domingo, abril 01, 2012

Em exclusivo para o DF: "As Centelhas de Torah" (tradução da obra em português)


Amélia Vieira
Traduziu a obra para português.
É poeta, autora de dez livros do género,
entre os quais Gabriel, da editora
Cavalo de Ferro


A partir do próximo fim-de-semana, o DIÁRIO DE FELGUEIRAS (DF) começará a publicar, na íntegra, a obra As Centelhas de Torah, livro da autoria de Alain Hayat, que aborda o judaísmo, inserindo-se a sua temática no âmbito da Filosofia e da Religião. Alain Hayat é o actual director da Sinagoga de Lisboa.
Este livro nunca foi editado em língua portuguesa. É publicado, agora, em exclusivo neste espaço, graças à nossa colaboradora Amélia Vieira (poeta), que o traduziu para português e que, num gesto de simpatia e amizade, nos autoriza a sua reprodução, semana a semana, por partes, até à última página.
Desta forma, cremos que estamos a contribuir para a pluralidade do pensamento e para a salutar convivência de todas as opiniões da sociedade.

Acerca do autor
Alain Hayat nasceu em 1944 na Tunísia, e foi marcado por esta época singular que foram os anos do pós-guerra. Educado num ambiente patriarcal  tradicional  por via familiar, a sua vida seria  alterada pela partida forçada da Tunísia  e o retorno às origens em França, ao mesmo tempo  que o formidável  crescimento económico na Europa punha em causa os valores morais e o impressionante avanço das ciências obrigava a um novo olhar sobre o mundo. Tendo tido  oportunidade, nos círculos  judaicos de Paris, de relacionar-se com muitos professores e estudantes que iriam distinguir-se nos domínios políticos, das artes e das ciências, foi assim iniciado no universalismo da sua própria cultura  de que é  aliás, um fervoroso defensor.Sem nunca abandonar  os valores  tradicionais  do judaísmo, Alain Hayat, com  formação em  economia e estatística, iria fazer  uma carreira como quadro superior de  empresas, carreira que fez dele um andarilho global. Uma sucessão de expatriações em diversos pontos do planeta fizeram-lhe não só aprender várias línguas, mas sobretudo confrontar –se com  novas experiências que iriam estruturar uma visão do mundo  extremamente rica pela diversidade. 
Por último Portugal, onde se encontra já reformado, Alain Hayat é director da Sinagoga de Lisboa, dedicando-se à propagação do ensino judaico e sua liturgia.

O que diz o autor sobre a obra
Ao escrever este livro de considerações gerais, pretendo  ser fiel à tradição de Israel. Esta tradição constitui um vector importante na história humana. Mas, pretendi apesar de tudo, procurar uma aproximação pessoal. Pretendi, também,  transcrever a visão dos problemas deste mundo na compreensão dos problemas da humanidade visto que se alguma finalidade existe, o objectivo não pode ser esperado senão  pela acção do homem. Não é fácil a abordagem de temas tão debatidos que agitam o homem desde sempre e que encontro inscritos na Tora. Estes temas tinham sido retomados, analisados, comentados e codificados nos mínimos detalhes, entre outros, pelos sábios de Israel. Quis, portanto, a partir deste livro , inserir a minha proximidade pessoal com a tradição, ao contexto evolutivo do nosso mundo, onde  gerações sucessivas tendem a ignorar ou rejeitar as verdades admitidas por gerações passadas. As novas vagas humanas procurarão um tipo de leitura cada vez mais sofisticado e informativo. No entanto, o velho saber, poder-se-á sentir não raras vezes  como que assaltado. O meu desejo de autor seria que a visão mais interior segundo a qual esta obra está escrita fique impregnada do ensinamento dos sábios de Israel, eu, que não procuro que seja uma obra apenas singular, mas que respeite em absoluto o cânone dos valores do judaísmo.