
Cantai também

I Congresso de "blogueiros" de Felgueiras

Caro Sérgio Martins:

Não acha que já está na altura de ser feito o I Congresso de "blogueiros" de Felgueiras? Eu acho que sim. Como acho que já se tornou necessário nomear um Provedor dos Blogues de Felgueiras - de preferência, um homem livre de pressões e que, obviamente, não ocupe nenhum dos lugares políticos ou partidários de destaque na nossa praça, para que a "pureza" das nossas intenções se mantenha inalterável.

Um abraço do
JCP

Cartoon, de Paulo Sousa

Segundo apelo

Caro amigo
Dr. Inácio Lemos,
autor do blogue A ROSA

Tal como fiz em relação a Paulo da Cunha Ribeiro (PCR), também meu amigo, de família política distinta da sua, apelo a que o Sr. não baixe os braços e prossiga com os seus comentários políticos no seu blogue, para além do espaço que ocupa no "EXPRESSO DE FELGUEIRAS".
Todos somos precisos, para a construção da sociedade felgueirense.
Cumprimentos.
JCP

Revanchismo

O culto e cortês Manuel Maria Carrilho, que foi o candidato do PS à Câmara de Lisboa nas últimas autárquicas, surpreendeu tudo e todos na edição de ontem do programa da RTP "Prós e Contras" ao disparar a seguinte frase contra Ricardo Costa, editor de Política da SIC: "Você é o rosto da vergonha do jornalismo que se faz em Portugal".
Não há nenhum político verdadeiramente democrata quando tem raízes familiares na extrema-direita, com capa de mero de tradicional conservadorismo.
Carrilho, tal como muitos democratas, não passa de um filho da ditadura.

segunda-feira, maio 22, 2006

Apelo urgente

Por onde deve andar o nosso amigo PCR (Paulo da Cunha Ribeiro), homem de talento verbal e honestamente frontal, de palavra acutilante, sempre disposto a dar um abanão aos deploráveis adormecimentos desta terra?
Sei que é um homem muito ocupado - uma verdadeira pessoa de negócios. Não o tenho visto no seu blogue – SANTA QUITÉRIA - nem no FELGUEIRAS 2005, do qual é participante. Vender não se vendeu, porque sei que é um homem que não se compra nem se vende; bater ninguém lhe bateu, porque não dá oportunidades a isso. Anda, certamente, atarefado na sua vida profissional.
Regressa, caro PCR! Tu és o escriba que fazes muita falta à democracia em Felgueiras, se é que ela existe por estas bandas. Já somos poucos; sem ti, somos muitos menos.
Por favor, responde ao apelo!
Um abraço e bons negócios!
JCP

Artigo de opinião (JCP)

O Opus Dei não nomeia monges para a sua
prelatura, mas sim padres e leigos.

Li, há coisa de um ano, “O Código Da Vinci”, de Dan Brown, não porque esteja intoxicado pela febre capitalista, que quer eleger este romance (ou novela?) de carácter histórico a obra-prima da Literatura Universal (que não é o caso), mas simplesmente porque o livro me foi emprestado por pessoa amiga.
Na minha opinião, acho que não há razões para tanto alarido, tanto por parte das indústrias livreira e cinematográfica, que estão a querer instituir a Ficção ao nível da História, como por parte das organizações católicas que condenam veemente a obra, ao apelidarem-na de blasfema.
A Literatura, enquanto tal, no seu puro desígnio ontológico, não afirma nada. Precisamente, nada. Porque um romance, sendo da área da Ficção, pode ser o retrato das emoções vividas numa determinada época, mas não afirma o concentro da realidade, não obstante poderem espelhar a base dessa mesma realidade. Nem sequer o Realismo de Eça conseguiu esse objectivo, como tal não conseguiu a corrente “mais próxima” do real, que foi o Neo-realismo - o de Redol, o de Soeiro, o de Carlos de Oliveira ou o de Fernando Namora. Quando assim não é, num caso como o que estamos a abordar, a Literatura deixa de ser Literatura, deixa de ser Ficção ou romance, para entrar, então, isso sim, no campo da pura Historiografia.
O “Código” junta peças da História, para elaborar uma teia, e retira a Jesus Cristo a sua modesta origem, afirmando-o como um aristocrata. Tenho sérias dúvidas que até o próprio José Saramago, como marxista que é, goste do Cristo de Dan Brown. Por exemplo, o padre Mário de Oliveira, confesso praticante da Teologia da Libertação, condenou, no seu site, toda esta euforia comercial.
Francamente, não desgostei do “Código” enquanto ficção, enquanto história policial. Como tal, não o considero blasfemo. Deliciei-me com um texto de cerca de 600 páginas, de leitura suave e veloz, a que o autor nos obriga (também graças ao tradutor para português), ao contrário da maioria dos livros de Saramago, cujo ritmo obriga-nos a sufocos respiratórios. Reflecti, por exemplo, sobre as alegadas coincidências de eventos do calendário cristão com os da era do mais puro paganismo, mas logo percebi que o mundo actual tem uma história, muito longa e complexa, que, com certeza, terá de se adaptar e fundir-se no tempo, ajustando as culturas, sempre em progressão, avanço, de miscigenados comportamentos, factos e sentimentos. Mas reparei também que o autor, se está a querer fazer Historiografia, percebe muito pouco sobre o Opus Dei, em cuja organização o autor não consegue mergulhar, porque a desconhece no seu âmago, como a maioria das pessoas. Aliás, Silas, o monge assassino que nos aparece no enredo não espelha, nem de longe nem de perto, os membros dessa organização religiosa, pois, se calhar Brown não sabe, o Opus Dei não nomeia monges para a sua prelatura, mas sim padres e leigos. Como Ficção, o erro passa; em termos de estudo da História, é um erro crasso.
A euforia comercial em volta do “Código” reflecte bem que as pessoas da classe média do Ocidente, que são as que possuiem e promovem a Cultura, quando querem, sabem ser preguiçosas e não são tão sábias e tão cultas como julgamos que são, porque, num caso como estes, embalam na histeria colectiva, como se a pólvora nunca tivesse sido descoberta, ao ponto de querem tornar verdadeiro o que provém da pura criatividade. E intoxicam outras pessoas, culturalmente menos prevenidas. Muitas destas, que não têm o salutar hábito da leitura e da reflexão, o “Código” foi um dos poucos livros que leram na vida, dada a grande máquina comercial à sua volta. E pensam ter descoberto a Verdade plena.
Sem dúvida, que Dan Brown, ao usar o Opus Dei como peça argumental do romance, sabia que iria obter os louros financeiros imediatos, não obstante não nos ter revelado nada de novo sobre esta prelatura.
Sou dos que tenho muito respeito pelos princípios de cada pessoa e e de cada organização ideológica, política ou religiosa, mesmo que não esteja inteiramente de acordo com algumas práticas. Louvo as pessoas que enaltecem os seus princípios com coerência e verdade. Sobre a importância do Opus Dei no mundo não posso ter uma opinião concreta, porque, tal como se auto-define, é "discreta", como "discretas" são todas Maçonarias. Sabemos que, culturalmente, é conservadora; a nível, social, vai contra a matriz liberal. Ao Opus Dei tanto pertenceram, por exemplo, ministros do General Franco, como, dizem, pertencem "católicos sociais" - politicamente, do centro-esquerda - como António Guterres e Mota Amaral, sem esquecermos o malogrado Sousa Franco.
"O Código Da Vinci" tem uma rara virtude: as organizações "discretas" deveriam mostrar-se mais à sociedade, para evitarem especulações e porque a abertura é sinal vivo de Comunhão. Caso contrário, de quando em vez, teremos estes fenómenos, tão espectaculares quanto efémeros.
Não uso julgar o Opus Dei e todas as Maçonarias, não obstante haver quem diga mundos e fundos destas organizações, porque as desconheço no seu âmago. Por outro lado, mesmo que censurando o comportamento de Dan Brown e do seu editor, que se fartam de fazer mil e uma diligências no sentido de tornar a obra num objecto meramente comercial, não condeno o livro. Como crente, cristão e católico, não vejo que o Cristo de Dan Brown ofenda o Cristo ressuscitado, em que acredito. Até porque não surgem no enredo cenas de intimidade sexual. Nisso Brown teve o máximo cuidado. E o livro, propriamente dito, não deixa de nos fazer pensar. É bom que haja quem suscite (ou queirar suscitar) dúvidas em relação à nossa Fé, porque, depois das respostas dadas no nosso íntimo libertador, não ficamos com a Fé abalada, mas reforçada. Não foi isso que aconteceu com os grandes homens da História? Então, cultivem-nos a dúvida, para reforçarmos a nossa crença. Não sejamos doentios, extremistas, e tenhamos o sentido da Liberdade do Homem Novo, para ajustarmos o Céu e a Terra a um único Paraíso.
Condeno, isso sim, atitudes tomadas por parte de dois tipos de pessoas: os "espíritos de contradição", que embandeiram em arco tudo que seja contra a tradição da Fé e os que dentro dessa tradição não conseguem ter uma opinião própria. Há um ano um clérigo que habitualmente escreve num jornal nacional, e que costuma dar loas ao Opus Dei, achava que o "Código Da Vinci" não tinha mal nenhum, que o Vaticano fazia mal em o condenar. Num ano, mudou radicalmente de opinião, sabe-se lá por que motivo!
Nisto tudo, o que importa é a consciência e a sensibilidade de cada um.
Resumindo, não condeno a Ficção, mas não a promovo a verdade Histórica.
Fiquem todos com Deus!

