quinta-feira, outubro 12, 2006

Crónica de Marco Geodésico

Crónica com muito humor e alguma tristeza

Asssembleia Municipal extraordinária
realizou-se na passada segunda-feira

"Pra não dizer que não falei das flores"

Fazendo ecos – já tardios – da última reunião da Assembleia Municipal (AM), que foi extraordinária, a mesma pautou-se pela quase absoluta unanimidade, à excepção no que respeita à alteração estatutária da EMAFEL, empresa municipal que gere os resíduos sólidos da indústria do calçado.

Mais uma vez, quase toda a orquestra tocou os trechos musicais do movimento “Sempre Presente” (SP), graças aos afinados músicos das juntas de freguesia e, estranhamente ou não, dos eleitos directos do PS, mesmo contra a batuta do maestro social-democrata – que, na prática, tem sido Eduardo Teixeira, já que o Dr. Cunha prefere apenas fazer uns gatafunhos mal percebidos nas partituras. Na realidade, desta vez a banda socialista, por critério dos seus maestros, até foi a que esteve mais em sintonia com o “sempre-presentismo”.


A “escola Zeferino” está a progredir em todas as bandas musicais do hemiciclo: segundo alguns sopros bem informados, Augusto Faria chegou a ponderar a possibilidade de abandonar o rancho folclórico do Laranjal, no intuito de afinar ainda mais a banda às cores do “pop-rock” do Poder, ou seja, tomar a mesma iniciativa que Zeferino tomou na última assembleia ordinária, para se demarcar do partido que lhe emprestou a sigla para a eleição de Idães. O gesto terá sido abortado porque alguém, mais perspicaz nos hinos dos “aleluais”, achou que o feitiço poderia cair como a saliba cai quando alguém cospe para o ar – nos olhos –, alegando que a bancada do Dr. Cunha, habitualmente, é a banda menos ruidosa, a não ser quando Eduardo Teixeira executa a música, que, em todas as AM’s, gosta de dar umas gaitadas bem alto.


Desta maneira, a declaração de voto de Eduardo Teixeira sobre a EMAFEL não surtiu qualquer efeito nos autarcas das freguesias do PSD, que ia no sentido contrário ao da proposta do Executivo, que votou a mesma por unanimidade. Dessa forma, no PSD, apenas obedeceram à indicação partidária deputados directamente eleitos. Mais uma vez, os vereadores do partido não estiveram em consonância com a Concelhia.


Fátima Felgueiras, Horácio Reis e Caldas Afonso lá continuam a administrar os lixos de Francoim (espera-se que vistam galochas e fato-macaco. O Horácio Reis “bá-que-não-bá”, mas o meu amigo Caldas não entre nessa figura no Hospital de São João!...).


Oxalá que o Eduardo Teixeira não tenha razão: disse que, um dia destes, os administradores vão ser pagos a “peso de ouro” (lembram-se da novela “Casarão”?... O senhor Atílio metia a bosta das vacas numa banheira e, com desejos de alquimia, acreditava transformar "aquilo" em ouro).

No capítulo da EMAFEL, o projecto já anunciado por Eduardo Cabrita não irá permitir a acumulação de vencimentos. Como tal, acredito que os senhores estejam a trabalhar de borla na empresa com alegria e empenho no trabalho.


Eduardo Teixeira, não obstante não ser bem sucedido na referida intervenção, mostrou ser uma força viva da natureza política parlamentar: reiterou o que o DF abordou, em devido tempo, sobre a reivindicação de alguém que está puxar para si largos metros quadrados em Santa Quitéria – como quem puxa por uma manta – , do património da respectiva Confraria. Fê-lo a propósito do novo ordenamento de trânsito – um dos pontos da Ordem do Dia.


Portugal, na I República, conheceu Afonso Costa, o anti-clerical primário (e quase primata!) que se apoderou dos bens da Igreja e retirou ao Clero enormes privilégios dados pela monarquia ao longo de 800 anos – nuns casos com razão; noutros sem razão nenhuma. Costa levou longe demais a sua aventura e esta acabou no golpe de Estado de 28 de Maio de 1926. O DF não quer julgar sobre de que lado está a razão, mas não é aceite de bom agrado que um Irmão da dita Confraria se propunha como testemunha, ao fim de tantos anos de ligação à Irmandade. Não somos anarquistas, mas temos que reconhecer que o Poder tem uma força muito grande sobre as pessoas, tal como o íman se cola ao ferro de uma forma brutal.


