segunda-feira, dezembro 19, 2011

Efeméride: Dias Coelho assassinado há 50 anos pela PIDE



"A morte saiu à rua" foi dedicado a José Dias Coelho


Completam-se, hoje, dia 19 de Dezembro, cinquenta anos após o assassinato de José Dias Coelho, numa das ruas de Lisboa, levado a efeito pela PIDE.
José Dias Coelho era artista e militante (na clandestinidade) do PCP. Ainda muito jovem aderiu à Frente Académica Antifascista e, mais tarde, ao MUD Juvenil. Foi aluno da Escola de Belas Artes de Lisboa, frequentou primeiro o curso de Arquitectura, que abandonou, para frequentar o de Escultura.
Participante em várias lutas estudantis, aderiu ao PCP em meados dos anos 40. Logo em 1949, foi detido pela PIDE, em consequência da sua participação na campanha presidencial de Norton de Matos. Em 1952, foi expulso da Escola Superior de Belas Artes e impedido de ingressar em qualquer faculdade do país. É também demitido do lugar de professor do Ensino Técnico.
Com uma intensa actividade social e intelectual a par da política, travou e manteve amizade com várias figuras destacadas da sociedade portuguesa de então, tais como os arquitectos Keil do Amaral e João Abel Manta, Fernando Namora, Carlos de Oliveira, José Gomes Ferreira, Eugénio de Andrade, José Cardoso Pires, Abel Manta, Rogério Ribeiro, João Hogan, bem como com aqueles que viriam, dentro em breve, a liderar os movimentos de independência em África, na altura estudantes em Lisboa: Agostinho Neto, Vasco Cabral, Marcelino dos Santos, Amílcar Cabral e Orlando Costa (pai do actual presidente da Câmara de Lisboa, António Costa).
José Afonso imortalizou José Dias Coelho, com "A Morte Saiu à Rua", com base no assassinato (a tiro) do pintor, por parte da PIDE, na então Rua da Creche. Hoje essa rua tem o seu nome.