sábado, maio 20, 2006

Expulsos dez militantes do PS/Felgueiras (notícia DF)

Foto retirada do site da campanha de Fátima Felgueiras

Segundo fonte do Conselho Nacional de Jurisdição do PS, este organismo superior do partido decidiu, em reunião ontem realizada, expulsar dez militantes adstritos ao PS/Felgueiras por terem feito parte das listas do movimento “Sempre Presente”, nas eleições autárquicas de Outubro passado. A decisão sobre a posição do militante Augusto Faria ficou adiada, em virtude de o relator encarregue do respectivo processo disciplinar não ter ainda em seu poder a certidão do tribunal a comprovar que foi candidato por partido diferente. Como se sabe, Augusto Faria, ex-secertário-coordenador da Concelhia do PS, reeleito presidente da Junta de Freguesia de Idães, desta vez encabeçou a lista do PSD. Ernesto Silva, ex-presidente da Junta de Freguesia de Revinhade, que integrou a lista do movimento “Sempre Presente” à Assembleia Municipal, à qual não foi eleito, não foi expulso, porque se demitiu entretanto de militante. José Sousa Oliveira, também, foi expulso do partido. Já o tinha sido em 2003, tal como Fátima Felgueiras. No entanto, tinha recorrido da decisão, mas, como ao fim de um ano Lisboa não veio a dar qualquer resposta ao recurso interposto, a expulsão acabou por ser então anulada. Porém, ao figurar em 5.º lugar na lista do movimento “Sempre Presente” à Câmara Municipal, nas autárquicas de Outubro, foi agora expulso, em resultado de procedimento disciplinar instaurado em Setembro último, tal como aconteceu aos outros nove militantes. Fátima Felgueiras foi expulsa em 2003 (não obstante o seu nome, depois disso, ter constado nos cadernos eleitorais), por ter fugido à Justiça. Como nunca veio a recorrer da decisão, a sanção máxima efectivou-se. Ao contrário do que já foi dito, Fátima Felgueiras não saiu do partido por sua vontade ou solicitação, mas em resultado do processo que lhe fora movido logo após a sua fuga, em 2003. Aliás, o partido tornou pública a decisão da sua expulsão, em Setembro desse ano, no jornal “Acção Socialista” – órgão oficial do PS.

Lista dos militantes agora expulsos
Candidatos na lista do SP à Câmara Municipal:
- José Sousa Oliveira (5.º elemento, não eleito);-
- Horácio Reis (3.º elemento, vereador);
- Bruno Carvalho (4.º elemento, vereador).
Candidatos na lista do SP à Assembleia Municipal
- Orlando Sousa (presidente da AM)
- Mário Martins (1.º secretário da AM; foi também o 6.º elemento da lista à Câmara);
- Carmen Machado (2.º secretário da AM)
- Artur Barros (eleito);
- David Queirós (eleito. Como dirigente da JS, tinha um lugar de inerência na Concelhia do partido);
- José Eugénio Silva (não eleito);
- Leonor Costa (não eleita).
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para o seguinte e-mail:

Notícia

O DIÁRIO DE FELGUEIRAS, por volta das 23,30 horas, vai colocar online uma destacada notícia sobre a política local.
Não perca!

Espelho do Procurador (cartoon de Rosa Maria)

sexta-feira, maio 19, 2006

PSD local pede celeridade na Justiça


O PSD/Felgueiras apelou, ontem, ao procurador-geral da República, Souto Moura, para que haja mais celeridade no andamento dos processos sobre alegados crimes de corrupção na gestão da Câmara, por parte de Fátima Felgueiras.
Esta tomada de posição surge depois de a autarca ter sido, esta semana, constituída arguida pela terceira vez, num outro processo sobre indícios de corrupção.
"O PSD/Felgueiras vem lamentar o facto de este concelho continuar a ser notícia pela negativa. Os executivos presididos por Fátima Felgueiras mancharam e continuam a manchar o bom nome de Felgueiras, que é uma terra de trabalho" , lê-se no comunicado. Por isso, é pedida celeridade a fim de "repôr o bom nome do nosso do concelho".
O JN sabe que o volumoso processo judicial já se encontra no tribunal de Felgueiras, pelo que, a todo o momento, poderá ser marcado o julgamento.

