sábado, fevereiro 12, 2011

Morte de um amigo



Soares de Moura conta aqui, há dois anos,
a sua experiência como aviador de jacto 
e um acidente aéreo que aconteceu 
durante um dos seus voos.

Faleceu, ontem, de manhã, dia 11 de Fevereiro, o nosso amigo coronel Augusto Soares de Moura, da Casa da Lama, Lodares, concelho de Lousada.
Autor de um belo romance, "O Segundo Aviso", Soares de Moura escrevia também poesia e dedicava muito do seu tempo de aposentado a meritórios trabalhos de investigação histórica, para além das suas tarefas agrícolas na quinta. Contava 87 anos de idade.
Num desses trabalhos de investigação, sobre o seu antepassado Bernardino Soares de Moura (Brigadeiro dos Reais Exércitos e Barão de Freamunde nos inícios do século XIX e figura importante na resistência dos portugueses durante as invasões francesas e no período conturbado de guerra entre as tropas de D. Pedro e D. Miguel), o editor do DIÁRIO DE FELGUEIRAS prestou a sua humilde colaboração nessa exaustiva obra. Recentemente, ainda publicou "Lousada Antiga", em dois volumes.
Augusto Soares de Moura era um senhor na mais elegante acepção da palavra: de família brasonada, era um homem humilde, plural e moderno, conseguia aliar a sua elegância e doçura nas palavras com a frontalidade e a rectidão que lhe estavam no sangue. E foi com essa frontalidade e rectidão que, na introdução à referida obra de investigação, lamentou o facto de o D. Duarte Duque de Bragança não lhe ter sequer respondido ao pedido de colaboração..
 Soares de Moura distinguiu-se como coronel piloto-aviador, tendo sido condecorado com as medalhas da Cruz de Guerra (1.ª classe), de Prata de Serviços Distintos com palma (duas), de Mérito Militar (3.ª classe) comemorativa das Forças Armadas no Norte de Angola e comemorativa das expedições das Forças Armadas, em Moçambique.
Foi, também, responsável pela companhia de madeiras de Cabinda.
Chegou a ser professor no Colégio Eça de Queirós, em Lousada, onde leccionou Introdução à Economia e Inglês.

A sua esposa, Maria Luísa Coelho, foi, também, condecorada com a Cruz Oficial da Ordem Militar de Avis devido à sua presença em Negage (Angola), em 1961.