As partes envolvidas no alegado diferendo deverão ter em conta, acreditem pessoalmente ou não naquele espaço como lugar sagrado, o seguinte: tudo o que existe em Santa Quitéria é fruto das esmolas e oferendas depositadas naquele lugar de culto, onde os peregrinos depositam lágrimas e o extremo desespero, como sofredores que são, que, nessa condição humana, se deslocam de longe - de pé ou em excursão -, apelando contra a doença e as desventuras da vida. Para uns, estes peregrinos são ignorantes; para nós, são humildes.


O DF foi o primeiro a levantar a lebre. Demos um impulso ao assunto, e, graças a esse alerta, a comunidade tomou conhecimento e já quer formar a sua opinião sobre o assunto com sentido de justiça, sem alardes rancorosos nem paixões desnecessárias. O assunto passou a ser acompanhado, embora em surdina, por muita gente – eclesiásticos, Irmãos da Confraria e Direcção da mesma, peregrinos, comerciantes, leigos, ateus e agnósticos, que, a prosseguir o alegado diferendo, gostariam ver o assunto na barra do Tribunal Administrativo. Segundo um sacerdote nosso amigo, Horácio Reis, ex-juiz da Confraria, terá sido chamado ao Paço da Diocese para falar do assunto com D. Armindo, bispo do Porto. O encontro ter-se-á realizado na passada terça-feira, pelas 15,30 horas.


No capítulo dos prejuízos da Confraria, os mesmos devem-se ao facto de os peregrinos devotos de Santa Quitéria – advogada dos casos impossíveis – não poderem aceder facilmente ao local de culto e, desta forma, não poderem dar a sua esmola à Santa. E quem são normalmente os principais devotos? Os doentes e os idosos. Segundo uma fonte da Confraria, por via deste problema, muito deles deixaram de vir a Felgueiras e passaram a prestar culto noutros concelhos.

É certo que o encerramento do trânsito à noite foi uma obra de caridade aos moradores da Alameda, devido às chicanas que alguns malucos faziam a altas horas bem como aos toalhetes e preservativos que, de manhã, tinham que ser varridos das portas das residências. Porém, a abertura ao trânsito durante o dia é fundamental.


Finalizando, e num tom de desabafo, que nenhum leitor leverá a mal: o DF não compreende por que alguém da Confraria, com responsabilidades directivas, não gostou da nossa notícia, ao ponto de rogar pragas ao nosso editor, JCP. Até lhe desejou a morte. Outro confrade disse, ainda: “Há-de morrer cheio de fome, todo podre e cheio de bichos”. O editor do DF deu a notícia sob sua consciência, para informar as pessoas do que se está a passar. Aliás, a nossa informação acabou por defender os interesses da Confraria, embora a nossa atitude seja de imparcialidade e independência. Será que esse alguém da Confraria quer a que Direcção entregue os terrenos de “mão beijada” e “às escuras”, a troco de qualquer compromisso e sem que os seus confrades o saibam?!... É bom que isto se diga também!

Se se tratasse de uma associação que não envolvesse o sofrimento de milhares de crentes a implorarem aos Céus curas e milagres para as suas vidas, o desabafo até nem vinha à baila. Porém, é inaceitável que alguém ligado a uma entidade religiosa deseje a morte a alguém, muito menos a quem tem a intenção para que o assunto em questão seja esclarecido junto da opinião. Que devoção deve ter esse alguém!... Que andará ele lá fazer? O DF obteve essa informação não por uma ou duas pessoas, mas por três, que são da nossa inteira confiança e amizade.


Eu, Marco Geodésico, comunico que o editor do DF não considera pessoa alguma deste mundo como sua inimiga, não obstante haver quem o considere como tal. O problema é dessas pessoas…


Com efeito, o editor do DF comunica-me que dedica a todos os que o tem como inimigo uma linda canção e poema de PAZ e AMOR, até porque este mundo são dois dias.


Ouçam-na e vejam o vídeo com calma e reflectiam nas imagens e no que poderiam fazer de melhor para que o que está lá retratado fosse bem diferente.

Ei-la, então, a canção: "Pra não dizer que não falei das flores", do brasileiro Geraldo Vandré:







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