PSD/Felgueiras faz apelo ao PGR, Souto Moura


COMUNICADO


A Comissão Política Concelhia do PSD/Felgueiras vem lamentar o facto deste concelho continuar a ser notícia pela negativa.
Os sucessivos Executivos presididos pela Sr.ª Dr.ª Fátima Felgueiras mancharam e continuam a manchar o bom nome deste concelho, que é uma terra de trabalho e que aspira ao desenvolvimento e ao progresso social.
Assim, vem o PSD/Felgueiras apelar ao Digníssimo Senhor Procurador-Geral da República, Sr. Dr. Souto Moura, para que a Justiça seja célere, no sentido de repor o bom nome do concelho.

A bem de Felgueiras.


O Presidente da Comissão Política do PSD/Felgueiras,


Francisco Cunha, Dr.

terça-feira, maio 16, 2006

Novamente arguida

(foto com direitos reservados)

Uma quadra... (de JCP)

Uma quadra bem gerida,
Dir-se-á que é venenosa,
Mas, se for bem entendida,
Não ofende alma bondosa.

Cartoon de S.

Romance político de resistência (anos 40)

Dois centenários


D. António Ferreira Gomes e Humberto Delgado - dois homens muito diferentes entre si, mas com muito em comum!...
O primeiro, culturalmente, conservador, foi beber, a nível social, nos princípios do Cooperativismo; o segundo, política e culturalmente, protagonizava um pensamento muito próximo do liberalismo.
D. António e Delgado são de origens e destinos de vida distintos, modos e feitios opostos, mas tiveram em comum o facto de terem nascido no mesmo ano (1906), eram amigos, tiveram a cidade do Porto como "ponto de partida", foram perseguidos e odiados pelo regime... e hoje continuam a ser mal lembrados e, quando o são, quase sempre as palavras dos que os homenageiam não condizem com os actos dos que cá ainda andam.

Poema

Loucura do poeta

Que a voz do Poeta não se cale
Que os olhos do Poeta não se fechem
Que os seus versos sejam a sirene
Que alerta toda a gente à sua volta
Que o poema seja o grito inconformado
Dos braços que se erguem na revolta
Contra os braços curvados e a cerviz
Submissa ao peso da opressão
Que o poema seja sempre vertical
Um relâmpago enorme em noite escura
Que o Poema seja uma canção
E rasgue o medo em mil pedaços
Com versos de amor e de ternura
Espalhados por mil bocas e mil braços
Que o Poeta seja mais que um ser humano
E que tanja a lira do seu canto
Elevando a Poesia até ao céu
E que entregue aos homens o seu Fogo
Assumindo o papel de Prometeu...

Quando o Poeta escreve por Amor
A palavra torna-se a armadura
Com que o Homem vence a própria dor
E destrói o vírus da amargura...

É louco, o Poeta? Deixem lá:
O mundo precisa da loucura...
Poema de Fernando Peixoto

segunda-feira, maio 15, 2006

Grande festa (poema de 2001)


Ando na vida esquecido de mim mesmo.
Enlouqueço de tanto apetecer chorar.
Por mim já não sei ver-te a sorrir-me,
Mas não perco a esperança da grande festa.
A festa de te esquecer.
Poema de José Carlos Pereira (2001)

sábado, maio 13, 2006

Homicídio de Cabeça de Porca


A Salta Fronteiras vai iniciar um projecto de percursos pedestres locais (urbanos), agora em Felgueiras, mas esperamos que se propague a outros locais - as parcerias são estratégias de sucesso –, com regularidade semanal, sempre à 3.ª Feira, pelas 21:30 (21:30 – 23:00), com partida da Biblioteca Municipal. Esta actividade tem o nome: CAMINHAR.

A 1.ª é já no dia 16 de Maio

Para além de caminhar – todas as semanas um percurso diferente – está vinculado a este projecto uma dimensão cultural: o conhecimento de figuras ilustres inscritas nos nomes das praças, avenidas e ruas da cidade, com a distribuição, em cada caminhada, de um folheto descritivo da personagem histórica e a passagem pelo respectivo local.

"Eles comem tudo..."

Lista de Aposentados no ano de 2005 (Janeiro a Novembro)
com pensões de luxo (mas em 2006 a lista continua imparável!): pode ser consultado em: http://www.cga.pt/publicacoes.asp?O=3

Janeiro
Ministério da Justiça
€5380.20 Juiz Desembargador Conselho Superior Magistratura
Março
Ministério da Justiça
€7148.12 Procurador-Geral Adjunto Procuradoria-Geral República
€5380.20 Juiz Desembargador Conselho Superior Magistratura
€5484.41 Juiz Desembargador Conselho Superior Magistratura
€5498.55 Juiz Desembargador Conselho Superior Magistratura
Empresas Públicas e Sociedades Anónimas
€6082.48 Jurista 5 CTT Correios Portugal SA
Abril
Ministério da Justiça
€5498.55 Juiz Desembargador Conselho Superior Magistratura
€5498.55 Juiz Desembargador Conselho Superior Magistratura
€5338.40 Procurador-geral Adjunta Procuradoria-Geral República
Antigos Subscritores
€6193.34 Professor Auxiliar Convidado
Maio
Ministério da Justiça
€5663.51 Juiz Conselheiro Conselho Superior Magistratura
€5498.55 Procurador-Geral Adjunto Procuradoria-Geral República
€5460.37 Juiz Desembargador Conselho Superior Magistratura
€5663.51 Juiz Conselheiro Conselho Superior Magistratura
€5338.40 Procuradora-Geral Adjunta Procuradoria-Geral República
€5663.51 Juiz Conselheiro Conselho Superior Magistratura
Junho
Ministério da Justiça
€5663.51 Juiz Conselheiro Supremo Tribunal Administrativo
€5498.55 Juiz Desembargador Conselho Superior Magistratura
€5498.55 Juiz Desembargador Conselho Superior Magistratura
€5663.51 Juiz Conselheiro Conselho Superior Magistratura
Julho
Ministério da Justiça
€5182.91 Juiz Direito Conselho Superior Magistratura
€5182.91 Procurador República Procuradoria-Geral República
€5307.63 Juiz Desembargador Conselho Superior Magistratura
€5498.55 Procurador-Geral Adjunto Procuradoria-Geral República
Agosto
Ministério da Justiça
€5173.46 Conservador Direcção Geral Registos Notariado
€5173.46 Conservadora Direcção Geral Registos Notariado
€5173.46 Conservador Direcção Geral Registos Notariado
€5173.46 Notário Direcção Geral Registos Notariado
€5173.46 Conservador Direcção Geral Registos Notariado
€5663.51 Juiz Conselheiro Conselho Superior Magistratura
€5663.51 Juiz Conselheiro Conselho Superior Magistratura
€5498.55 Juiz Desembargador Conselho Superior Magistratura
€5043.12 Notária Direcção Geral Registos Notariado
€5173.46 Conservador 1ª Classe Direcção Geral Registos Notariado
€5498.55 Juiz Desembargador Conselho Superior Magistratura
€5498.55 Juiz Desembargador Conselho Superior Magistratura
€5027.65 Conservador Direcção Geral Registos Notariado
€5663.51 Juiz Conselheiro Conselho Superior Magistratura
€5498.55 Juiz Desembargador Conselho Superior Magistratura
€5173.46 Conservador Direcção Geral Registos Notariado
€5498.55 Juiz Desembargador Conselho Superior Magistratura
€5173.46 Notário Direcção Geral Registos Notariado
€5498.55 Juiz Desembargador Conselho Superior Magistratura
€5498.55 Juiz Desembargador Conselho Superior Magistratura
€5159.57 Conservador Direcção Geral Registos Notariado
€5173.46 Notária Direcção Geral Registos Notariado
€5173.46 Ajudante Principal Direcção Geral Registos Notariado
€5498.55 Juiz Desembargador Conselho Superior Magistratura
€ 5173.46 Notário 1ª Classe Direcção Geral Registos Notariado
€5173.46 Notária Direcção Geral Registos Notariado
Setembro
Ministério dos Negócios Estrangeiros
€7284.78 Vice-Cônsul Principal Secretaria-Geral (Quadro Externo)
€6758.68 Vice-Cônsul mdash; Secretaria-Geral (Quadro Externo)
Ministério da Justiça
€5663.51 Juiz Conselheiro mdash; Conselho Superior Magistratura
€5498.55 Juiz Desembargador mdash; Conselho Superior Magistratura
€5498.55 Juiz Desembargador mdash; Conselho Superior Magistratura
Ministério da Educação
€5103.95 Presidente Conselho Nacional Educação
Outubro
Ministério da Justiça
€5498.55 Procurador-Geral Adjunto Procuradoria-Geral República
Novembro
Ministério dos Negócios Estrangeiros
€7327.27 Técnica Especialista Secretaria-Geral (Quadro Externo)
Tribunal de Contas
€5663.51 Presidente

