O Procurador-Geral da República, Pinto Monteiro, enviou uma queixa do PSD de Felgueiras para o Ministério Público (MP) de Guimarães para a eventual abertura de um inquérito-crime contra Fátima Felgueiras. Em causa estão as autorizações da presidente da Câmara de Felgueiras que levaram a autarquia a pagar as despesas com a sua defesa e a dos restantes autarcas a contas com a Justiça. O montante já ultrapassou os 400 mil euros.
Segundo fonte oficial da Procuradoria-Geral da República (PGR), Pinto Monteiro quer também que a questão administrativa seja analisada pela procuradora-geral-adjunta do Tribunal Central Administrativo Norte. No caso de o MP junto deste tribunal superior concluir pela ilegalidade da decisão da autarca, poderá iniciar, uma acção com vista à perda do mandato de Fátima Felgueiras.
Pinto Monteiro pediu também um parecer ao Conselho Consultivo da PGR, segundo adiantou ainda a mesma fonte oficial. O parecer orientará a acção do MP no futuro, não só neste caso de Felgueiras, como noutros casos semelhantes.
IGAL faz inspecção a Felgueiras
A Inspecção-Geral da Administração Local (IGAL) vai também analisar a questão, no âmbito da inspecção ordinária que está a realizar à Câmara de Felgueiras desde o passado dia 16 de Abril – apurou o SOL junto de fonte oficial do gabinete do secretário de Estado Eduardo Cabrita. Se o parecer da IGAL apontar para a ilegalidade da situação, também Cabrita poderá pedir ao MP que inicie os procedimentos para a perda de mandato.
Como o SOL noticiou, a Câmara de Felgueiras já suportou mais de 400 mil euros desde 1999 com as despesas judiciais de Felgueiras e dos seus colegas autarcas. O processo mais emblemático é o do “saco azul” da autarquia felgueirense, no qual a edil está a ser julgada pela alegada prática de 23 crimes entre os quais corrupção passiva, participação económica em negócio, abuso de poder, prevaricação, peculato e peculato de uso. O MP acusa ainda Fátima Felgueiras de ter lesado a autarquia em mais de 780 mil euros.
Fátima aguarda um segundo julgamento pela prática de mais sete crimes de participação económica em negócio e um de abuso de poder pela sua acção no caso dos subsídios ao Futebol Clube de Felgueiras. Neste processo, estão também acusados mais quatro autarcas.