segunda-feira, setembro 05, 2005

Dicas para o debate

Vem aí a campanha eleitoral para as autárquicas de 9 de Outubro. Vão ser vários os temas candentes que vão ser colocados em cima da mesa da discussão. O Diário de Felgueiras espera que os partidos e o movimento independente concorrentes às eleições não se percam na discussão sobre o que não se fez neste concelho; fazemos votos para que se debate sobre o que há a fazer.
Da nossa parte, lançamos algumas “dicas” para o debate:

1.º - O concelho de Felgueiras não tem um único parque infantil.

2.º - Tinha sido projectado o Parque da Cidade para Várzea, mas a Câmara Municipal acabou por aprovar que passe por lá a o troço da variante. Para já, nem Parque da Cidade nem variante, que foi chumbada pelo Instituto do Ambiente.

3.º - O complexo das Piscinas Municipais, que tinha sido pensado para grandes eventos internacionais de natação, ainda é o único meio de prática desportiva de massas, como a piscina da Lixa, mas só para quem pode pagar. O dinheiro que foi gasto naquele complexo dava para construir 4 ou 5 piscinas, como, por exemplo, em Barrosas e na Longra, distantes que ficam das cidades de Felgueiras e da Lixa. A zona desportiva é um deserto; há cerca de 10 anos, chegou-se a falar numa pista de atletismo, que não se fez, já para não falar do Estádio Municipal anunciado há mais de 20 anos, que nem sequer ficou em projecto.

4.º- A emergência médica em Felgueiras peca por má articulação entre o SAP – Serviço de Apoio Permanente, e o Hospital, que não é do Estado. Fará lá sentido o facto de um beneficiário do SNS ou de um sub-sistema, se não quiser usufruir de acto médico privado, ter que, de dia, ser socorrido no SAP e, à noite, no Hospital? E fará sentido que, quando um doente afecto a um subsistema tiver que ser socorrido à noite, não tenha opção pelos serviços de saúde do Estado, sendo obrigado a pagar os actos médicos, cuja factura poderá ascender a cerca de € 50? Por exemplo, os asmáticos têm mais crises no Inverno e durante a noite. Como se sabe, o SAP à noite está fechado. Se esse asmático tiver uma crise e se for, por exemplo, beneficiário da ADSE, não tem outro remédio senão ir ao Hospital, que é privado e que só tem convenção para os beneficiários do SNS no que concerne à emergência médica nocturna. Ora, como sabemos, um asmático pode ter 5, 10 ou 15 crises num mês, principalmente no Inverno. Se for beneficiário de um subsistema, não lhe chegará o ordenado do mês para pagar as crises. É óbvio que a culpa não é da administração do Hospital, que, não sendo público, não fica socialmente obrigado a nada; o que precisa é que lhe paguem os serviços prestados, seja o Estado ou os doentes directamente. Compete a quem de direito reivindicar junto de Lisboa, do Governo, uma solução para este caso.

5.º- Torna-se necessário reabilitar e revitalizar ainda mais o Monte de Santa Quitéria. O troço do raly foi outro erro, que nem sequer é aprovado pelo Automóvel Clube de Portugal. É necessário dar mais vida àquele monte.
6.º - Num concelho em que se produzem cerca de 250 mil pares de sapatos por dia, sendo o maior núcleo do país nesta indústria, importa dar andamento à zona industrial; a que existe é muito insuficiente.

7.º - Fala-se que vão ser construídos mais centros comerciais no centro da cidade de Felgueiras. Se for verdade, tal facto irá agravar o desarranjo urbanístico da cidade.

8º. - Para quando a Casa das Associações de Felgueiras, já que muitas delas não têm meios económicos para pagar a renda de uma sede?

9º. - Para quando a restauração do edifício do Teatro Municipal?

10.º - Para quando a restauração do edifício das Torres, para o qual já se falou instalar-se lá um museu municipal? Por duas vezes, aquele edifício correu perigo de destruição por incêndio.

11.º - A média da esperança de vida no concelho de Felgueiras é de 73,5 anos, enquanto que a nível nacional é de 79 anos.