À espera de resposta e de intervenção do ministro da Administração Interna, o deputado do BE João Teixeira Lopes denunciou um caso de perseguição na Câmara de Felgueiras. Ministro não responde e o executivo felgueirense também não.
O deputado do Bloco de Esquerda João Teixeira Lopes enviou um requerimento ao Governo sobre uma alegada “perseguição política” por parte de apoiantes da presidente da Câmara de Felgueiras a um funcionário da autarquia e jornalista.No documento, dirigido ao Ministério de Estado e da Administração, o parlamentar refere que, “o funcionário desde há quatro anos que tem sofrido perseguições recorrentes de apoiantes de Fátima Felgueiras por noticiar acontecimentos sobre o caso político-judicial do «saco azul»”.José Carlos Pereira é funcionário da Câmara há 16 anos, com a categoria de Assistente Administrativo Principal e, simultaneamente, jornalista com carteira equiparada a jornalista profissional.No dia 7 de Novembro, por despacho da presidente de Câmara, Fátima Felgueiras, José Carlos Pereira - acrescenta o deputado - “foi transferido do Departamento de Administração Geral para um edifício abarracado, onde funciona o gabinete do veterinário municipal, a fim de prestar isoladamente apoio administrativo, sendo que tal serviço nunca fora lá implantado”.O requerimento salienta que José Carlos Pereira “foi colocado em instalações sem salubridade” e que “padece de uma doença crónica grave e evolutiva (Espondilite Anquilosante) e de asma. Além do mais, tais instalações ficam na enfermaria dos canídeos”, acentua.O deputado refere “várias ameaças à integridade física e até de morte”. Por isso, “moveu em 2003 um processo-crime, por ameaças à integridade física, que ainda está em fase instrutória”.Face aos factos expostos, João Teixeira Lopes pergunta “que medidas pretende o Ministério tomar no sentido de repor a legalidade democrática, o respeito pelos Direitos Humanos e as Liberdades e Garantias deste cidadão?”.A Lusa tentou ouvir a presidente da Câmara de Felgueiras sobre o assunto, mas tal não foi possível até ao momento.
(PRIMEIRO DE JANEIRO, 6 de Janeiro de 2006)