Vai
ser apresentado em Felgueiras, no próximo sábado, dia 4 de Maio, pelas 16
horas, na Casa das Artes, o livro Memórias
de Céu e Inferno, António Passos Coelho (romancista, contista e poeta),
natural e residente em Vila
Real.
Trata-se
de um romance, de 300 páginas, dado à estampa pela Fronteira do Caos Editores.
A
apresentação crítica da obra estará a cargo do felgueirense Rui Noronha e Sousa.
Sinopse da obra
O inferno é uma invenção pré-histórica de certo
fanatismo religioso, destinado ao suplício de almas malvadas. O paraíso fora
concebido para premiar eternamente as almas boas; localiza-se no céu, em sítio
incerto. Não obstante os avanços tecnológicos no domínio da astronáutica, ainda
se não vislumbrou o preciso lugar desse almejado destino das almas sãs, cujos
corpos se finaram. Do inferno nunca nenhum sábio ousou definir a topografia, e
não existe notícia de que alguém se tenha interessado em descobrir-lhe o
paradeiro. Por mim, creio que o inferno é nesta vida e não está equipado com
caldeirões efervescentes, terríficos braseiros, sofisticados aparelhos
flageladores. Cada pessoa pode ter o seu inferno. O meu foi a fome, o frio, a
miséria que vivi até aos oito anos num casebre imundo de Peneda…. Completamente
alheio à tragédia que assolava a Europa, com a avalanche militar nazi
subjugando a Bélgica, a Holanda, o Luxemburgo e parte da França, posto que
detida pelos soviéticos em Stalinegrado, e repercutindo-se gravemente no nosso
país em dificuldades económicas que nos impunham graves restrições alimentares,
eu era feliz em Chaves.
Vivia feliz na simpática, bonita, acolhedora, farta cidade
fronteiriça flaviense. Vivia no céu!
O autor
António
Passos Coelho nasceu em Valnogueiras, Panóias, Vila Real. Médico Pneumologista,
possui no seu curriculum uma vasta e notável experiência na luta contra a
tuberculose. Foi director Clínico do Sanatório do Sameiro. Nos anos 70, do
século XX, parte para Angola, onde é encarregado de organizar a luta
antituberculosa no distrito do Bié até 1973, altura em que é nomeado director
do Sanatório de Luanda. Ainda em Angola, exerce funções de Chefe de Serviço de
Combate à Tuberculose e é nomeado responsável pelo curso de Tisiologia da
Faculdade de Medicina de Luanda. Após 1975 regressa a Portugal e desenvolve a
sua actividade em Vila Real. Foi Coordenador Distrital do Serviço de
Luta Antituberculosa (SLAT-1976), membro da Comissão Instaladora da
Administração Distrital do Serviço de Saúde (1997), Presidente da Assembleia
Distrital da Ordem dos Médicos (1978), Vice-presidente da Sociedade Portuguesa
de Patologia Respiratória (1980), Presidente da Comissão Instaladora do
Hospital Distrital de Vila Real e Director Clínico do mesmo (1991). Foi
Presidente da Assembleia Municipal de Vila Real.
Tem obra
literária de que destacamos os livros de contos Gente da Minha Terra (1960) e Histórias Selvagens (1963), que serviu de argumento para
um filme de António Campos, o
livro de poesia Material
Humano (1997), e os romances Caramulo (2006), Zélia (2008) e Angola Amor Impossível (2011).