sábado, outubro 23, 2010

Versos de procurador dão processo disciplinar

Expresso, 23 de Outubro de 2010
(clique na imagem para ler a notícia e quatro quadras)
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A notícia vem na edição de hoje do semanário Expresso…
Um pobre poeta de Lisboa, que traz a poesia na alma e a inspiração na ponta da caneta, e que, por acaso, é também procurador do Ministério Público e vai todos os dias de Metro para o trabalho, está a enfrentar um “penoso” (de pena poética, entenda-se!) processo disciplinar, porque uma “mal-humorada” ou "insensível" juíza (mas, quiçá, uma musa perfeita no campo das leis) resolveu participar do senhor magistrado, não por este ter chegado 20 minutos atrasado à sessão de um julgamento vulgar, mas por ter apresentado a respectiva justificação em verso (dez quadras) e declamado todo o teor em plena sessão judicial. As quadras até ficaram registadas em acta, a pedido do próprio procurador.
O magistrado/poeta incorre, no máximo, na pena de advertência. Ficou provado que o teor das quadras não constitui ofensa. Considera-se é que a sessão de um julgamento não é um momento nem um local próprios para se recitar poesia. Boa ou má poesia.
Relata o prestigiado semanário: “A récita do procurador foi feita em tom calmo, a juíza nunca se exaltou e não houve confronto entre os dois”.
Pois é! Sendo assim, parece-nos que a juíza não terá desgostado tanto do “recital poético” como parece crer à primeira vista; estaria mas é à espera que lhe calhasse um versinho... Pensamos nós.
É bem verdade!.... “Já ninguém tem respeito / pelos excessos de um artista!” - como diz a canção do Rui Veloso.