quinta-feira, novembro 23, 2006

PSD: Prémio Marcello Caetano (participação) e Prémio Paulo de Carvalho (consolação)

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Prémio Marcello Caetano - ainda tenho a coisa segura!

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Prémio Paulo de Carvalho - e depois do adeus



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Ao último classificado atribuímos dois galardões – um de participação; outro, de consolação. O primeiro denomina-se “PRÉMIO MARCELLO CAETANO – AINDA TENHO A COISA NA MÃO” e o “PRÉMIO PAULO DE CARVALHO – E DEPOIS DO ADEUS!”


A liderança do PSD/Felgueiras, por Francisco Cunha, não é mais do que a pior de todas as lideranças no historial da Comissão Política Concelhia local.


Francisco Cunha derrotou, há dois anos, na eleição para a Concelhia, a lista patrocinada por Manuel Faria, cuja linha política tinha feito escola durante os 10 anos que antecederam o acto eleitoral. Porém, Cunha acabou por cair no mesmo erro – aliás, bem pior! Os militantes social-democratas, ao elegê-lo, pensavam que iria acontecer uma mudança na estratégia política do PSD local, mas enganaram-se profundamente. Se estavam descontentes, agora têm razões para andarem desgostosos.


De facto, se antes a Concelhia se mostrava passiva e reunia apenas com as cúpulas, a presente Comissão Política nem isso consegue… Simplesmente não existe! Cunha delega todas as acções no seu vice-presidente, Eduardo Teixeira; o líder é capaz de, sucessivas vezes, desligar o telemóvel à comunicação social e quando, raramente, atende reencaminha os assuntos para Eduardo.


Francisco Cunha, logo no início do mandato, levou com um balde de água fria (bem gelada!), ao ser preterido pelos deputados municipais da sua própria bancada para líder da Assembleia Municipal. Aliás, tendo sido secreta a votação, teoricamente se depreende, Cunha obteve mais solidariedade dos deputados do PS do que do próprio PSD.


Depois, veio o caso da votação do IMI (antiga Contribuição Autárquica). Houve quem levantasse dúvidas legais quanto ao facto de a votação ter sido repetida numa mesma sessão da AM. Pois bem, o PSD anunciou na comunicação social uma providência cautelar, mas acabou por deixar cair o assunto. É bem que um partido como o PSD quando anuncia uma intenção a concretize, porque, ao faltar à palavra, não está a enganar apenas o seu eleitorado.


O líder do PSD local nunca intervém, na AM e noutros locais, nem dá entrevistas. Os deputados municipais do seu partido estão-se nas tintas para com as orientações partidárias; já parece o PS antes de Eduardo Bragança ter chegado à Concelhia socialista. O partido, com esta atitude, tem acumulado na AM derrotas sucessivas, não obstante ser o partido com maior número de membros no hemiciclo. Cunha não fala, não age… e mantém-se presidente da Concelhia!


Por outro, Francisco Cunha não tem feito chegar a sua autoridade junto dos vereadores Caldas Afonso e Luís Lima, que, toda a gente diz, na prática, são o 5.º e 6.º vereadores de Fátima Felgueiras. Caldas e Lima, com a sua postura, influenciam grandemente a atitude dos presidentes de junta do PSD para a “causa SP”. Só a muito custo, e por forte pressão superior do partido, é que os vereadores poderão votar conforme as orientações partidárias, como fizeram em relação à proposta para ampliação dos Paços do Concelho – pela primeira vez num ano! –, mas jamais o farão nos assuntos cruciais, como, por exemplo, em relação ao próximo Orçamento.
O presidente do PSD/Felgueiras não convence os seus presidentes de junta e os seus vereadores, simplesmente porque mal fala com eles, muito menos sobre a vida autárquica e as grandes estratégias para o futuro do concelho. Também, não se compreende a grande passividade do PSD em relação a presidentes de junta como, por exemplo, o de Idães e o de Unhão, que de PSD não têm nada – apenas aproveitaram as siglas partidárias.


As eleições para a nova Concelhia do PSD/Felgueiras estão à porta; Francisco Cunha nem sequer está a tratar do assunto. Face à sua grande passividade, devia ter apresentado a sua demissão de líder da Comissão Política, pelo menos, há meio ano… para bem do PSD.


O grande erro do PSD local, em todo o seu historial, consiste em iludir-se sempre com o facto de ser a segunda formação política mais votada e, como tal, ser o líder da Oposição. E, nas vésperas das eleições autárquicas, tem o costume (fatal) de ir buscar para as suas listas “mais-valias” ao poder. Na pré-campanha para as últimas autárquicas o PSD caiu noutra ilusão: que iria beneficiar com uma eventual divisão do eleitorado socialista, face à candidatura de Fátima Felgueiras através de um movimento independente. E o que aconteceu? O PS, de facto, dividiu-se, face à zanga “na família socialista, só que Fátima Felgueiras acabou por receber do eleitorado do PSD os votos que faltavam para sua maioria política.

O PSD, quando quiser ser poder em Felgueiras,

terá que fazer como os brasileiros,

que ao outro dia do Carnaval já estão a preparar

a festa do Carnaval do ano seguinte.

É o que Fátima Felgueiras está a fazer e,

com isso, poderá chegar a mais um

ou dois mandatos.


Com todo o rigor da nossa independência política e partidária, dizemos: o PSD que não se iluda por ter o dobro (10 mil) dos votos do PS (5 mil) para a Câmara! Uma coisa é certa: se o PSD continuar assim e se não melhorar muito o seu papel enquanto líder da Oposição no concelho, mesmo face à eventual derrocada do SP (por qualquer motivo), não chegará tão cedo ao poder. Em 30 anos de poder autárquico nunca governou em Felgueiras e chegará em “jejum” aos 40. É que o PS já foi poder, precisamente durante essas três décadas, e não obstante estar de candeias às avessas com o SP, há amizades e cumplicidades que jamais se perderão, sem queremos dizer, com isto, que alguma vez a direcção do PS se aproxime de Fátima Felgueiras e do seu movimento. Só que a vida (e a política faz parte da vida) e o mundo dão muitas voltas em três anos.


Concluindo, quando o PSD, há um ano, não venceu as eleições para a Câmara deveria ter começado logo a trabalhar rigorosamente para as próximas eleições, e não a meio ano antes do acto eleitoral. O PSD, quando quiser ser poder em Felgueiras, terá que fazer como os brasileiros, que ao outro dia do Carnaval já estão a preparar a festa do Carnaval do ano seguinte. É o que Fátima Felgueiras está a fazer e, com isso, poderá chegar a mais um ou a mais dois mandatos.