Ministério da Justiça
€5498.55 Juiz Desembargador Conselho Superior Magistratura
€5663.51 Juiz Conselheiro Conselho Superior Magistratura
€5498.55 Juiz Desembargador Conselho Superior Magistratura
€5498.55 Juiz Desembargador Conselho Superior Magistratura
€5498.55 Juiz Desembargador Conselho Superior Magistratura
Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior
€5015.16 Professor Coordenador Inst Superior Engenharia Lisboa


Mas nem tudo vai mal nesta nossa República (Pelo menos para alguns)
Com as eleições legislativas de 20/Fevereiro, metade dos 230 deputados não foram reeleitos. Os que saíram regressaram às suas anteriores actividades. Quando terminam as funções, os deputados e governantes têm o direito, por Lei (feita e aprovada por eles) a um subsídio que dizem de reintegração:
- um mês de salário (3.449 euros) por cada seis meses de Assembleia ou governo.
Desta maneira um deputado que tenha desempenhado as suas funções durante uma Legislatura recebe seis salários (20.694 euros). Se o tiver sido durante 10 anos, recebe vinte salários ( 68.980 euros).
Feitas as contas aos deputados que saíram, o Erário Público desembolsou mais de
2.500.000 euros.

No entanto, há ainda aqueles que têm direito a subvenções vitalícias ou pensões de reforma (mesmo que não tenham 60 anos). Estas são atribuídas aos titulares de cargos políticos com mais de 12 anos.
Entre os ilustres reformados do Parlamento encontramos figuras como:
Almeida Santos.......................... 4.400, euros;
Medeiros Ferreira....................... 2.800, euros;
Manuela Aguiar.......................... 2.800, euros;
Pedro Roseta............................ .2.800, euros;
Helena Roseta........................... 2.800, euros;
Narana Coissoró……………….. 2.800, euros;
Álvaro Barreto............................ 3.500, euros;
Vieira de Castro......................... 2.800, euros;
Leonor Beleza………………….. 2.200, euros;
Isabel Castro............................. 2.200, euros;
José Leitão................................ 2.400, euros;
Artur Penedos............................ 1.800, euros;
Bagão Félix................................ 1.800, euros.

Quanto aos ilustres reintegrados, encontramos, por exemplo, os seguintes ex-deputados:
Luís Filipe Pereira . 26.890, euros / 9 anos de serviço;
Paulo Pedroso ........48.000, euros / 7 anos e meio de serviço
David Justino ..........38.000, euros / 5 anos e meio de serviço;
Mª Carmo Romão ... 62.000, euros / 9 anos de serviço;
Luís Nobre Guedes . 62.000, euros / 9 anos e meio de serviço.

A maioria dos outros deputados que não regressaram estiveram lá somente na última legislatura, isto é, 3 anos, foi o suficiente para terem recebido cerca
de 20.000, euros cada .

E, ainda...

Apesar de ter apenas 50 anos de idade e de gozar de plena saúde, o socialista Vasco Franco, número dois do PS na Câmara de Lisboa durante as presidências de Jorge Sampaio e de João Soares, está já reformado. A pensão mensal que lhe foi atribuída ascende a 3.035 euros (608 contos), um valor bastante acima do seu vencimento como vereador.
A generosidade estatal decorre da categoria com que foi aposentado – técnico
superior de 1ª classe, segundo o «Diário da República» - apesar de as suas
habilitações literárias se ficarem pelo antigo Curso Geral do Comércio, equivalente ao actual 9º ano de escolaridade.
A contagem do tempo de serviço de Vasco Franco é outro privilégio raro, num país que pondera elevar a idade de reforma para os 68 anos, para evitar a ruptura da Segurança Social.
O dirigente socialista entrou para os quadros do Ministério da Administração Interna em 1972, e dos 30 anos passados só ali cumpriu sete de dedicação exclusiva; três foram para o serviço militar e os restantes 20 na vereação da Câmara de Lisboa, doze dos quais a tempo inteiro. Vasco Franco diz que é tudo legal e que a lei o autoriza a contar a dobrar 10 dos 12 anos como vereador a tempo inteiro.
Triplicar o salário. Já depois de ter entregue o pedido de reforma, Vasco Franco foi convidado para administrador da Sanest, com um ordenado líquido de 4000 euros mensais (800 contos). Trata-se de uma sociedade de capitais públicos, comparticipada pelas Câmaras da Amadora, Cascais, Oeiras e Sintra e pela empresa Águas de Portugal, que gere o sistema de saneamento da Costa do Estoril. O convite partiu do reeleito presidente da Câmara da Amadora, Joaquim Raposo, cuja mulher é secretária de Vasco Franco na Câmara de Lisboa. O contrato, iniciado em Abril, vigora por um período de 18 meses.
A acumulação de vencimentos foi autorizada pelo Governo mas, nos termos do acordo, o salário de administrador é reduzido em 50% - para 2000 euros - a partir de Julho, mês em que se inicia a reforma, disse ao EXPRESSO Vasco Franco.
Não se ficam, no entanto, por aqui os contributos da fazenda pública para o bolo salarial do dirigente socialista reformado. A somar aos mais de 5000 euros da reforma e do lugar de administrador, Vasco Franco recebe ainda mais 900 euros de outra reforma, por ter sido ferido em combate (!?) em Moçambique já depois do 25 de Abril (????????), e cerca de 250 euros em senhas de presença pela actuação como vereador sem pelouro.
Contas feitas, o novo reformado triplicou o salário que auferia no activo, ganhando agora mais de 1200 contos limpos. Além de carro, motorista, secretária, assessores e telemóvel.

