Peregrinação causa mal-estar
(JN, 06.Fev.2006)
http://jn.sapo.pt/2006/02/06/politica/peregrinacao_causa_malestar.html
A peregrinação a Fátima organizada para sábado pelo movimento "Sempre Presente", liderado por Fátima Felgueiras, destinada a agradecer a vitória nas autárquicas, está a causar mal-estar entre alguns padres da região, que, segundo soube o JN, vêem com maus olhos um alegado aproveitamento político da Igreja.
http://jn.sapo.pt/2006/02/06/politica/peregrinacao_causa_malestar.html
A peregrinação a Fátima organizada para sábado pelo movimento "Sempre Presente", liderado por Fátima Felgueiras, destinada a agradecer a vitória nas autárquicas, está a causar mal-estar entre alguns padres da região, que, segundo soube o JN, vêem com maus olhos um alegado aproveitamento político da Igreja.
Ontem realizou-se o primeiro ensaio nas instalações da paróquia de Margaride. Um organizador, que pediu anonimato, contactado telefonicamente, disse ao JN que na reunião, com cerca 40 pessoas, não esteve a autarca. "O encontro realizou-se à porta fechada e, dada a fraca adesão, os ensaios duraram apenas 30 minutos, pelo que estamos a pensar em realizar ensaios mais alargados", disse a mesma fonte.
Benjamim Mesquita, pároco de Margaride há cinco meses, admitiu ao JN: "Autorizei os ensaios no salão depois de me terem dito que os cânticos se destinam a uma eucaristia a realizar em Fátima". Ao ser questionado se sabia do objectivo da peregrinação, o padre afirmou: "Não tinha que saber nem deixar de saber. Peço que fique claro que o pároco e a paróquia de Margaride não têm ligação política a esse movimento e não fazem parte da organização da peregrinação nem participarão nelas".
Mário de Oliveira, o conhecido padre Mário, da Lixa, e autor do livro "Fátima, nunca mais!", disse "Todos conhecem a minha posição crítica em relação à Cova da Iria. Sobre este caso concreto, só posso comentar depois de os factos acontecerem". Mas recomendou: "A Igreja deverá ter o bom senso de evitar alguma situação de promiscuidade".
Já em 2002 gerou polémica a peregrinação a Fátima organizada pela autarquia, depois de o padre Azemiro Oliveira, ex-cunhado da autarca, na homilia, a ter "inocentado". Em 2003, o bispo do Porto, D. Armindo, criticou a forma como Fátima Felgueiras tinha sido detida e enalteceu "a sua grande obra". Em 2005, o movimento "Sempre Presente", embrionário da candidatura, nasceu em reunião realizada no Centro Pastoral de Santa Quitéria.