Faz hoje um ano que Fátima Felgueiras regressou do Brasil, onde se refugiara, desde 5 de Maio de 2003, dia em que o Tribunal da Relação de Guimarães lhe decretou a prisão preventiva, na sequência do processo do "saco azul", acusada que era de 23 crimes.
O regresso da edil, a três semanas das autárquicas de 9 de Outubro, às quais concorreu encabeçando uma lista independente ("Sempre Presente") e não pelo PS, terá sido o principal factor para a sua vitória eleitoral, na medida em que foi rodeado de grande mediatismo.
Recorde-se que, no dia do seu regresso, a presidente da Câmara de Felgueiras viu levantada a ordem de prisão preventiva. Tinha julgamento marcado para 11 de Outubro, que veio a ser adiado, devido a sucessivos recursos judiciais, que culminaram com a repetição do debate instrutório, que reiterou a acusação.
Ainda sem data, a marcação do julgamento aguarda despacho do Tribunal da Relação sobre outro recurso apresentado, sobre a validade de depoimentos prestados na PJ. A autarca é também arguida em outros dois processos, sem acusação formulada, sobre as relações entre a autarquia e o extinto FC Felgueiras e o alegado financiamento do jornal "Sovela".
Eduardo Teixeira, da Concelhia do PSD, disse ao JN "Esta Fátima Felgueiras não é a mesma de antes. Tem sido um ano de desperdício de dinheiro em festas para promoção pessoal. Vive-se um ambiente de ódio, de perseguição e de vingança. O poder tenta controlar tudo, inclusive a opinião".
Já Eduardo Bragança, líder do PS/Felgueiras, refere que, "embora legítima, a sua candidatura não foi ética, devido ao imbróglio judicial em que a autarca está envolvida, e, como tal, a sua voz não encontra eco junto do poder central. O concelho está parado mercê do descrédito granjeado pela autarca".
Lemos Martins, do movimento que venceu as eleições, recusou falar sobre o assunto.