terça-feira, fevereiro 07, 2006

Fátima

Tivesses tu, linda flor,
Um jardim onde houvesse
Quem te colhesse os pingos do nevoeiro,
Que hoje, nesta manhã, ondeleia o barco de memória,
Acolher-te-ia, com certeza,
No meu regaço cravado pela rosa dos ventos, espessa e agreste
De espinhos que invadem a carne e o sangue daqueles cristãos,
Sábios, humildes, e vencedores de holocaustos
Feitos e lançados aos pés
Íngremes...
de Santiago.

Terra nova – terra pátria sem noção do espaço e do tempo para vencer;
Perdendo, sempre, batalhas na face do ser agredido.
Espada lançada
E recebida nas mãos de Isabel,
A portuguesa nos feitos da História,
Onde se inscrevem um pai... e um filho –
Qual filho de Eva ! –,
Irmanados pelo canto sereno de um rio,
Que extravasa oceanos.

Bendito sejas, lugar sagrado, pela união sagrada !
Bendito sejas pela união dos povos, mares e continentes !

Fátima, 13 de Outubro de 1993.
"Sem Síntese de Mim", José Carlos Pereira