terça-feira, outubro 18, 2011

Fátima Mariano encheu a Casa do Povo da Longra na abertura das Tertúlias Itinerantes

O auditório da Casa do Povo da Longra acolheu, no passado domingo, pelas 16 horas, a sessão de abertura do ciclo das Tertúlias Itinerantes. Pode-se dizer, sem margem para dúvidas, que a iniciativa alcançou um grande êxito, muito participado pelos presentes (com o auditório cheio), de grande vivacidade, animação e debate.
A convidada especial para apadrinhar o evento foi Fátima Mariano, jornalista do Jornal de Notícias, na redacção de Lisboa, e investigadora do Instituto de História Contemporânea da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. Autora da obra “As mulheres e a I República”, Fátima Mariano fez, nesta tertúlia, a primeira apresentação pública do livro, que tem a chancela da Editora Caleidoscópio, e que só será lançado oficialmente no final do mês, em Lisboa.
Trata-se de uma tese de mestrado, muito acessível, apesar do rigor científico, porque Fátima Mariano, sendo investigadora académica, soube aliar esta sua vertente com a de jornalista. A fluidez textual proporciona uma boa compreensão da temática. Esta tese foi uma das obras selecionadas pelo júri nomeado pela Comissão Nacional das Comemorações do Centenário da República.
O Coro dos Pais do Conservatório de Música do Porto, orientado pelo Maestro Prof. António Diogo, abrilhantou este acontecimento cultural, com intervenções intercaladas de grande qualidade, com vários temas, em várias línguas, alguns do século XVI. Um grupo de pais, que já inclui avós, em que, sublinhe-se, a qualidade está num patamar elevado.
Fátima Mariano, na oportunidade da sua intervenção, considerou: “Até ao momento, não havia um estudo tão aprofundado das organizações feministas, nem o nome das feministas e da luta que travaram durante a I República. O livro aborda questões como o trabalho, a política e a mulher na família, entre outras”. Referiu que o movimento feminista, em relação ao movimento inglês, foi muito pacífico: “Em 16 anos de República, houve apenas uma manifestação de mulheres”. Mais adiante, considerou: “As lutas que as mulheres ainda hoje travam são lutas de há cem anos, sobretudo neste tempo de crise económica. A nível mundial, verificamos também esse fenómeno: este ano, três mulheres foram laureadas com o Prémio Nobel da Paz ”.
O evento contou com a colaboração da Junta de Freguesia de Rande e com os apoios da Cooperativa Agrícola local, do Pão-de-ló Mário Ribeiro e da empresa BGS – Expositores para Stands”.