sábado, junho 24, 2006

Agostinho Branquinho (PSD/Porto) desmente notícia do DIÁRIO DE FELGUEIRAS

Em relação ao post anteontem colocado no DIÁRIO DE FELGUEIRAS intitulado "PS retira confiança política ao seu vereador, Rui Silva, e Marques Mendes desagradado com o papel do PSD enquanto Oposição no Executivo" o autor e responsável deste blogue, José Carlos Pereira, foi contactado, ontem, pelo presidente da Comissão Política Distrital do PSD/Porto, Agostinho Branquinho, por via telefónica, no sentido de prestar aqui, neste espaço, o seguinte esclarecimento/desmentido, que não foi colocado on-line mais cedo devido a avaria informática.

1.º - Agostinho Branquinho desmente “categoricamente” que estivesse marcada qualquer deslocação do líder nacional do PSD, Luís Marques Mendes, a Felgueiras nos princípios de Junho. Como tal, desmente também que tivesse sido desmarcado o evento, alegadamente, não agendado. Branquinho refere que a fonte da Distrital, não identificada, e a da Concelhia, que confirmou as palavras da primeira, “estão a faltar à verdade” sobre este assunto, bem como em relação ao alegado desagrado de Luís Marques Mendes em relação à postura de Caldas Afonso e Luís Costa Lima enquanto vereadores municipais do maior partido da Oposição em Felgueiras. Lamentando que as referidas fontes se “refugiem no anonimato”, acrescenta: “O próprio Dr. Marques Mendes pede-me para que eu, em seu nome, desminta isso”.

2.º - Agostinho Branquinho refere que a atitude de Caldas Afonso e Luís Costa Lima “surge enquadrada numa estratégia política comum entre os referidos vereadores, a Concelhia e a Distrital do partido”. Porém, sobre a proposta da aquisição do imóvel localizado nas traseiras dos Paços do Concelho, Branquinho reconhece que “há opiniões diferentes dentro da própria Concelhia”, ressalvando que “não se trata de divisões mas diversidade de pontos de vista, o que é salutar e democrático em qualquer estrutura partidária”. Diz que, de facto, na próxima semana vai deslocar-se a Felgueiras, “não para acudir a quaisquer desentendimentos, mas apenas, numa habitual reunião de trabalho, para avaliar o ponto da situação partidária”. Ao mesmo tempo, o líder da Distrital do PSD/Porto, confirma a informação por nós obtida e não, especificamente, noticiada de que, na verdade, no dia de anteontem telefonou “a vários dirigentes locais, como, por exemplo, a Francisco Cunha, Eduardo Teixeira e Alírio Costa, para que, sobre a proposta da aquisição do imóvel, fossem ponderados e contidos nas palavras à Comunicação Social”, alegando, entretanto, que, nesse dia, “não tinha conhecimento antecipado de que algum dirigente local já se tivesse pronunciado ou fizesse intenção de se pronunciar publicamente sobre a matéria”. Agostinho Branquinho acrescenta que, com isso, "não estive a coagir nem a desautorizar ninguém”.

3.º - O líder da Distrital do PSD/Porto é peremptório: “O PSD só votará favoravelmente, na Assembleia Municipal, a proposta da aquisição do imóvel se, tal como promete a presidente da Câmara, não onerar as finanças do município, ou seja, se, de facto, for verdade que a compra é subsidiada pelo Estado. Caso contrário, o PSD reprovará liminarmente a proposta”.

4.º - Nesse mesmo contacto telefónico, O DIÁRIO DE FELGUEIRAS aproveitou para questionar Agostinho Branquinho sobre a eficácia da actual estratégia política do PSD em relação ao poder instituído, estratégia acima citada, e perguntou se os vereadores sociais-democratas deveriam continuar a merecer a confiança política do partido. Sobre a eficácia política, citámos a eleição gorada de Francisco Cunha para a Mesa da Assembleia Municipal, quando o partido tem a maioria no hemiciclo; sobre a postura dos vereadores do PSD, demos como exemplo a posição da Concelhia socialista, que, em processo similar, retirou a confiança ao seu vereador, Rui Silva. Ainda sobre a estratégia política do PSD, lembrámos o facto de, por exemplo, em Novembro, a Concelhia social-democrata emitiu um comunicado a informar que ia pedir às instâncias judiciais a impugnação da sessão da Assembleia Municipal que aprovou a aplicação do IMI, na sua taxa máxima, e uma providência cautelar, para que a deliberação fosse suspensa, depois de o assunto ter sido votado duas vezes numa mesma sessão, votação essa que, na altura, o PSD considerou tratar-se de uma “violação da lei”.

