Goste-se ou não do estilo e do conservadorismo de Bento XVI, seja-se ou não crente e católico, reconheça-se ou não a autoridade do Papa enquanto chefe de um Estado, a viagem que está a fazer ao Médio Oriente está a ser muito positiva e até frutífera no caminho para a paz, nomeadamente para um processo negocial que conduza ao pleno reconhecimento e auto-determinação do povo palestiniano, que, durante décadas, tem sido muito martirizado.
Bento XVI reconheceu a legitimidade de “dois povos, dois Estados”, ao apelar para “a resolução justa das consideráveis dificuldades, para que os dois povos possam viver em paz nos respectivos países, em fronteiras seguras e reconhecidas internacionalmente”.
Apesar de ter condenado qualquer forma de anti-semitismo e, ao contrário de um bispo católico, ter reconhecido o holocausto de 6 milhões de judeus europeus durante a II Guerra Mundial, as palavras do Papa provocaram a ira do sector ultra-direitista da sociedade e do Estado israelita, cuja ala política assassinou, em 1995, o antigo primeiro-ministro Yitzhak Rabin, depois de este ter anunciado um plano de reconhecimento efectivo de separação dos territórios, em termos político-administrativos. Do lado oposto aos ultra-direitistas, hoje o xeque Taysir al-Talmimi, numa reunião com o Papa e com líderes religiosos cristãos, judeus e muçulmanos, acusou, e com razão, Israel de ter cometido este ano um massacre em Gaza. Só que a acusação, por muito verdadeira que seja, feita aos berros numa reunião do género, é tão inoportuna quanto mal-intencionada, porque o representante árabe, tal como os judeus ultra-direitistas, não pretende a paz mas a luta fratricida. Acredita que todo o espaço de Israel, um dia, será muçulmano; também, os radicais israelitas pensam, um dia, ocupar todo o território da Palestina...
Bento XVI reconheceu a legitimidade de “dois povos, dois Estados”, ao apelar para “a resolução justa das consideráveis dificuldades, para que os dois povos possam viver em paz nos respectivos países, em fronteiras seguras e reconhecidas internacionalmente”.
Apesar de ter condenado qualquer forma de anti-semitismo e, ao contrário de um bispo católico, ter reconhecido o holocausto de 6 milhões de judeus europeus durante a II Guerra Mundial, as palavras do Papa provocaram a ira do sector ultra-direitista da sociedade e do Estado israelita, cuja ala política assassinou, em 1995, o antigo primeiro-ministro Yitzhak Rabin, depois de este ter anunciado um plano de reconhecimento efectivo de separação dos territórios, em termos político-administrativos. Do lado oposto aos ultra-direitistas, hoje o xeque Taysir al-Talmimi, numa reunião com o Papa e com líderes religiosos cristãos, judeus e muçulmanos, acusou, e com razão, Israel de ter cometido este ano um massacre em Gaza. Só que a acusação, por muito verdadeira que seja, feita aos berros numa reunião do género, é tão inoportuna quanto mal-intencionada, porque o representante árabe, tal como os judeus ultra-direitistas, não pretende a paz mas a luta fratricida. Acredita que todo o espaço de Israel, um dia, será muçulmano; também, os radicais israelitas pensam, um dia, ocupar todo o território da Palestina...
Na maioria dos casos, corrigir a História é um erro… Tanto para um lado, como para o outro… Também no nosso país, quando se fala na crise económica e nas dificuldades de Portugal em superar a mesma, não falta quem diga que o país nunca devia ter deixado de ser castelhano; que “estaríamos melhor”… Opiniões!
Ainda a propósito da viagem do Papa, consultando algumas "autorizadas" opiniões deste país, há quem lembre que o homem, nesta viagem, está armado com 60 mil polícias; que é alemão e que serviu a Juventude Hitleriana... Que interessa ao caso, agora? "Autorizados" democratas que, curiosamente, estão a colocar-se ao lado do sector mais direitista de Israel. Independentemente da opinião que se tenha das pessoas e do que elas representam, quem vem a público fazer a sua crítica com vista à construção de um mundo melhor, de paz, deve fazê-lo com inteligência, clarividência e humildade, para não cair no ridículo. No capítulo do estilo e da estética, só as "top models" é que não são livres; vestem e despem conforme a vontade do estilista!
Ainda a propósito da viagem do Papa, consultando algumas "autorizadas" opiniões deste país, há quem lembre que o homem, nesta viagem, está armado com 60 mil polícias; que é alemão e que serviu a Juventude Hitleriana... Que interessa ao caso, agora? "Autorizados" democratas que, curiosamente, estão a colocar-se ao lado do sector mais direitista de Israel. Independentemente da opinião que se tenha das pessoas e do que elas representam, quem vem a público fazer a sua crítica com vista à construção de um mundo melhor, de paz, deve fazê-lo com inteligência, clarividência e humildade, para não cair no ridículo. No capítulo do estilo e da estética, só as "top models" é que não são livres; vestem e despem conforme a vontade do estilista!
É certo que o reconhecimento do Papa em relação ao povo sofredor da Palestina não caiu da varanda do Vaticano; é fruto de muitos anos, de décadas, de luta e persistência da população daquela região face a Israel. Também é certo que o gesto surge na já iniciada "era Obama", da qual há grandes expectativas no que concerne a um mundo mais tolerante e menos militarizado. Porém, o gesto de Bento XVI é mais do que benigno; é um passo em frente para o povo da Palestina; é um gesto muito positivo e feliz.