sexta-feira, maio 12, 2006

Última hora: suspeita de homicídio

Um jovem encontra-se morto, neste momento (23,54 horas), dentro de um veículo, no lugar de Lameiro Morto, em Sendim.
Segundo uma fonte policial, que se encontra no local, suspeita-se de homicídio. O cadáver encontra-se todo carbonizado - todo irreconhecível - e o carro está do destruído, queimado. A PJ suspeita de terem chegado lume ao carro, com intenção de matarem o jovem, de nome Manuel, que residia no lugar do Casal, na mesma freguesia, e tinha 23 anos.

140 mil euros

Uma empresa especializada no tratamento e fornecimento de relvados de futebol informou o DIÁRIO DE FELGUEIRAS que o preço para a reposição de um piso e todo o complexo sistema de drenagem para um estádio como o nosso fica, nem mais nem menos, por… 140 mil euros! 28 mil contos!
A acreditarmos no comunicado do PSD, resta ao novo clube de futebol – o Clube Académico de Felgueiras (CAF) –, jogar num campo pelado, no “Machado de Matos”, se lhe for dada autorização. Aliás, aos clubes que militam nas “distritais” não é exigido mais do que isso, como é o caso do CAF, que vai iniciar a sua "carreira" a partir do nada, ou seja, na 2.ª Divisão da AF Porto.

quinta-feira, maio 11, 2006

Vereador responde

Bruno Carvalho, vereador do Desporto da CMF, reagiu, hoje, e em exclusivo à Rádio Felgueiras, ao comunicado do PSD, sobre o estado do relvado do Estádio Dr. Machado de Matos e seu sistema de drenagem e rega, que, segundo os social-democratas, ficaram susbtancialmente danificados depois da utilização daquelas instalações municipais para a prova de motociclismo Freestyle.

Serviços de Psicologia na ADSM

Clique na imagem, para a ampliar.

quarta-feira, maio 10, 2006

Comunicado do PSD

A Comissão Política Concelhia do PSD/Felgueiras vem publicamente dar conta da sua preocupação pelo facto de o erário da Câmara Municipal de Felgueiras pode estar a ser desbaratado para fins populistas, por parte do Executivo municipal, em claro favorecimento de elementos ligados ao movimento “Sempre Presente”, que reelegeu Fátima Felgueiras como presidente de Câmara.
No passado sábado, realizou-se, no Estádio Municipal Dr. Machado de Matos, um evento em cuja organização estão pessoas afectas ao movimento “Sempre Presente”, tendo sido descarregadas muitas de camiões de terra no relvado, que se mantém há mais de oito dias consecutivos, provocando a “morte” certa do relvado, por falta de respiração, e a danificação substancial do seu sistema de drenagem. Além disso, foi destruído parte de um muro, para os camiões entrarem no estádio, para as referidas descargas.
Sendo o estádio património da Câmara Municipal, o PSD condena este verdadeiro acto de vandalismo, já que um estádio como o nosso – que já foi palco de grandes glórias desportivas para o concelho – não foi feito para levar toneladas e toneladas de terra por cima do relvado.
Podemos estar, portanto, perante um rombo ao erário da autarquia, que pode rondar dezenas de milhares de euros, tanto que manutenção daquele equipamento, só por si, custa aos munícipes cerca de 7500 euros mensais.
Assim, exigimos do Executivo municipal uma reunião de emergência, com a deslocação ao local, para apuramento de responsabilidades e respectivas consequências, exigindo, inclusive, as responsabilidades do vereador do Desporto e do responsável pelas instalações desportivas municipais neste caso.


O Presidente da Comissão Política do PSD Felgueiras,

Francisco Cunha, Dr.

Fotos de Júlio Carvalho


Alegados favorecimentos a Fátima

Reconhecimento público

Uma das virtudes dos homens livres e honestos consiste no gesto de reconhecerem até que ponto um pequeno desentendimento pode representar um mero debate civilizado e não um “tanque público” de lavagem de “roupa suja”.
José Carlos Pereira (JCP), autor do DIÁRIO DE FELGUEIRAS, teve, há dias, um pequeno desentendimento com o seu colega Sérgio Martins, responsável pela equipa de colaboradores do “Felgueiras 2005”. Não obstante o referido desentendimento – que não foi factor de qualquer inimizade, a nível institucional ou pessoal – tem de reconhecer a nobreza do gesto cometido por Sérgio Martins, ao retirar do seu blogue um calunioso comentário em relação à pessoa de JCP e ao dar conhecimento pessoal do texto difamatório à pessoa visada. Comentário esse assinado por um cobarde anónimo.
A diferença entre nós – JCP e Sérgio Martins – e o dito cobarde está no facto de os dois primeiros darem a cara, defendendo com frontalidade as suas ideias e a eventual diferença em relação à opinião dos outros, e o terceiro refugiar-se no anonimato.
Foi com este método – de cartas anónimas – que, ao longo dos anos, se difamaram, em Felgueiras, magistrados, sindicalistas, políticos e funcionários públicos. Felizmente que a Internet, grande alcance para o desenvolvimento da Humanidade, tornou-se um meio poderoso para a democratização das sociedades.
O DIÁRIO DE FELGUEIRAS sabe muito bem de onde vêm esses métodos caluniosos – quem as faz tem tanto de mestre que não consegue disfarçar o seu estilo linguístico, tosco. O JCP não se sente nada incomodado com o comentário, a partir desse tal “escritório de maledicência” - como semre; apenas vem registar a atitude digna de Sérgio Martins.

terça-feira, maio 09, 2006

Coluna social, da revista "CARAS"

Fátima e Narciso - amigos como antes...
A revista "CARAS", deste mês, dá conta do encontro de Fátima Felgueiras com Narciso Miranda, num cabeleireiro de Matosinhos.
É óbvio que não vamos reproduzir aqui o texto integral da coluna social, a não ser as duas fotos e a seguinte frase de Fátima Felgueiras: "Sou vaidosa q.b. O ser cuidada e gostar de me sentir bem é uma virtude, mas sou extremamente prática".
São estilos de vida!...

segunda-feira, maio 08, 2006

Chapéus há muitos! (II)

