Texto e selecção musical de
Marília Moreira e José Carlos Pereira
No dia 24 de Novembro de 1991, os sinos dobraram por Freddie Mercury – o lendário vocalista dos Queen.
Nesse dia, o mundo ficou estupefacto com o desaparecimento físico prematuro daquele que marcou grandemente a juventude do seu tempo, já que era enorme o seu talento. A sua expressão artística em palco não passava indiferente a quem quer que fosse.
A vida deste homem é uma lição sobre como prosseguir um sonho, lidar com a fama, olhar para trás sem arrependimento e manter ao mesmo tempo a distância suficiente para ser capaz de reflectir sobre o seu legado e até sobre a sua morte.
Apaixonado por gatos
Farrokh Bulsara nasceu na pequena ilha de Zanzibar a 5 de Setembro de 1946. Torna-se vocalista dos Queen 25 anos mais tarde, em Londres, já com o nome de Freddie Mercury.
Filho de Bomi e de Jer Bulsara, Freddie passou a maior parte da sua infância na Índia, onde frequentou o colégio St. Peter. Com sete anos começa a ter aulas de piano e nessa altura ninguém podia ainda prever até onde o amor pela música o iria levar. Em 64, a família Bulsara muda-se para o Middlessex. Freddie Mercury estuda desenho gráfico no Ealing College of Art, antes de se dedicar inteiramente à música. Em 71, junta-se aos Queen, onde permanecerá para sempre, dando início à sua imortalidade.
O público em geral sabe que o cantor era um artista de causas, como a que se refere à defesa dos direitos dos animais, mas nem toda a gente conhece particularidades da sua vida, como, por exemplo: durante as tournées, em qualquer parte do mundo, o cantor estabelecia "cat calls", para por a conversa em dia com os seus gatos. Mary Austin, a sua companheira, colocava os gatos ao telefone e desenrolavam-se (ronronavam-se) frutuosos diálogos. Amor, inspiração e energia que os felinos lhe transmitiam antes dos espectáculos. Era grande, de facto, o amor de Mercury pelos gatos, ao ponto de lhes dedicar um tema musical. Chegou a ter vários gatos ao mesmo tempo. Várias vezes tirou fotografias com alguns deles. Eis os nomes de alguns: Miko, Oscar, Romeo, Tiffany e Delilah (a sua gata predilecta, à qual dedicou o tema musical).
"Uma voz lírica"
Segundo os especialistas da música, Freddie Mercury era proprietário da voz, quem sabe, a mais lírica e mais forte de todos os tempos, chegando provavelmente a superar Elvis Presley e Jonh Lennon. Há quem garanta que, durante as gravações do álbum Barcelona, Freddie desafiou Montserrat Caballé, a cantora lírica mais conhecida no mundo, para ver quem possuía maior fôlego. Mercury venceu com uma grande vantagem.
Em 1992, dão-se os Jogos Olímpicos de Barcelona, um ano depois da morte de Freddie Mercury, nos quais Montserrat Caballé interpreta a famosa canção Barcelona (gravada em 1988) num dueto virtual com o cantor falecido. Ainda hoje o dueto é recordado como um marco histórico da música.
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