Salgueiro Maia não quis nada em troca
Completam-se, hoje, vinte anos após a morte de Salgueiro Maia, aos 47 anos de idade.
É um dos românticos capitães que, na madrugada de 25 de Abril de 1974, desencadearam a acção militar do derrube do Estado Novo.
Sob a coordenação de Otelo Saraiva de Carvalho, que traçara toda a estratégia do movimento e a colocou em prática nessa noite, Salgueiro Maia liderou, no terreno, a acção libertadora com um dos mais abnegados gestos de coragem da história de Portugal, ao de enfrentar, de mãos vazias, um tanque militar e de não ter respondido às provocações do brigadeiro Junqueira dos Reis, que deu ordens para o abaterem, ali mesmo, na Rua do Arsenal. Se tivesse respondido, certamente, seria o primeiro a morrer e a acção militar teria desencadeado um banho de sangue.
Conquistada a liberdade, Salgueiro Maia não quis nada para ele e recusou comendas, cargos políticos e mordomias afins.