Meu caro senhor
Sérgio Martins:
Antecipadamente, desde já, queira aceitar os meus respeitosos cumprimentos.
Não estranhe por só hoje responder ao post que no sábado colocou no seu blogue, intitulado ""Sérgios" há muitos, mas..." . Só hoje o pude fazer, devido a compromissos particulares e inadiáveis.
Não é meu hábito alimentar polémicas deste género , ao contrário do senhor, que insiste em querer manter comigo uma quezília desnecessária e desprovida de qualquer razão de ser, para desgosto dos que acreditam que a exposição de ideias é um valor democrático e cultural, e para gosto de alguns, que veêm no uso da liberdade de expressão uma desonra a certos poderes instalados.
Tal como frisei no meu post anterior, prezo uma boa diplomacia institucional entre o meu e o seu blogue, não obstante, a nível pessoal, nunca nos ter sido proporcionada a oportunidade para aprofundarmos a nossa relação. Como é costume dizer-se, conhecemo-nos apenas de “vista”, embora já tivêssemos trocado cumprimentos. Em todo o caso, valorizo a pessoa do senhor pela participação, exposição e debate de ideias, de que Felgueiras ainda tanto carece. Louvo-o por isso. Devo reconhecer que o senhor, no seu blogue, presta um bom serviço à Democracia em Felgueiras, pois aborda assuntos deveras importantes para o concelho que alguns – entre os quais, há os que lhe são politicamente próximos e estão em melhor posição política e social para o fazer – evitam abordar, para não terem problemas com os poderes que se julgam absolutos. Contudo, não pode menosprezar o modesto valor da intervenção pública de outras pessoas, como no meu caso – autor do blogue DIÁRIO DE FELGUEIRAS. Digo modesto valor, porque nunca quis assumir o papel elitista de mestre ou de educador cívico.
O senhor Sérgio Martins tem de ter a humildade bastante para reconhcer que errou – errar é humano –, ao reagir como está a reagir na sequência do cartoon colocado pelo DIÁRIO DE FELGUEIRAS intitulado “Bancarrota”, principalmente agora – neste seu segundo post. Devo-lhe confessar que me desgostou o seu gesto, não porque ficasse particular ou moralmente beliscado com isso, mas porque verifico que o senhor já começa a correr o sério risco de perder qualidades, ou seja, de desbaratar o serviço de interesse público que o seu blogue ainda representa para todos os felgueirenses de boa vontade. Neste seu segundo post, entre alguns argumentos factuais, que até poderei aceitar, privilegiou a atitude menos feliz de fazer juízos de intenções em relação à minha pessoa, principalmente ao dizer: “O senhor tem o hábito da peserguição, de que é perseguido e que está tudo contra si. Não neste caso, e muito menos da minha pessoa. Razão terá, que a tem, em relação a outros”.
A primeira oração da primeira frase, gramaticalmente, é ambígua, pois não sei se entre as palavras “perseguição” e “ de que”, pretende colocar dois pontos ou travessão ou, ainda, colocar parêntesis entre “de que” e o final da frase, para que a segunda oração reforce a ideia da primeira, ou vice-versa. Se pretende colocar efectivamente a vírgula, para que a primeira oração seja lida em forma de elipse, o caso é mais grave e configura crime por ofensa caluniosa.
Quem fala em perseguição é o senhor Sérgio Martins! O senhor não me conhece o suficiente para falar assim dessa maneira. Eu não disse e nem sequer insinuei que o teor do seu primeiro post tinha qualquer intenção persecutória. Não, senhor. Ao contrário do que diz, eu não tenho a mania da perseguição, nem acho que todos estão contra mim. O seu partido – o PSD – reconhece que, de facto, sou perseguido e ajudou a denunciar o caso. Até o Paulo Ribeiro, meu bom amigo, referiu isso no “Felgueiras 2005”. Mas com que raio vem agora o senhor Martins com esse paleio?
Se eu não conhecesse bem Felgueiras pensaria que o senhor está a tomar presunção e água benta em demasia, mas reconheço que o seu primeiro post não é, de forma alguma, um gesto egocêntrico, de ingenuidade ou de perseguição ao autor do DIÁRIO DE FELGUEIRAS. Não. Não, senhor. Trata-se, isso sim, de uma inequívoca demonstração de susto e de pavor.
Já que o senhor enveredou pela atitude de ajuizar as minhas intenções e fazer comentários sem nexo algum, devo dizer, se é frontalidade que me pede, que o senhor anda, de facto, muito aborrecido, porque um ilustre advogado da nossa praça, com influência política no meio, deixou de cumprimentar o senhor, há cerca de meio ano para cá, por ser o autor do blogue “Felgueiras 2005”, onde, muito natural e civilizadamente, sem ofender quem quer que seja, tem uma equipa de colaboradores que expõe ideias e provoca o debate desejável. Soube isso ontem por um seu companheiro de partido, onde o senhor desabafou o incidente. Há dias, o senhor Martins passou por essa ilustre figura, disse-lhe “bom dia”, “boa tarde” ou “boa noite”, e o homem não lhe respondeu.
Ora bem, meu caro. Coração ao alto! Agora não há volta a dar-lhe. Fugir para trás ou para os lados é um acto suicida. Não faça disso um drama, nem faça nada, porque, quase sempre, a “emenda é pior que o soneto”. E, no mesmo sentido, não queira, o senhor, que seja eu a pagar-lhe as favas, melhor dizendo, não me escolha como alvo ou instrumento – qual bode expiatório – para conseguir uma reconciliação com o dito ilustre, apontando-me, a mim, as espingardas. O senhor, no seu desconfotável estado de espírito, pode tentar todos os meios e feitios para lhe agradar – até lhe pode descobrir o caminho marítimo para a Lua –, mas o certo é que as pessoas que não respeitam outras apenas pelo simples facto de usarem a liberdade de expressão, mais tarde ou mais cedo, tentarão fazer estragos às suas potenciais vítimas. Quem usar ter opiniões que lhes desagradam, uma única vez que seja, passará a ser considerado, no vocabulário deles, “canalha” toda a vida. Pode até, um dia, tornar a cumprimentá-lo, mas, na primeira oportunidade, pode crer, meu caro Sérgio, espeta-lhe a “facada” por trás. É melhor que não o cumprimente; assim o senhor fica mais alerta, pois já sabe o que dele pode esperar: tudo, menos coisa boa.
Como vê, senhor Martins, falou em perseguição; aí tem, e não da minha parte. É este o preço pelo uso da liberdade de expressão em Felgueiras. No início, românticos ou ingénuos, pensámos que dar opinião é participar e construir uma sociedade melhor; depois, vemos como se torna difícil e cada vez mais penoso suportar a pena que reproduz as nossas ideias, as nossas preocupações, os nossos sonhos e projectos. Porque “eles não sabem nem sonham que o sonho comanda a vida”. Aqui há tempos, o senhor Patriarca de Lisboa, D. José Policarpo, apelava à participação dos cidadãos na vida política portuguesa. Tão romântico ou ingénuo é D. José como nós somos, ao acreditar que é assim tão puro o nosso regime democrático. Vivemos, de facto, em Democracia, mas ainda não vivemos a Democaria. E em Felgueiras é aquilo que se vê: uma dura e cruel realidade para quem usa pensar.
Mas é por acreditar na Democracia que aqui estou, consigo – estamos, de mãos dadas – neste “entretimento”, que é contribuir para a exposição de ideias, ajudando a provocar o debate político e democrático em Felgueiras. Não estamos aqui para emitir desabafos ou arrufos de estado de espírito, pois não?
Da minha parte, senhor Sérgio Martins, pode contar comigo – para a solidariedade que vier a precisar, ou seja, para o que “der e vier”. Sem pretender fazer o papel de mestre ou de libertador, reafirmo a minha solidariedade. De resto, vá contando consigo mesmo e com poucos mais... Mas eu, mais uma vez lhe digo, estarei consigo e ajudá-lo-ei no que for necessário nesta sua bonita atitude de comunicar, informar, debater, enfim, contribuir para a democratização e transparência dos procedimentos públicos, pois, como deverá concordar comigo, a maturidade de um regime democrático e de Direito não se recebe; conquista-se no quotidiano de todos nós.
Do fundo do coração, não lhe desejo o mal pelo que estou a passar, mas, infelizmente, isto, em Felgueiras, toca a todos. Não é verdade?
Sem mais nada, aceite o convite de boa fraternidade entre ambos e reitero os cumprimentos formulados.
JCP

