quarta-feira, outubro 04, 2006

Direito de resposta

Inácio Lemos acusa Carlos Zeferino
de ter votado a favor da expulsão
de Orlando Sousa do PS e de agora
o querer de volta ao partido
Nota do editor:
Inácio Lemos, ex-presidente da Comissão Política do PS/Felgueiras, envia-nos o texto abaixo transcrito, como direito de resposta em relação à entrevista de Carlos Zeferino ao Diário de Felgueiras, em que, a dado passo, referindo-se às eleições para a Concelhia do partido rosa - disputadas em Março, entre Eduardo Bragança e Inácio Lemos -, o autarca de Lagares, sem especificar nomes, disse: "Quando se realizou o acto eleitoral, e face às duas candidaturas perfiladas, aos militantes socialistas surgiu este dilema: em quem votar? Venha o diabo e escolha… E o Diabo escolheu!".
Inácio Lemos, sentindo-se visado na entrevista, solicitou-nos o direito ao princípio do contraditório, o que acedemos, mantendo-nos, porém, imparciais e independentes sobre esta questão, não obstante a opinião que neste blogue já perfilámos relativamente ao assunto.

É num discurso gelatinoso e contraditório que Carlos Zeferino responde ao Diário de Felgueiras. Realça a sua qualidade de Presidente de Junta da Freguesia de Lagares e é indisfarçável na forma e no trato afável e carinhoso como se refere ao Movimento Sempre Presente, mostrando, por outro lado, falta de educação, grosseria e falta de dignidade quando se refere ao partido que lhe deu carinho, afecto e que sempre o tratou com elevação.


Se porventura alguma razão pudesse assistir a Carlos Zeferino, com esta entrevista perdeu-a totalmente. Zeferino apresenta-se como o rosto da rebelião, o chefe, o cabecilha de um grupo que está ao serviço do Movimento Sempre Presente, onde Zeferino passa a ser o peão de briga, de ataque, de guerrilha e de hostilização ao Partido Socialista. É este o carisma que Zeferino evidencia e faz questão de realçar na entrevista. Estamos perante o ícone do fanatismo em relação ao MSP.


Durante a entrevista faz inúmeras acusações à actual Comissão Política do PS. Acusa que, desde a tomada de posse, a Comissão Política nada fez, mas esquece-se que com Presidentes de Junta com a natureza periclitante como a evidenciada pelo entrevistado, dificilmente qualquer Comissão Política poderá fazer melhor, porque não consegue vingar as suas posições, a sua estratégia. Aliás, é difícil a qualquer Comissão Política trabalhar com o Diabo! Zeferino tem razão quando se intitulou de Diabo. Ao dizer que entre os candidatos que se apresentaram ao sufrágio eleitoral para a Comissão Política vá o Diabo e escolha, e o Diabo escolheu, esqueceu-se Zeferino que ele foi o Diabo que votou. Para além da definição que deu de si próprio, mais uma vez, Zeferino foi deselegante e meteu todos os militantes no mesmo saco, esquecendo-se que nem todos são como ele. A definição de DIABO assenta-lhe que nem uma luva, melhor não era capaz.
Diabolicamente ao longo da entrevista vai dando a conhecer a sua natureza e os amores que desesperadamente tenta ocultar. Ao pretender manter-se como militante socialista, não acatar as decisões da Comissão Política e desvincular-se da bancada Parlamentar do PS, demonstra a falta de cultura democrática, a visão distorcida da política e caciquismo que predomina na política felgueirense, principalmente nas relações existentes entre o Poder e os Presidentes de Junta. A lealdade e a solidariedade estão ausentes quer no discurso quer nas atitudes de Zeferino.

Quando a natureza das pessoas é fraca, é complexada, é desprovida de valores, impera o facilitismo. A alternativa para os frágeis é associar-se, aliar-se ao Poder, mesmo que este seja iníquo, déspota e egoísta. É atrás disto que corre Zeferino…


Como o próprio afirma, a atitude de renunciar à bancada parlamentar do PS foi perpetrada, concertada entre um grupo de convivas que escolheu Zeferino como capacho para subjugar e menorizar o PS e, por outro lado, transformá-lo perante os outros Presidentes de Junta como o homem destemido, digno e que deve ser seguido. Quem pensou que se iria ficar a rir do PS enganou-se.


Que credibilidade, que perfil, que dignidade tem Zeferino para poder falar de outros? O manto de virgindade e de santidade com que se pretende tapar é curto e por muito que tente tapar a cabeça, os pés ficam de fora. Zeferino jamais será um exemplo de virtude e de dignidade. Quando é incapaz de responder com objectividade à pergunta se votaria hoje em José Campos, torna claro que andou durante muito tempo, todo este tempo a enganar José Campos, a enganar os felgueirenses, a enganar o PS. Homem que se diz Homem assume os seus actos, assume as suas convicções de cara levantada, de forma transparente e sem rodeios. Pois bem, fica claro que Zeferino foi um dos que usou José Campos para custear a sua campanha, porque sabia que outros não lhe aparavam este tipo de atitudes. É apenas por esta razão que Zeferino e demais correram atrás de José Campos. Afinal mais uma vez o povo tem razão, “quem vê caras não vê corações”.


Para além do acima referido, Zeferino também é hipócrita. Tendo participado numa reunião onde foi decidido, por unanimidade, apresentar à Comissão de Jurisdição do PS processos disciplinares, cujo objectivo era expulsão de todos os militantes do PS que concorreram em listas por outras forças partidárias, vem agora dizer que gostaria de ver regressar ao PS pessoas como Orlando Sousa, por exemplo. Bem, se foi ele que solicitou a sua expulsão, o que terá dado na cabeça deste iluminado político para agora num truque de malabarismo dizer o contrário? É por este tipo de discurso que somos levados a concluir que a atitude de Zeferino não nasceu espontânea e de livre vontade.


Segundo palavras de Zeferino, quem está no poder em Felgueiras mente! Afinal, a tão propalada “banca rota”, o estado calamitoso das finanças locais, não passa de uma falácia para enganar tudo e todos, e tem como objectivo amealhar mais alguns euros, para, depois, quando se aproximar novo acto eleitoral, com pompa e circunstância fazer obras que apenas servem para tapar os olhos dos cidadãos. Quem tem um conhecimento tão profundo como foi referido na resposta à pergunta “E avaliação que faz deste Executivo, principalmente a presidente da Câmara?”, não pode dizer que é socialista, não pode dizer que nada tem com o Movimento Sempre Presente.


Engana-se Zeferino quando diz que foi a Comissão Política que pediu a sua expulsão. Foi Zeferino que a pediu, foi ele que a requereu. Só fala assim quem desconhece os estatutos do partido socialista. A atitude que tomou, por si só, é suficiente para despoletar o processo de expulsão.


Chega de discursos lamechas, redondos e fantasmagóricos, o futuro do concelho de Felgueiras não pode nem deve ser feito com gente desta natureza. É o futuro dos jovens que está em causa, com gente desta natureza corremos o risco de nos tornarmos num concelho velho, gasto, com Alzheimer, sem crédito e dotado ao esquecimento. Se é isso que querem, então sim, vão todos para o Movimento Sempre Presente!