5.º - O líder distrital dos social-democratas respondeu da seguinte fprma às perguntas que enumerámos no ponto 4.º : “Reitero o que já referi: a estratégia política do PSD para Felgueiras surge enquadrada numa acção comum entre os vereadores, Concelhia e Distrital. Não há nenhuma colagem do PSD ao movimento da Dr.ª Fátima Felgueiras. A não eleição de Francisco Cunha para a Mesa da Assembleia Municipal decorre de uma votação exclusiva dos membros do hemiciclo, que, tendo sido por voto secreto, não pode ser questionada. O muito que podemos dizer é que ficamos tristes com o resultado. Sobre a posição do PS em relação ao seu vereador, não devo comentar porque decorre de um assunto interno de um partido que não o nosso, mas posso garantir-lhe que não vamos tomar o mesmo procedimento em relação aos nossos vereadores. O Dr. Caldas Afonso e o Eng.º Luís Lima, que são militantes do PSD, estão veiculados à nossa matriz partidária, ao que é acordado nas reuniões da Concelhia, mas, como eleitos, podem reservar para si uma certa auto-determinação política, que passa pelo princípio democrático de que devem estar solidários com o partido, mas não devem sacrificar o seu livre arbítrio e auto-determinação. Sobre a questão que me colocou da votação do IMI, contestada na altura pela Concelhia, confesso-lhe, e sem estar a fugir à questão, que ainda não me informei do procedimento do partido no que se refere à impugnação e à providência cautelar pela seguinte razão: como se sabe, tomei posse do cargo de presidente da Distrital depois disso. Tenho uma ideia do que se passou, mas, confesso-lhe, de momento, não tenho todos os elementos em mão. Brevemente, vou inteirar-me da situação e, depois, o partido poderá esclarecer melhor. A sua pergunta faz sentido, até porque, como presidente da Distrital, faço questão que o PSD dê continuidade política e legal sobre aquilo que diz que vai fazer”.

Nota do DIÁRIO DE FELGUEIRAS:
O DIÁRIO DE FELGUEIRAS recorre às fontes anónimas quando, no seu entender, possam, eventualmente, estar em causa procedimentos feridos de democraticidade ou quando as fontes alegam que podem estar em causa a sua posição dentro da instituição a que pertencem.
Com isto, não queremos dizer que o presidente da Comissão Política Distrital do PSD/Porto, Agostinho Branquinho, praticou qualquer acto de coacção no exercício das suas funções partidárias quando “aconselhou” (as aspas são para sublinhar a afirmação e não para lhe retirar a autenticidade) vários membros da Concelhia de Felgueiras a não se pronunciarem sobre a proposta do imóvel, nem tão pouco dizemos que esse procedimento feriu a democraticidade partidária. Contudo, na quinta-feira, as fontes provenientes da Concelhia – principalmente uma – falava em “desautorização”. Pedido de contenção verbal ou desautorização, o certo é que o DIÁRIO DE FELGUEIRAS, depois de ter ponderado muito bem sobre o aspecto ético e deontológico da notícia que ia fazer, sentiu o melindre instalado no PSD e decidiu, em boa consciência que nos caracteriza, dar crédito ao assunto que lhe foi exposto. Daí que partiu para a investigação ouvindo as citadas fontes, até porque, como se sabe da sociologia das organizações, nem sempre o discurso oficial coincide com o discurso real. Portanto, como se vê, o nosso conceito de fonte não é tomado levianamente, de ânimo leve. Além do mais, não damos crédito a fontes que estejam mal colocadas e damos sempre a oportunidade do princípio do contraditório, com espaço muito mais alargado, às posições oficias. Estamos, desta forma, a contribui para que seja evitada parcialidade e tendência na notícia, para que os leitores façam a melhor leitura.
Por fim, ainda a propósito das alegadas divergências entre os vereadores do PSD e a Concelhia, leia-se o que um dirigente (identificado) desta estrutura disse a um jornal local: “Quem orienta e decide a estratégia política é a Comissão Política. Quem agir por conta própria ou roda livre é por conta deles”.