sexta-feira, dezembro 01, 2006

Fátima Felgueiras lanchou com mil apoiantes

Foto Expresso de Felgueiras

Fátima acusa a Distrital do PSD/Porto

de perseguir os vereadores

Caldas Afonso e Luís Lima

O movimento "Sempre Presente" (SP), que suportou, em 2005, a candidatura de Fátima Felgueiras ao município local, vai transformar-se em plataforma cívica de cidadãos, anunciou hoje a autarca no lanche-convívio realizado no Mercado Municipal, onde juntou mais de mil pessoas, na festa comemorativa de "um ano de vitória" eleitoral.


Vamos criar e legalizar uma estrutura associativa de cidadãos em defesa da intervenção cívica e política em Felgueiras”, afirmou à Lusa, segundo o "site" da agência noticiosa, frisando que o organismo terá incidência local, “embora haja dezenas de situações idênticas noutros municípios do país”.


Fátima Felgueiras disse que a plataforma de cidadãos proporcionará “uma alternativa a todos os que são vítimas de intrigalhada política das estruturas partidárias”, apontando os casos das concelhias locais do PS e do PSD que – disse – “perseguem os militantes que votam decisões favoráveis aos interesses do concelho”.


A autarca falava no final do comício-festa de comemoração da vitória eleitoral autárquica, que obteve em Outubro de 2005, como candidata independente pelo SP.

O acto contou com a presença de mais de mil pessoas, ávidas de ouvir, abraçar e beijar a presidente da Câmara.

“Vemos, diariamente, aqui em Felgueiras

pessoas que são militantes e simpatizantes

do PS ou do PSD a serem perseguidas e

ameaçadas por apoiarem decisões

que beneficiam o município”.


Fátima Felgueiras justificou a necessidade de criação de uma estrutura legal, dizendo ser necessário “organizar os milhares de felgueirenses que querem trabalhar pela sua terra e não se revêem nas estruturas partidárias tradicionais”.


“Vemos, diariamente, aqui em Felgueiras pessoas que são militantes e simpatizantes do PS ou do PSD a serem perseguidas e ameaçadas por apoiarem decisões que beneficiam o município”, afirmou.


Exemplificou com o processo disciplinar movido pelo PS ao presidente da Junta de Freguesia de Lagares, Carlos Zeferino – que foi suspenso – e com as alegadas ameaças de “retirada da confiança política” que a distrital do Porto do PSD terá feito aos dois vereadores na Câmara, por votarem favoravelmente as decisões do executivo municipal.


Alguns dos dirigentes do movimento presentes na iniciativa revelaram que a maioria dos seus membros “continua a sentir-se socialista”, esperando, por isso, “a reintegração, num futuro próximo, nas estruturas do PS”.


“Vamos ver o que o PS diz sobre isto”, adiantou, frisando que “os socialistas correm o risco de desaparecer em Felgueiras se continuarem a perseguir os que apoiam Fátima Felgueiras”.


A estratégia do Movimento – acrescentou – passa, assim, por um compasso de espera até à conclusão – que dizem será favorável a Fátima Felgueiras – dos processos judiciais, mas com uma posição dominante no Município, que lhe permita negociar um eventual regresso ao PS.



Fátima Felgueiras afirmou ainda à Lusa, que “está inocente” e “não praticou qualquer crime” quer no processo do saco azul ,quer no do Futebol Clube de Felgueiras.


“Não cometi nenhum crime. O que eu quero é que a Justiça seja célere, para poder, no local próprio, afirmar a minha inocência”, disse, considerando que a recente acusação de que foi alvo pelo Ministério Público, “não é nada de novo”.


A autarca - que, para além de já estar acusada de 23 crimes, acaba de ser acusada de mais novos 14 crimes, estes no âmbito das relações entre o município e o Futebol Clube de Felgueiras - atribuiu os processos judiciais de que é alvo “à acção de pessoas que buscam o poder a todo o custo, mesmo que seja preciso aviltar aqueles que trabalham em prol dos outros”.
“Não cometi crime nenhum. Crime é servir-se do poder em proveito pessoal, mas eu sempre servi as pessoas do meu concelho”, assinalou.

O processo de Fátima Felgueiras envolve, ainda, outros 11 arguidos, 10 a título individual e um, o Futebol Clube de Felgueiras, como entidade colectiva.


O Ministério Público acusou a autarca de um crime de abuso de poder, nove de participação económica em negócio e quatro de desvio de subsídio. O inquérito judicial às relações entre a Câmara Municipal local e o Futebol Clube de Felgueiras indicia, além Fátima Felgueiras, vários ex-vereadores (do PS e do PSD) e ex-membros da Direcção da colectividade. Envolve a alegada prática de crimes decorrentes de verbas dadas pela Câmara, entre 1995 e 2002 e que totalizam cerca de 3,8 milhões de euros.