Um leitor assíduo do nosso diário deslocou-se propositadamente à nossa Redacção para nos mostrar um periódico publicado pelos e para os alunos do antigo Externato D. Henrique, no longínquo ano de 1959 – um ano após o “terramoto político” provocado pela participação de Humberto Delgado nas eleições (fraudulentas) para a Presidência da República.
Como se sabe, aquela escola, onde hoje está instalado o Conservatório de Música de Felgueiras, era da propriedade da Dr.ª Dulce Barros, que, com sabedoria e horizontes abertos ao mundo, soube transformá-la num viveiro de jovens ansiosos de Desenvolvimento e Liberdade.
O número desta publicação que temos em mãos (número 12, de 02 de Fevereiro de 1959) consiste numa folha A4, desdobrável, que era composto e impresso na Tipografia “Notícias de Felgueiras”, cujo conteúdo se pautava pela crítica meia inocente, meia mordaz, e que não escapava à Censura. Pode ler-se na página 3: “Este número tem 4 páginas e foi visado pelo Dr. Censura”.
A ironia marcava definitivamente os escritos deste periódico, “semanário quintanista”. Por exemplo, o referido número, D. Juan denuncia os “Caloteiros & C.ª, Ld.ª”, ou seja, aqueles que ainda não tinham liquidado a assinatura do jornal, com uma veemência tal que só o espírito de camaradagem permitia tal referência. Outro exemplo, leia-se o seguinte anúncio: “Quem quiser pistolas em 2.ª mão é dirigir-se à Pastelaria Dias, que tem um grande stock em armas grandes e pesadas”. O Sr. Dias era, nem mais nem menos, um dos professores da escola".
Esta publicação não durou muito mais: foi proibido pela PIDE.
De quando em vez, reproduziremos mais números de “O INFANTE”
Como se sabe, aquela escola, onde hoje está instalado o Conservatório de Música de Felgueiras, era da propriedade da Dr.ª Dulce Barros, que, com sabedoria e horizontes abertos ao mundo, soube transformá-la num viveiro de jovens ansiosos de Desenvolvimento e Liberdade.
O número desta publicação que temos em mãos (número 12, de 02 de Fevereiro de 1959) consiste numa folha A4, desdobrável, que era composto e impresso na Tipografia “Notícias de Felgueiras”, cujo conteúdo se pautava pela crítica meia inocente, meia mordaz, e que não escapava à Censura. Pode ler-se na página 3: “Este número tem 4 páginas e foi visado pelo Dr. Censura”.
A ironia marcava definitivamente os escritos deste periódico, “semanário quintanista”. Por exemplo, o referido número, D. Juan denuncia os “Caloteiros & C.ª, Ld.ª”, ou seja, aqueles que ainda não tinham liquidado a assinatura do jornal, com uma veemência tal que só o espírito de camaradagem permitia tal referência. Outro exemplo, leia-se o seguinte anúncio: “Quem quiser pistolas em 2.ª mão é dirigir-se à Pastelaria Dias, que tem um grande stock em armas grandes e pesadas”. O Sr. Dias era, nem mais nem menos, um dos professores da escola".
Esta publicação não durou muito mais: foi proibido pela PIDE.
De quando em vez, reproduziremos mais números de “O INFANTE”