PS. – Esta “polémica”, levantada pelo senhor Sérgio Martins, termina aqui. Não responderei a outros eventuais posts sobre o assunto em epígrafe.

sábado, maio 06, 2006

Chapéus há muitos!

O nosso respeitado colega Sérgio Martins, autor do blogue "Felgueiras 2005", no seu post Atenção!, informa, muito assustado, os seus leitores de que não é o autor do cartoon Bancarrota, publicado pelo DIÁRIO DE FELGUEIRAS e assinado por outro Sérgio, nosso leitor.
Não vamos comentar o gesto, para uma boa diplomacia institucional, dizendo apenas que a explicação dada não tem qualquer fundamento, não tem razão de ser, tanto mais que o "nosso" Sérgio já assinou outros cartoons. E como dizia o Vasco, "chapéus há muitos"!
Por outro lado, nunca atribuímos a autoria das mensagens a quem quer que seja. Com todos os erros e defeitos que possamos ter, sempre primámos pela frontalidade. Aliás, o autor do DF assume a responsabilidade do teor publicado.
Mais grave, porém, foi o tom prosódico que Sérgio Martins colocou na palavra "Atenção!", dando a impressão de estarmos perante um crime. A inteligência não está em quem fez o cartoon, mas em quem o interpreta. Quem tomar as dores pelo seu teor está a reconhecer a criatividade do autor.
Sejamos inteligentes!

sexta-feira, maio 05, 2006

O cinema e a Justiça

Festival de Cinema no Porto – 5 de Maio a 1 de Junho de 2006

A Associação Jurídica do Porto (AJP) vai promover, entre hoje, dia 5, e 1 de Junho, um festival de cinema de forma a permitir e potenciar a discussão pública do conteúdo de filmes com especial relevância social e jurídica. A iniciativa visa proporcionar aos seus intervenientes vários olhares cruzados sobre temas que dizem respeito a todas as pessoas , independentemente da sua ligação ao direito. Nessa medida o modelo passa pela escolha de filmes com reconhecida valia cinematográfica, que depois irão ser analisados num pequeno texto (entre 15 a 20 páginas) por quatro especialistas de áreas distintas: um cinéfilo, um jurista, e dois especialistas de ciências sociais relacionadas com essa temática. Esses textos serão posteriormente publicados em livro, editado pela Coimbra Editora, intitulado “A Justiça no Cinema”, antecedidos de uma sinopse do argumento, ficha técnica do filme e cópia do respectivo cartaz.
Assim, a AJP tem a honra de convidar V. Exa. para assistir aos filmes e para participar no debate das questões associadas.
A exibição dos filmes terá lugar, na Sala Bebé do Cinema Batalha, sempre às 19h30, com intervalo p/ jantar no local e será seguida de um debate pelas 22h00, com os convidados e aberto à intervenção do público.

Programa:

05Maio06 - Vontade Indómita
Debate: Guilherme Figueiredo (cinéfilo) Vasco Morais Soares (arquitecto); Ricardo Pimenta (arquitecto), Manuel Pina (Jornalista)
11Maio06 - Match Point
Debate: Paula Faria (Professora universitária), Roma Torres (Psiquiatra), Almeida Pereira (Procurador da República) Gil Carvalho (coordenador PJ), Jorge Velhote (escritor)
18Maio06 - Mar Adentro
Debate: Luísa Neto (professora universitária); Lauro António (cineasta); Bento Amaral (enólogo); Laurinda Alves (jornalista); Padre Vasco (companhia de Jesus), Daniel Serrão (médico e professor universitário).
25Maio06 - O Júri
Debate: Cristina Xavier da Fonseca (magistrada judicial) Cristina Queirós (professora universitária), Teixeira Lopes (sociólogo), José Carlos Oliveira (cineasta)
1Junho06 - Relatório Minoritário
Debate: José Meirinhos (filósofo); Carlos Melo Ferreira (professor); Mouraz Lopes (magistrado judicial), Maia da Costa (Procurador Geral Adjunto)
Mais se informa que os bilhetes se encontram à venda no local, sendo:

- Geral = 3 euros
- Associados da AJP e do Cineclube do Porto e estudantes = 2 euros

Para qualquer esclarecimento adicional p.f. contacte: Tel. 220 159 476

Bancarrota (cartoon de Sérgio)

