Impunidade de quem governa
Sempre que se tenta responsabilizá-los, os titulares de cargos públicos respondem, invariavelmente, que é ao povo que compete avaliá-los e julgá-los através do voto, em eleições.
Perante o descalabro financeiro das contas públicas, cabe perguntar se é suficiente o ‘julgamento’ em eleições viciadas por manipulações de toda a ordem, que influenciam o voto dos eleitores. A sensação geral é de que somos todos enganados. E que os que escolhemos se servem de nós e do nosso voto para nos enganar em proveito próprio.
É urgente que a democracia se salve e fortaleça, invertendo o rumo de descrédito acentuado, e se evite o recurso a homens providenciais. São necessários novos mecanismos de responsabilização dos titulares de cargos públicos. A começar pelos membros do Governo.
Se o Primeiro-ministro e o Ministro das Finanças são pródigos nos gastos públicos, se fazem uma gestão ruinosa do país e dos impostos pagos pelos portugueses, concebe-se que continuem civil e criminalmente impunes?
Clique em: Correio da Manhã, de 05.11.2010