Meu bom companheiro de escola:
Como sabes, há muitos anos encontro-me afastado de Felgueiras, a viver em Lisboa, e ainda bem! Acompanho regularmente o que se passa no meu concelho natal, através dos jornais, principalmente quando há maroscas, e do blogue Diário de Felgueiras, que é uma maravilha – um oásis num deserto de ideias. Desde que tomei conhecimento do blogue, há cerca de meio ano, passei a visitá-lo diariamente, à noite, em família.
Foi com uma indisfarçável risada que reagi ao teu artigo sobre os terrenos da Confraria de Santa Quitéria, não porque desdenhe da tua bem estrutura exposição. Denuncias, e muito bem, a tentativa de usurpação dos ditos terrenos e o facto de os dirigentes da associação e os padres estarem tolhidos, sem saberem que hão-de fazer para não desagradarem ao poder absoluto. "Quem não pode, arreia!...” – diz o povo, e com razão. Felgueiras é a mancha negra do país, realidade que vai continuar a manifestar-se pelos anos fora, que ainda irá apanhar os meus e os teus netos e bisnetos.
Por mim, quanto aos terrenos, nem me aquece nem me arrefece; sou católico apenas por baptismo e tradição... Mas, como já disse o José Carlos Pereira em apontamento anterior, estão a desbaratar os sentimentos e a boa-fé dos humildes crentes que têm por hábito afluírem ao alegado lugar sagrado, que é a sala de visitas do concelho. E isso é mau. É muito mau que se as pessoas se calem…
Caro, Eduardo, não queiras mais dar pérolas a porcos. Manda-os para o outro lado. ! Deixa que esse regime caia de podre! Pensa antes nos teus negócios e na tua família! O Povo de Felgueiras, na sua generalidade não tem culpa, mas a teia que fareja interesses pessoais em volta do poder é tremenda, é tenebrosa, porque eles são a base social do poder absoluto, com o qual vivem felizes a bajulá-lo, subservientes à espera que o poder lhes dê qualquer coisinha. Às vezes, até nem recebem nada, mas durante o tempo em que ficam à espera, o poder vai reinando. Aliás, é esse o trunfo do poder: promete mas só dá quando não tem outra alternativa.
Caro amigo, cá me despeço. Até um dia destes!
Um abraço!
António Tavares - Lisboa
Acho que foi de muito mau gosto democrático a senhora presidente da Câmara, não lhe ter respondido, na Assembleia, à questão por si levantada. Eu estava lá e até pude ver no rosto da Dr.ª Fátima um sorriso irónico. E são estas as pessoas que nos governam!...
Quanto à direcção da Confraria, acho que, apesar de haver boas excepções, há lá dentro gente muito comprometida com a presidente da Câmara, não tanto politicamente, mas por outros interesses.
Quanto à Igreja, não precisamos dizer nada…
Manuel João – Felgueiras
Será que quando a presidente da Câmara avançaou com a apropriação indevida do terreno, o assunto já teria sido alvo de um acordo secreto entre Fátima Felgueiras e o núcleo duro da direcção da Confraria, representada por João Sampaio?
Mesmo nas coisas da Igreja, o Diabo às vezes é tendeiro!
Irmão da Confraria pertencente à direcção
Pois é!... Não tenhamos dúvidas. Podeis falar e tornar a falar, aposto que ninguém vai levar o assunto à Assembleia Geral. Se houver alguém mais atrevidote que o faça, o juiz da Confraria telefona logo à Dr.ª Fátima. E, quando esta se apresentar ao local, toda a Santa Irmandade se calará.
David Simões - Felgueiras