É num discurso gelatinoso e contraditório que Carlos Zeferino responde ao Diário de Felgueiras. Realça a sua qualidade de Presidente de Junta da Freguesia de Lagares e é indisfarçável na forma e no trato afável e carinhoso como se refere ao Movimento Sempre Presente, mostrando, por outro lado, falta de educação, grosseria e falta de dignidade quando se refere ao partido que lhe deu carinho, afecto e que sempre o tratou com elevação.
Se porventura alguma razão pudesse assistir a Carlos Zeferino, com esta entrevista perdeu-a totalmente. Zeferino apresenta-se como o rosto da rebelião, o chefe, o cabecilha de um grupo que está ao serviço do Movimento Sempre Presente, onde Zeferino passa a ser o peão de briga, de ataque, de guerrilha e de hostilização ao Partido Socialista. É este o carisma que Zeferino evidencia e faz questão de realçar na entrevista. Estamos perante o ícone do fanatismo em relação ao MSP.
Durante a entrevista faz inúmeras acusações à actual Comissão Política do PS. Acusa que, desde a tomada de posse, a Comissão Política nada fez, mas esquece-se que com Presidentes de Junta com a natureza periclitante como a evidenciada pelo entrevistado, dificilmente qualquer Comissão Política poderá fazer melhor, porque não consegue vingar as suas posições, a sua estratégia. Aliás, é difícil a qualquer Comissão Política trabalhar com o Diabo! Zeferino tem razão quando se intitulou de Diabo. Ao dizer que entre os candidatos que se apresentaram ao sufrágio eleitoral para a Comissão Política vá o Diabo e escolha, e o Diabo escolheu, esqueceu-se Zeferino que ele foi o Diabo que votou. Para além da definição que deu de si próprio, mais uma vez, Zeferino foi deselegante e meteu todos os militantes no mesmo saco, esquecendo-se que nem todos são como ele. A definição de DIABO assenta-lhe que nem uma luva, melhor não era capaz.
Diabolicamente ao longo da entrevista vai dando a conhecer a sua natureza e os amores que desesperadamente tenta ocultar. Ao pretender manter-se como militante socialista, não acatar as decisões da Comissão Política e desvincular-se da bancada Parlamentar do PS, demonstra a falta de cultura democrática, a visão distorcida da política e caciquismo que predomina na política felgueirense, principalmente nas relações existentes entre o Poder e os Presidentes de Junta. A lealdade e a solidariedade estão ausentes quer no discurso quer nas atitudes de Zeferino.
Quando a natureza das pessoas é fraca, é complexada, é desprovida de valores, impera o facilitismo. A alternativa para os frágeis é associar-se, aliar-se ao Poder, mesmo que este seja iníquo, déspota e egoísta. É atrás disto que corre Zeferino…
Como o próprio afirma, a atitude de renunciar à bancada parlamentar do PS foi perpetrada, concertada entre um grupo de convivas que escolheu Zeferino como capacho para subjugar e menorizar o PS e, por outro lado, transformá-lo perante os outros Presidentes de Junta como o homem destemido, digno e que deve ser seguido. Quem pensou que se iria ficar a rir do PS enganou-se.
Que credibilidade, que perfil, que dignidade tem Zeferino para poder falar de outros? O manto de virgindade e de santidade com que se pretende tapar é curto e por muito que tente tapar a cabeça, os pés ficam de fora. Zeferino jamais será um exemplo de virtude e de dignidade. Quando é incapaz de responder com objectividade à pergunta se votaria hoje em José Campos, torna claro que andou durante muito tempo, todo este tempo a enganar José Campos, a enganar os felgueirenses, a enganar o PS. Homem que se diz Homem assume os seus actos, assume as suas convicções de cara levantada, de forma transparente e sem rodeios. Pois bem, fica claro que Zeferino foi um dos que usou José Campos para custear a sua campanha, porque sabia que outros não lhe aparavam este tipo de atitudes. É apenas por esta razão que Zeferino e demais correram atrás de José Campos. Afinal mais uma vez o povo tem razão, “quem vê caras não vê corações”.
Segundo palavras de Zeferino, quem está no poder em Felgueiras mente! Afinal, a tão propalada “banca rota”, o estado calamitoso das finanças locais, não passa de uma falácia para enganar tudo e todos, e tem como objectivo amealhar mais alguns euros, para, depois, quando se aproximar novo acto eleitoral, com pompa e circunstância fazer obras que apenas servem para tapar os olhos dos cidadãos. Quem tem um conhecimento tão profundo como foi referido na resposta à pergunta “E avaliação que faz deste Executivo, principalmente a presidente da Câmara?”, não pode dizer que é socialista, não pode dizer que nada tem com o Movimento Sempre Presente.
Engana-se Zeferino quando diz que foi a Comissão Política que pediu a sua expulsão. Foi Zeferino que a pediu, foi ele que a requereu. Só fala assim quem desconhece os estatutos do partido socialista. A atitude que tomou, por si só, é suficiente para despoletar o processo de expulsão.
Chega de discursos lamechas, redondos e fantasmagóricos, o futuro do concelho de Felgueiras não pode nem deve ser feito com gente desta natureza. É o futuro dos jovens que está em causa, com gente desta natureza corremos o risco de nos tornarmos num concelho velho, gasto, com Alzheimer, sem crédito e dotado ao esquecimento. Se é isso que querem, então sim, vão todos para o Movimento Sempre Presente!