“A Fatinha mandou-nos estar calados.” Foi desta forma que uma das pessoas que ontem viajou com Fátima Felgueiras até ao Santuário de Fátima justificou o silêncio colectivo, antes da partida dos autocarros, às 7h00, em Felgueiras.
O clima nos 62 autocarros que acompanharam a autarca a Fátima, para cumprir a promessa que fez à Virgem aquando das eleições autárquicas era tudo menos católico. Os jornalistas foram recebidos debaixo de insultos, que se juntaram a empurrões e ameaças. “Ponham-se daqui para fora”, repetiu várias vezes um membro da organização que negou identificar-se. “Irão a bem ou a mal. Não admito que façam perguntas às pessoas que vão connosco.
”Na Cova da Iria manteve-se o voto de silêncio. Antes de se dirigir à Capelinha das Aparições, onde assistiu à missa, a autarca reuniu com os jornalistas, fora do Santuário, para repudiar a “tentativa de alguns associarem motivações políticas” a esta peregrinação. Depois, nem mais uma palavra. Entrou na Capelinha rodeada pelos colaboradores e abandonou o recinto após a eucaristia. Os peregrinos fizeram o mesmo. Quando eram abordados, recusavam falar. Alguns deixaram escapar apenas que viajaram de borla, mas outros diziam ter pago 10 euros.