domingo, outubro 31, 2010

Escândalo de vencimentos - Guimarães Capital Europeia da Cultura 2012

Notícia do Jornal de Notícias, de ontem;
Fotografia de arquivo do jornal "
Notícias de Guimarães"
Na fotografia: ao centro, Cristina Azevedo, presidente do
Conselho de Administração da Fundação Cidade de Guimarães,
e Jorge Sampaio, presidente do respectivo Conselho Geral.

"Bem prega Frei Tomás, faz o que ele diz, não faças o que ele faz!"
A notícia vem no JN, de ontem, com o título "Capital Europeia da Cultura paga caro"...
Numa altura em que se são pedidos sacrifícios desumanos aos portugueses, nomeadamente aos mais desfavorecidos; num distrito (Braga) onde há situações de fome mercê da alta taxa de desemprego (15%, ou seja, quase 50% acima da média nacional) na região, onde a crise no sector têxtil há muito que se instalou... isto é um escândalo!
Afinal, eles (ainda) comem tudo!
Abaixo transcrevemos a notícia do JN. O destaque, a negrito, de alguns caracteres são da nossa responsabilidade.


"De mais" e "inaceitável", foram as expressões utilizadas pela Ministra da Cultura, Gabriela Canavilhas, para se referir à folha salarial dos administradores da Fundação Cidade de Guimarães (FCG) que, por ano, custam à entidade cerca de 600 mil euros.
"Acho que é de mais. Não é de facto aceitável no contexto que atravessamos, como não seria em qualquer contexto tanta discrepância de vencimentos", afirmou a Ministra da Cultura. O seu Ministério apenas tem voz na FCG através do lugar que a Delegada de Cultura do Norte ocupa no Conselho Geral, órgão consultivo composto por 15 membros.
Os números que chocaram a ministra retratam um salário mensal de 14.300 euros para Cristina Azevedo, presidente do Conselho de Administração, que contempla ainda carro e telemóvel. Os dois administradores executivos, Carla Morais e João Serra, auferem 12.500 euros mensais. Além disso, todos os 15 componentes do Conselho Geral, presidido pelo ex-Presidente da República Jorge Sampaio recebem 300 euros por reunião, à excepção do próprio presidente que ganha 500.
"A própria FCG será a primeira a repensar a situação. Entre as várias adaptações que terá de fazer essa será uma das primeiras", afirmou Gabriela Canavilhas.
Estes vencimentos foram estipulados pela Câmara Municipal de Guimarães que preside à Comissão de Vencimentos da Fundação. António Magalhães, presidente da Câmara, admitiu, em comunicado, "ponderar a conjuntura nacional e as decisões tomadas para contenção do défice, repercutindo-a na grelha de vencimentos". O autarca alega que estes vencimentos foram estipulados pela importância do projecto que é "um desígnio nacional e de grande relevância para a afirmação e desenvolvimento da cidade e da região à escala europeia", e baseando-se numa "aturada pesquisa e confrontação com valores estabelecidos em projectos semelhantes".
Agostinho Lopes, deputado do Partido Comunista eleito pelo círculo de Braga já enviou um pedido de explicações para os ministérios das Finanças e da Cultura. O deputado comunista considera estes números um "atentado" numa região como a do Vale do Ave que apresenta uma taxa de desemprego a roçar os 15%. Agostinho Lopes não percebe como é que nestas funções se ganha mais que o Presidente da República e do que o Primeiro-Ministro.