Isabel Santos, candidata do PS à Câmara de Gondomar
O DIÁRIO DE FELGUEIRAS é politicamente independente, irreverente até, mas tal não significa que seja indiferente, principalmente quando em causa estão os elevados valores da liberdade e da democracia – princípios que foram muito caros, ao longo de toda história, por quem por eles lutou e, em muitos casos ocorridos, deu a própria vida. Desde, por exemplo, a libertação do povo hebreu até à libertação do povo português em 1974.
Gondomar, tal como Felgueiras e como foi (e corre o risco de ser novamente) o caso de Marco de Canaveses, é um lugar do mundo onde a democracia é constantemente posta em causa, com medievais atitudes de quem se julga dono da verdade e das próprias pessoas que lá habitam. Trata-se de um fenómeno atípico no quadro dos princípios pelos quais foi feita a Revolução de Abril, ou seja, no quadro do mundo civilizado.
A bárbara agressão a Ricardo Bexiga, ex-vereador do PS da Câmara de Gondomar, motivada por, alegadamente, ter estado na base de denúncias à Justiça, é uma das muitas provas inequívocas de que a mudança política é necessária naquele concelho, para bem dos gondomarenses e da própria pedagogia democrática. Infelizmente, essa mudança não se prevê, mas fica já o caminho iniciado…
Isabel Santos, deputada do PS à Assembleia da República, é a candidata do partido à Câmara Municipal de Gondomar. Culta e inteligente é uma das poucas figuras capazes de abrir esse caminho, para uma realidade mais civilizada.
A bárbara agressão a Ricardo Bexiga, ex-vereador do PS da Câmara de Gondomar, motivada por, alegadamente, ter estado na base de denúncias à Justiça, é uma das muitas provas inequívocas de que a mudança política é necessária naquele concelho, para bem dos gondomarenses e da própria pedagogia democrática. Infelizmente, essa mudança não se prevê, mas fica já o caminho iniciado…
Isabel Santos, deputada do PS à Assembleia da República, é a candidata do partido à Câmara Municipal de Gondomar. Culta e inteligente é uma das poucas figuras capazes de abrir esse caminho, para uma realidade mais civilizada.
Não conhecemos pessoalmente os outros candidatos da oposição política no concelho. Se os conhecêssemos, não iríamos aqui tomar partido por nenuma força oponente ao poder instituído, por razões éticas e deontológicas. Porém, a título pessoal, vai o nosso apreço pela candidata socialista.
Isabel Santos não é candidata a um "lugar ao Sol"; sabe muito bem que não irá vencer as eleições e tem conhecimento, pior do que isso, das condições dificílimas que é ser oposição política em Gondomar.
Isabel Santos, na Assembleia da República, desenvolve um trabalho muito activo no combate à discriminação e às desigualdades sociais, sendo uma voz interventiva no parlamento. Esteve solidária com a pessoa do editor do DIÁRIO DE FELGUEIRAS num dos momentos difíceis da sua vida, representando o PS ao lado do BE e do CDS-PP na conferência de imprensa realizada no café Majestic, no Porto, em Janeiro de 2006.
Este apontamento não é uma forma de agradecimento, mas uma maneira de partilhar a solidariedade com Isabel Santos pela coragem que teve de aceitar ser candidata pelo seu partido num concelho (Gondomar) onde o populismo e o medo coabitam como forma de ditadura política, de não participação efectiva dos cidadãos na gestão pública.
Isabel Santos, na Assembleia da República, desenvolve um trabalho muito activo no combate à discriminação e às desigualdades sociais, sendo uma voz interventiva no parlamento. Esteve solidária com a pessoa do editor do DIÁRIO DE FELGUEIRAS num dos momentos difíceis da sua vida, representando o PS ao lado do BE e do CDS-PP na conferência de imprensa realizada no café Majestic, no Porto, em Janeiro de 2006.
Este apontamento não é uma forma de agradecimento, mas uma maneira de partilhar a solidariedade com Isabel Santos pela coragem que teve de aceitar ser candidata pelo seu partido num concelho (Gondomar) onde o populismo e o medo coabitam como forma de ditadura política, de não participação efectiva dos cidadãos na gestão pública.
Por isso, deixamos aqui o lúcido poema, de Alexandre O'Neill, intitulado: "Poema Pouco Original do Medo".
O medo vai ter tudo
pernas
ambulâncias
e o luxo blindado
de alguns automóveis
Vai ter olhos onde ninguém o veja
mãozinhas cautelosas
enredos quase inocentes
ouvidos não só nas paredes
mas também no chão
no tecto
no murmúrio dos esgotos
e talvez até (cautela!)
ouvidos nos teus ouvidos
O medo vai ter tudo
fantasmas na ópera
sessões contínuas de espiritismo
milagres
cortejos
frases corajosas
meninas exemplares
seguras casas de penhor
maliciosas casas de passe
conferências várias
congressos muitos
óptimos empregos
poemas originais
e poemas como este
projetos altamente porcos
heróis
(o medo vai ter heróis!)
costureiras reais e irreais
operários
(assim assim)
escriturários
(muitos)
intelectuais
(o que se sabe)
a tua voz talvez
talvez a minha
com a certeza a deles
Vai ter capitais
países
suspeitas como toda a gente
muitíssimos amigos
beijos
namorados esverdeados
amantes silenciosos
ardentes
e angustiados
Ah o medo vai ter tudo
tudo
(Penso no que o medo vai ter
e tenho medo
que é justamente
o que o medo quer)
O medo vai ter tudo
quase tudo
e cada um por seu caminho
havemos todos de chegar
quase todos
a ratos
pernas
ambulâncias
e o luxo blindado
de alguns automóveis
Vai ter olhos onde ninguém o veja
mãozinhas cautelosas
enredos quase inocentes
ouvidos não só nas paredes
mas também no chão
no tecto
no murmúrio dos esgotos
e talvez até (cautela!)
ouvidos nos teus ouvidos
O medo vai ter tudo
fantasmas na ópera
sessões contínuas de espiritismo
milagres
cortejos
frases corajosas
meninas exemplares
seguras casas de penhor
maliciosas casas de passe
conferências várias
congressos muitos
óptimos empregos
poemas originais
e poemas como este
projetos altamente porcos
heróis
(o medo vai ter heróis!)
costureiras reais e irreais
operários
(assim assim)
escriturários
(muitos)
intelectuais
(o que se sabe)
a tua voz talvez
talvez a minha
com a certeza a deles
Vai ter capitais
países
suspeitas como toda a gente
muitíssimos amigos
beijos
namorados esverdeados
amantes silenciosos
ardentes
e angustiados
Ah o medo vai ter tudo
tudo
(Penso no que o medo vai ter
e tenho medo
que é justamente
o que o medo quer)
O medo vai ter tudo
quase tudo
e cada um por seu caminho
havemos todos de chegar
quase todos
a ratos