O ciclo "Pôr Felgueiras em debate" encerrou em Felgueiras, ontem dia (29 de Julho), na Biblioteca Municipal, com o auditório completamente cheio, e onde em discussão a temática "EMPREGO/DESEMPREGO - (Que desenvolvimento económico para Felgueiras?)". Teve como oradores Adelino Leite (sociólogo da área do trabalho), Marques da Silva (consultor de empresas), Domingos Ferreira Pinto (representante da Federação dos Sindicatos dos Trabalhadores dos Têxteis, Vestuário, Calçado, Lanifícios e Cortumes de Portugal – FESETE), moderados por José Quintela (assessor sindical).
A conjuntura a nível mundial está difícil e Felgueiras, não é excepção à regra. O tempo do pleno emprego já lá vai, pelo que a realização deste debate tentou diagnosticar os problemas existentes e apontar caminhos a seguir para fazer face aos novos desafios.
O economista Marques da Silva começou por explanar a situação do concelho, salientando que, nos últimos 15 meses, o desemprego aumentou em Felgueiras cerca de 50 por cento (1.500 pessoas com mais de 45 anos e mais de 2.250 há mais de um ano nessa situação). A maior incidência do desemprego faz-se sentir junto das mulheres, dos jovens à procura do primeiro emprego e dos desempregados de longa duração. Um obstáculo para tentar "dar a volta" a esta situação é o facto de cerca de 90 por cento da população não ter ido além do segundo ciclo.
Estes índices levaram o orador a referir que "o actual modelo de desenvolvimento do concelho de Felgueiras está esgotado", vaticinando que "largas dezenas de empresas vão fechar nos próximos cinco anos, ficando sem emprego cerca de 2.500 pessoas".
Mais optimista mostrou-se João Barbosa, recusando um "cenário de desgraça" para o concelho, adiantando que "há que começar a pensar, já que se nós temos problemas, a China, por exemplo, também os tem". É por isso que destacou que "a indústria de calçado de Felgueiras vai ter sucesso", se o caminho a seguir assentar numa "estratégia de diferenciação", apostando na criação de marcas próprias, na tecnologia de ponta para estar póximo do cliente, uma vez que a produção de grandes quantidades "já era".
Analisando as duas posições antagónicas, Domingos Pinto, da FESETE, observou que "criticar é fácil, mas apontar soluções é que é difícil" e que "a Economia não é infalível". Mostra-se esperançado em relação à sobrevivência das empresas de Felgueiras ligadas ao sector do calçado, não obstante a crise, devendo a estratégia a seguir centrar-se na "alteração da fórmula de produzir em Felgueiras e em Portugal", restando saber "se ainda vamos a tempo".
A finalizar o debate, que foi bastante participado, prova de que o assunto está na ordem do dia, falou Adelino Leite, sociólogo e director-regional do Instituto de Emprego e Formação Profissional, que assumiu que o assunto em discussão "não é fácil", mas que está a preocupar toda a Europa e todo o mundo ocidental e cujos efeitos em Portugal são mais visíveis, "já que o nosso atraso estrutural é grande em relação aos outros países, e a crise é, por isso, mais visível".
Os problemas que estamos a viver decorrem da internacionalização da Economia e o consequente desaparecimento das fronteiras: "Foram mudanças rápidas que impediram e impedem perspectivar políticas de longo prazo". Acha ser possível a coabitação de empresas de sucesso com a crise, sendo defensor da ideia que já tinha sido adiantada de que a situação da produção portuguesa é que tem que ser alterada, "uma vez que o cliente já não faz fila à porta da empresa à espera do empresário. É o empresário que tem que ir ter com o cliente, com a sua própria marca". Resumindo, "o sucesso é hoje feito com cada vez menos trabalhadores", pelo que, devido ao nosso atraso na qualificação dos recursos humanos, a grande aposta deve passar por incrementar essa qualificação, nomeadamente os jovens que devem continuar a estudar para permitir dar esse salto em frente, mas que demorará alguns anos a concretizar".
A conjuntura a nível mundial está difícil e Felgueiras, não é excepção à regra. O tempo do pleno emprego já lá vai, pelo que a realização deste debate tentou diagnosticar os problemas existentes e apontar caminhos a seguir para fazer face aos novos desafios.
O economista Marques da Silva começou por explanar a situação do concelho, salientando que, nos últimos 15 meses, o desemprego aumentou em Felgueiras cerca de 50 por cento (1.500 pessoas com mais de 45 anos e mais de 2.250 há mais de um ano nessa situação). A maior incidência do desemprego faz-se sentir junto das mulheres, dos jovens à procura do primeiro emprego e dos desempregados de longa duração. Um obstáculo para tentar "dar a volta" a esta situação é o facto de cerca de 90 por cento da população não ter ido além do segundo ciclo.
Estes índices levaram o orador a referir que "o actual modelo de desenvolvimento do concelho de Felgueiras está esgotado", vaticinando que "largas dezenas de empresas vão fechar nos próximos cinco anos, ficando sem emprego cerca de 2.500 pessoas".
Mais optimista mostrou-se João Barbosa, recusando um "cenário de desgraça" para o concelho, adiantando que "há que começar a pensar, já que se nós temos problemas, a China, por exemplo, também os tem". É por isso que destacou que "a indústria de calçado de Felgueiras vai ter sucesso", se o caminho a seguir assentar numa "estratégia de diferenciação", apostando na criação de marcas próprias, na tecnologia de ponta para estar póximo do cliente, uma vez que a produção de grandes quantidades "já era".
Analisando as duas posições antagónicas, Domingos Pinto, da FESETE, observou que "criticar é fácil, mas apontar soluções é que é difícil" e que "a Economia não é infalível". Mostra-se esperançado em relação à sobrevivência das empresas de Felgueiras ligadas ao sector do calçado, não obstante a crise, devendo a estratégia a seguir centrar-se na "alteração da fórmula de produzir em Felgueiras e em Portugal", restando saber "se ainda vamos a tempo".
A finalizar o debate, que foi bastante participado, prova de que o assunto está na ordem do dia, falou Adelino Leite, sociólogo e director-regional do Instituto de Emprego e Formação Profissional, que assumiu que o assunto em discussão "não é fácil", mas que está a preocupar toda a Europa e todo o mundo ocidental e cujos efeitos em Portugal são mais visíveis, "já que o nosso atraso estrutural é grande em relação aos outros países, e a crise é, por isso, mais visível".
Os problemas que estamos a viver decorrem da internacionalização da Economia e o consequente desaparecimento das fronteiras: "Foram mudanças rápidas que impediram e impedem perspectivar políticas de longo prazo". Acha ser possível a coabitação de empresas de sucesso com a crise, sendo defensor da ideia que já tinha sido adiantada de que a situação da produção portuguesa é que tem que ser alterada, "uma vez que o cliente já não faz fila à porta da empresa à espera do empresário. É o empresário que tem que ir ter com o cliente, com a sua própria marca". Resumindo, "o sucesso é hoje feito com cada vez menos trabalhadores", pelo que, devido ao nosso atraso na qualificação dos recursos humanos, a grande aposta deve passar por incrementar essa qualificação, nomeadamente os jovens que devem continuar a estudar para permitir dar esse salto em frente, mas que demorará alguns anos a concretizar".
Fonte da notícia: "Por Felgueiras, Estamos Cá".