(...)
15H30
Funpark, seis quilómetros de Fátima. A festa está “'no augé" no "mundo de emoções à parte" - como explica o folheto publicitário deste mega-espaço escolhido para albergar os peregrinos :de Felgueiras durante o almoço. Pelo parque espalham-se os autocarros - a das empresas de viação Pacense e da Landim, que, à míngua de árvores, vão servindo de sombra a alguns dos extenuados e esfomeados peregrinos. Está muito calor, os farnéis estão quase vazios e aqueles que se esqueceram de trazer mantimentos dizem mal da sua vida. Uma carrinha branca que deveria ter vindo bem fornecida de comida – não se sabe quem pagou a gentileza, há quem garanta que foi um restaurante da terra que ofereceu - já está vazia, Também da terra vieram três barris de vinho verde, que rapidamente deixaram de pingar.
As mesas do salão de restauração estão repletas e ainda há filas de pessoas que aguardam para comer. Do outro lado do restaurante, meia dúzia de aventureiros fazem rappel e karting, indiferentes ao ao bulício instalado do outro lado.
No entretanto, alguém se apressa a trazer uma mesinha e uma cadeira. Da espécie de púlpito improvisado, Fátima Felgueiras começa a distribuir lenços brancos, postais e "pins" pela multidão que se vai juntando em seu redor. Os lenços são o adereço mais cobiçado. Pudera. Dizem "Felgueiras Sempre Presente! Fátima, 11 de Fevereiro de 2006". Há quem os ponha na cabeça, ao pescoço e há até quem não se contenha e os agite gritando "Fátima, Fátima". A dada altura, a autarca começa atirá-los às dezenas e gera-se uma grande confusão. Todos querem um e temem que não cheguem para as encomendas. Os postais também são apreciados. Têm uma bela fotografia com a presidente de câmara, com alguns dizeres, do tipo "A fé move montanhas". A ideia expressa pela autarca sobre a espontaneidade da peregrinação acaba por cair por terra.
Ninguém se dispõe a esclarecer o PÚBLICO - que ousa perguntar quem organizou tal festim. Um dos braços direitos da autarca tenta expulsar a jornalista do "Funpark", enquanto outros felgueirenses mais exaltados apupam, insultam e cercam a "agente infiltrada", que bate em retirada sem saber se iria haver discurso presidencial aos peregrinos. São 16h30 e a festa continua no “Funpark”. (...)
Funpark, seis quilómetros de Fátima. A festa está “'no augé" no "mundo de emoções à parte" - como explica o folheto publicitário deste mega-espaço escolhido para albergar os peregrinos :de Felgueiras durante o almoço. Pelo parque espalham-se os autocarros - a das empresas de viação Pacense e da Landim, que, à míngua de árvores, vão servindo de sombra a alguns dos extenuados e esfomeados peregrinos. Está muito calor, os farnéis estão quase vazios e aqueles que se esqueceram de trazer mantimentos dizem mal da sua vida. Uma carrinha branca que deveria ter vindo bem fornecida de comida – não se sabe quem pagou a gentileza, há quem garanta que foi um restaurante da terra que ofereceu - já está vazia, Também da terra vieram três barris de vinho verde, que rapidamente deixaram de pingar.
As mesas do salão de restauração estão repletas e ainda há filas de pessoas que aguardam para comer. Do outro lado do restaurante, meia dúzia de aventureiros fazem rappel e karting, indiferentes ao ao bulício instalado do outro lado.
No entretanto, alguém se apressa a trazer uma mesinha e uma cadeira. Da espécie de púlpito improvisado, Fátima Felgueiras começa a distribuir lenços brancos, postais e "pins" pela multidão que se vai juntando em seu redor. Os lenços são o adereço mais cobiçado. Pudera. Dizem "Felgueiras Sempre Presente! Fátima, 11 de Fevereiro de 2006". Há quem os ponha na cabeça, ao pescoço e há até quem não se contenha e os agite gritando "Fátima, Fátima". A dada altura, a autarca começa atirá-los às dezenas e gera-se uma grande confusão. Todos querem um e temem que não cheguem para as encomendas. Os postais também são apreciados. Têm uma bela fotografia com a presidente de câmara, com alguns dizeres, do tipo "A fé move montanhas". A ideia expressa pela autarca sobre a espontaneidade da peregrinação acaba por cair por terra.
Ninguém se dispõe a esclarecer o PÚBLICO - que ousa perguntar quem organizou tal festim. Um dos braços direitos da autarca tenta expulsar a jornalista do "Funpark", enquanto outros felgueirenses mais exaltados apupam, insultam e cercam a "agente infiltrada", que bate em retirada sem saber se iria haver discurso presidencial aos peregrinos. São 16h30 e a festa continua no “Funpark”. (...)