terça-feira, maio 02, 2006

Excerto do romance "Senhora do Santo Oculto" - Capítulo XXV

Tal como já noticiámos, há um felgueirense que tem escrito um romance de cariz político, intitulado "Senhora do Santo Oculto".
Convencemos o autor a deixar-nos publicar um "cheirinho" da obra.
Assim, trazemos à estampa o XXV capítulo.
O magistrado sossegou-os. Dedilhava as pontas do bigode, num gesto contínuo, que era um tique desde que o seu avô – um abastado lavrador da aldeia – deixou de amanhar as terras, devido a doença reumática. Afonso era um homem da última década do século XIX e tornara-se um incondicional seguidor do Estado Novo; sabia ler e escrever, tinha alguns conhecimentos de cultura geral, mas vivia condicionado à aldeia, da qual fora, anos a fio, seu regedor.
O magistrado, agora com cinquenta e oito anos, tinha bebido, de facto, do seu avô paterno a altivez do poder sobre os outros homens em nome da estabilidade do Estado e da ordem política nele instituída. E prosseguiu a conversa, naquela tarde sombria de Dezembro, espraiado que estava na sua cadeira de descanso, colocada na sala da biblioteca particular do solar, construído pelo seu bisavô Antero, que era casado com Etelvina, filha mais velha de D. António da Mata, homem dos mais abastados recursos da aldeia vizinha. O magistrado sentia-se tão familiarizado com aquele casal – Evita e Manuel –, que recebera em sua casa duas horas antes e ainda a conversa ia a meio do que havia por dizer (ou por esclarecer). Disse então o magistrado:
- Pertencemos à Ordem do Santo Oculto, para alguma coisa é! Não é verdade? O processo foi adiado tantas vezes as que foram necessárias; foi dessa maneira que te conseguimos segurar na presidência da Junta de Freguesia. Caso contrário, hoje estaríamos pessoal e politicamente destruídos.
- E até quando irá prolongar-se esta patifaria? – interrompeu Manuel.
- Feliz ou infelizmente, por muitos e muitos anos?
- O quê?! – Evita ficou estupefacta não só com a afirmação do magistrado, mas também com o seu natural à-vontade.
- O objectivo da Ordem do Santo Oculto não é esse. A Comunicação Social badalou demais o assunto e até se auto-plagiou, para levar ao rubro a investigação policial – ia explicando o magistrado, em palavras muito cuidadas mas seguras.
- Ora, ora… - interrompeu, mais uma vez, Manuel – Um patife manda uma carta anónima à Procuradoria ou à Polícia a acusar, sem qualquer fundamento, um cidadão que o povo elegeu para seu governante, depois envia uma cópia a um jornalista e já temos o chamado jornalismo de investigação. E vós, magistrados, deixais passar uns e outros completamente impunes.
- O problema, meu caro Manuel, é que os patifes, aqui, somos nós.
- Hum!… Hum!… - murmurou o casal, em uníssono.
- Sim. Tu, Evita, nesta década e meia de exercício dos sucessivos cargos políticos, foste, sempre, procurando as câmaras de televisão e as fotografias para os jornais. Quando assim é, a Comunicação Social cobra alto o preço pelo aluguer do seu palco. Repara, por exemplo, no que se passou com Lady Spencer – a Princesa do Povo. Quanto às fontes de informação, tenho que reconhecer que sabem interpretar a minha regra de vida. Uma vida de cor cinzenta, esta, a de ser magistrado. O que nos alegra – a nós juízes – é o segredo de Justiça, com o qual até nos é permitido jogar xadrez, que é o jeito metafórico de dizer que pomos e dispomos conforme a nossa disposição, ou seja, só condenamos quem achamos que deve ser condenado. Por isso, entre mim e os patifes, que são as fontes de informação, não há diferença alguma, porque eu sei quando devo ser juiz e quando devo ser patife. E tu, minha cara Evita, num certo sentido semelhante, entre ti e um jornalista, também, não há diferença alguma, porque tu sabes quando deves ser uma mulher política e quando deves ser paparazzi de ti mesma. Portanto, estamos todos – políticos, polícias, magistrados e jornalistas – metidos no mesmo saco: nesta realidade, que é a democracia, que vai sobrevivendo de contrastes. Se assim não fosse, não existiria, ou fossemos nós tão românticos ao ponto de queremos uma outra democracia – popular, por exemplo -, mas, para isso, casos como o teu corriam o risco de serem julgados no ágora da cidade. E o povo, esse coitado, nem sempre sabe como decidir: se pela pena capital ou se por uma aclamada absolvição.
- O povo elegeu-a sempre, contra ventos e marés; isso demonstra a honestidade do seu trabalho - regozijou-se Manuel.
- Ah!... Ah!... – riu-se o magistrado -
Mas nós não estamos numa democracia popular, nem queremos isso. O trabalho que a Ordem do Santo Oculto tem de proceder é a de refazer, mas de maneira diferente, a defesa de Evita. E não é com festas e com procissõezinhas que ides lá, meus amigos. O meu trabalho, como presidente da Ordem, é a de que este caso não venha a fazer jurisprudência no país.
- E quais as consequências, se tal acontecer? – perguntou Evita, embasbacada.
- É a utilização daquilo a que podemos designar “bomba atómica” – respondeu friamente o magistrado.
- Bomba atómica??! – gritaram Evita e Manuel.
- Sim. Quero dizer que se aqueles a quem vós chamais patifes vieram a provar que, em determinada altura dos crimes de que és acusada, houve ligações de altas figuras do Estado ao caso da Junta de Freguesia, isso de maneira alguma será bom para ti, Evita.
- Eles terão coragem para tal? – questionou, felinamente, Evita.
- Se essas figuras do Estado quiserem, sim – era impressionante a frieza do magistrado.
- O quê?! Se essas figuras quiserem?!... – o casal não parava de se surpreender.
- Sim. Neste momento, e foi por isso que precipitaram o teu regresso, já devem saber que tu tens a tua própria “bomba atómica”, com certeza, politicamente muito mais pesada do que a deles. Mas a bomba que possuis só produziria efeitos nefastos para o inimigo se tu não tivesses regressado ao campo de batalha. Ora, se lançarem primeiro a deles, a tua, mesmo sendo mais pesada, perde a novidade do estrondo. E a história que contares não passará da história da carochinha em banda desenhada – explicou pausadamente o magistrado.
- Queres dizer que toda esta patifaria que fizeram a Evita não vai ter um final feliz? – indignou-se Manuel.
- É provável que tenha. E torno a dizer: pertencemos à Ordem do Santo Oculto, para alguma coisa é! Mas não estou em condições para garantir seja o que for – concluiu o magistrado.

segunda-feira, maio 01, 2006

Arte sacra


A Junta de Freguesia de Gondar, Amarante, vai organizar de 6 de Maio a 30 de Junho a primeira edição da Mostra Artesanal de Arte Religiosa.
O certame vai decorrer no mosteiro daquela freguesia, onde serão expostas várias peças em barro de arte religiosa, a maioria desenvolvidas no curso de formação profissional de olaria e figurado, realizado na Escola do Oleiro, em Gondar. No interior do mosteiro haverá oleiros a trabalhar o barro, exibindo uma das mais conhecidas formas de artesanato do concelho de Amarante.
O presidente da Junta, António Teixeira, explica que esta iniciativa tem dois objectivos essenciais, destacando a importância que terá como forma de promoção de uma das mais importantes tradições de Gondar - barro negro. Note-se que esta freguesia é um dos dois grandes pólos de barro negro existentes no país.
O segundo grande objectivo é a divulgação da localidade, em especial o mosteiro, um monumento do românico tardio dos séculos XIV / XV, cuja traça arquitectónica, como destaca António Teixeira, se enquadra no cariz desta mostra de arte religiosa.
A exposição, que contará com animação musical, sobretudo todos os sábados à noite, vai estar aberta ao público todos os dias e a entrada é gratuita.