terça-feira, março 17, 2009

Olha que lindo! O Avelininho de galochas e fato-macaco!

Clique no cartaz para o ver melhor
O Avelininho é pau para toda a obra! Não nos referimos às obras sociais, nem, muito menos, às obras literárias.

O Avelininho, há quatro anos, bem tentou, bem acreditou, conquistar a Câmara de Amarante, na sua pouco lendária corrida às autárquicas, à boa maneira dos presidentes de câmara arguidos que gostam de "fugir" para o Poder. Mas falhou, a eleição! O resto, só Deus é juiz verdadeiro.

Apesar de ter dito na campanha eleitoral que, logo que ganhasse as eleições, iria mandar calar os pianos dos concertos musicais promovidos pela autarquia e que iria ouvir-se mais a “música” dos “catrapilers” – ou seja, grandes obras para o concelho –, o Avelininho falhou a eleição. Imaginem!

As grandes obras, como o saneamento e as creches, não enchem o olho das pessoas, logo o Avelininho não teria que se preocupar com isso. Bastaria rasgar um monte ou um campo para mostrar à população amarantina que a sua obra - “grandiosa"! - iria perpetuar o nome do autarca, o da família e os dos amigos pelas ruas da cidade, como aconteceu em Marco de Canavezes: o estádio tem o nome do Avelininho, o FC Porto tem uma avenida, Jorge Nuno Pinto da Costa tem outra via. Ao que consta, até a D. Rosa, esposa do Avelininho, lá tem o seu nome, num beco qualquer (com o devido respeito, claro!).

O Avelininho, depois, certamente, preparar-se-ia para privatizar a água ao domicílio, contra a qual, há muito, se indignou Armindo Abreu, que, a propósito disso, lembrou às pessoas ser "uma pessoa de Esquerda” Ainda bem, meu caro, porque há muita a gente a dizer-se de Esquerda que, findas as contas, não é nada!

Um povo inculto, normalmente, não vê, muito menos obra por baixo da terra (como, p.ex., o saneamento) e obras sociais (como, p.ex., as creches). E um povo que não gosta de pianos, que gosta mais de Tony Carreira, geralmente, deixa de ter assuntos sociais na mente. É que a “toada pimba”, de que parece gostar mais o Avelininho, tira a nobreza e a criatividade à alma; engelha a inteligência emocional.

É preciso ver sem olhar. Aliás, Sousa-Cardozo via os seres e as coisas inanimadas por dentro. Pintava na tela o que vislumbrava por dentro dos alvos - característica fundamental do Cubismo. E os parolos do seu tempo - atenção, do tempo de Sousa-Cardozo! -, quando viram a primeira exposição do pintor na Faculdade, ao verem que ele só pintava "gatafonhadas", correram o pobre artista a pontapé. É que, para vermos, o coração tem que ser inteligente, também. A emoção, de que nos fala António Damásio.

Amarante – terra de Pascoaes, de Souza-Cardoso, de Agustina e de outros vultos da cultura portuguesa –, deu provas inequívocas da sua maturidade cultural e cívica, que não vai em populismos (olhem que é uma raridade no Norte!) Apesar de ser um concelho pobre, é rico em espírito. A tradição cultural de Amarante é um genes positivo junto da população para a definição clara da diferença – entre o trigo e o joio –, não obstante as históricas assimetrias sociais, agora mais esbatidas, entre a cidade e as freguesias do concelho.

Este ano, o Avelininho, já refeito do falhanço em Amarante, insiste em sonhar o seu regresso ao Poder. Num gesto de grande inquietude, de "autarca-herói" e de virilidade guerreira, é candidato ao Município de Marco de Canaveses, na tentativa de destronar… o seu sucessor na presidência na Câmara, Manuel Moreira. Afinal Narciso Miranda vai tentar o mesmo em Matosinhos, contra Guilherme Pinto.

Salvo raras excepções, isto é o Norte no seu melhor!... É o Norte do País! Região para qual durante milhares de anos povos oriundos de toda a Europa se refugiaram e se digladiavam, porque, tendo o Atlântico a Oeste e a Noroeste, já não podiam fugir mais.