quarta-feira, setembro 30, 2009

"Questão de Semântica", por Francisco Almeida (PS)

Francisco Almeida, n.º 2 na lista do PS
à Câmara Municipal
"O MSP impôs como condição para Fátima Felgueiras
estar presente no debate patrocinado
pela RF, a ausência de público..."
Mesmo em períodos conturbados, em que o essencial se deveria sobrepor ao supérfluo, sempre existirão aqueles que do alto da sua pseudo importância, se refugiam no autismo comportamental, na arrogância e na prepotência como forma de impor individualmente o decisório que compete ao colectivo.
Como factores abrangentes e qualificativos da democracia encontramos a liberdade de expressão, de actuação e de movimentação, assim como a tolerância, ao diálogo, ao género e aos costumes.
Com o cumprimento destes preceitos contribuíamos definitivamente para a sedimentação de estádios irreversíveis no que concerne aos direitos de cidadania e equidade dos portugueses.
Quando confrontados com a irredutibilidade, com a imposição, com a manipulação e consequente condicionamento de atributos ou actos, surge a interrogação: Como agir?
A resposta sempre encerrará dois planos de actuação:

1 – Subestimar, desvalorizando este tipo de comportamentos e atitudes desviantes e pouco consentâneas com sociedades evoluídas.
Ou,
2 – Compreender estas atitudes com a carga sofismática que encerram, entender a mensagem subliminar ao discurso literal, desvalorizar a forma e analisar a substância como único acto possível para o real entendimento da actuação.

É com base nesta filosofia que entendemos ser imposição, e não questão prévia, levantada pela candidatura do MSP à direcção da RF (Rádio Felgueiras), no que concerne o estabelecimento de regras ou alteração das mesmas quanto ao debate agendado para dia 7 de Outubro entre os candidatos à Câmara Municipal.
De uma forma irredutível, o MSP impôs como condição para Fátima Felgueiras, estar presente no referido debate patrocinado pela RF, a ausência de público, alteração esta que contrariou as regras do jogo, tais regras, são tão só nos critérios seguidos por tradição por esta rádio em todos os debates eleitorais já realizados e atempadamente dados a conhecer por ofício a todas as candidaturas.
Das duas uma, ou Fátima Felgueiras não está interessada em debater com os seus oponentes, e por tal, disposta a esclarecer a população felgueirense, o que cremos ser primariamente a sua intenção, ou, lamentavelmente considera que a população de Felgueiras não encerra em si nível, ética, civismo ou atitude comportamental para estar presente num mesmo espaço onde ela se encontre, no caso em debate politico-eleitoral.
Na primeira, o tiro saiu pela culatra, pois as outras seis candidaturas acederam á exigência e imposição do MSP, em prol da informação e do cabal esclarecimento da população, não lhe permitindo, por tal, utilizar este subterfúgio menor para não comparecer.
Na segunda, embora não permita que 70 convidados possam ter memória descritiva deste debate, provoca em centenas um sentimento de indignação por mais este atestado de menoridade que passa aos seus conterrâneos.
O fim aguardado encerra sempre sofrimento e trajecto penoso. Será por isso acto de misericórdia que os felgueirenses permitam que descanse e permita que o concelho encontre um novo rumo consentâneo com o valor e trajecto da sua população.

Francisco Almeida