Foto retirada do site Triplov
João Garção
Interpretação de Nana Mouskouri nesta obra de Verdi.
É um “caso de cultura” a saída de João Garção da nossa vida política autárquica.
Bem formado cultural e moralmente, de trato fino com todas as pessoas, o (ainda) vice-presidente da Câmara e vereador do pelouro da Educação e Cultura preferiu fazer uma retirada “à francesa”, sem ruptura, mas também de abandono total em relação ao “centralismo” político de Fátima Felgueiras, figura tutelar do movimento Sempre Presente (SP). Fátima é o próprio movimento em exclusividade, a nível de decisões e de direcção, cujos efeitos trespassam, depois, para o exercício público do poder.
Garção, de raiz alentejana e de família tradicionalmente com preocupações democráticas e sociais, ex-director do ISCE de Felgueiras, estreou-se na nossa vida autárquica na Assembleia Municipal como deputado pelo PS. Em 2005, aceitou integrar, em n.º 2, a lista do SP à Câmara e, como tal, ascendeu às funções de vereação, que ora dará por terminadas, vença, ou não, o SP o escrutínio.
O (ainda) n.º 2 do Executivo, pouco tempo após a sua tomada de posse, logo concluiu que o seu habitat natural - na política como na vida -, nada tem a ver com o SP, movimento nascido com a preocupação exclusiva de “salvar” politicamente Fátima Felgueiras, que passou a não ser aceite como candidata do PS, devido aos seus problemas na Justiça e da sua fuga para o Brasil.
De facto, João Garção cedo se apercebeu da quimera, do engodo, que é o de fazer parte da equipa SP. Garção, sem autonomia política e sucessivamente desautorizado, não quis entrar em ruptura e preferiu esperar, durante quatro penosos anos, pelo fim do mandato.
Garção bate, agora, com a porta, mas devagarinho... É que há três tipos de pessoas no campo das profundas divergências políticas:
a) uns, entram logo em ruptura com o líder e assumem até ao fim o seu propósito de mudança;
b) outros, numa atitude de pragmatismo, esperam ascender eles à direcção política do grupo para, depois, mudarem completamente tudo (foi o caso de Mikhail Gorbachev);
c) os terceiros, aguardam pelo momento oportuno da saída e vão à sua vida em paz (é o caso de João Garção).
Assim, o (ainda) vice-presidente da Câmara não aceitou integrar um lugar elegível para as próximas autárquicas. Vai em último na lista do SP à Câmara. Também, Orlando Sousa, presidente da Assembleia Municipal - que, também, entrou em rota de colisão com Fátima Felgueiras -, está a fazer a sua saída do movimento sem “ruído”: vai em 5.º lugar à Câmara (dificilmente elegível).
Costuma-se dizer que o último lugar numa candidatura é uma posição de honra; para Garção a honra vem a dobrar...
Jorge Valdemar Sousa terá, também, recusado ir na lista ao Executivo; concorre à Assembleia.
Desta forma, com a saída de Garção e com a recusa de Valdemar, em caso de vitória eleitoral do SP, os lugares de vice-presidente da Câmara e do pelouro da Educação e Cultura, se forem ocupados por Bruno Carvalho, ficarão abruptamente mais pobres…
Bem formado cultural e moralmente, de trato fino com todas as pessoas, o (ainda) vice-presidente da Câmara e vereador do pelouro da Educação e Cultura preferiu fazer uma retirada “à francesa”, sem ruptura, mas também de abandono total em relação ao “centralismo” político de Fátima Felgueiras, figura tutelar do movimento Sempre Presente (SP). Fátima é o próprio movimento em exclusividade, a nível de decisões e de direcção, cujos efeitos trespassam, depois, para o exercício público do poder.
Garção, de raiz alentejana e de família tradicionalmente com preocupações democráticas e sociais, ex-director do ISCE de Felgueiras, estreou-se na nossa vida autárquica na Assembleia Municipal como deputado pelo PS. Em 2005, aceitou integrar, em n.º 2, a lista do SP à Câmara e, como tal, ascendeu às funções de vereação, que ora dará por terminadas, vença, ou não, o SP o escrutínio.
O (ainda) n.º 2 do Executivo, pouco tempo após a sua tomada de posse, logo concluiu que o seu habitat natural - na política como na vida -, nada tem a ver com o SP, movimento nascido com a preocupação exclusiva de “salvar” politicamente Fátima Felgueiras, que passou a não ser aceite como candidata do PS, devido aos seus problemas na Justiça e da sua fuga para o Brasil.
De facto, João Garção cedo se apercebeu da quimera, do engodo, que é o de fazer parte da equipa SP. Garção, sem autonomia política e sucessivamente desautorizado, não quis entrar em ruptura e preferiu esperar, durante quatro penosos anos, pelo fim do mandato.
Garção bate, agora, com a porta, mas devagarinho... É que há três tipos de pessoas no campo das profundas divergências políticas:
a) uns, entram logo em ruptura com o líder e assumem até ao fim o seu propósito de mudança;
b) outros, numa atitude de pragmatismo, esperam ascender eles à direcção política do grupo para, depois, mudarem completamente tudo (foi o caso de Mikhail Gorbachev);
c) os terceiros, aguardam pelo momento oportuno da saída e vão à sua vida em paz (é o caso de João Garção).
Assim, o (ainda) vice-presidente da Câmara não aceitou integrar um lugar elegível para as próximas autárquicas. Vai em último na lista do SP à Câmara. Também, Orlando Sousa, presidente da Assembleia Municipal - que, também, entrou em rota de colisão com Fátima Felgueiras -, está a fazer a sua saída do movimento sem “ruído”: vai em 5.º lugar à Câmara (dificilmente elegível).
Costuma-se dizer que o último lugar numa candidatura é uma posição de honra; para Garção a honra vem a dobrar...
Jorge Valdemar Sousa terá, também, recusado ir na lista ao Executivo; concorre à Assembleia.
Desta forma, com a saída de Garção e com a recusa de Valdemar, em caso de vitória eleitoral do SP, os lugares de vice-presidente da Câmara e do pelouro da Educação e Cultura, se forem ocupados por Bruno Carvalho, ficarão abruptamente mais pobres…