sábado, novembro 13, 2010

Teresa Brinco de Oliveira (poetisa) ou a voz insubmissa e meiga


Teresa Brinco de Oliveira nasceu em Águeda; actualmente, reside em Leça da Palmeira.
Estudou em Coimbra, onde fez o curso de Administração Autárquica e Secretariado. Depois, licenciou-se em Psicologia, na Universidade Lusíada. Ultimamente, está a finalizar o mestrado em Psicologia da Justiça, na área de “Health Coaching, Health Organization, Health Work” , no ISMAI, na Maia.
Silenciosa no tempo, voraz nos lugares, Teresa vive a plenitude das palavras que lhe são leves. Dir-se-á: desassossego! Não!... Desassossego, não! Apenas a consagração de metas alcançadas, aliás, conquistadas, de muitas viagens da alma sem limite – sem tempo e sem lugar. A poesia brotou-lhe no momento certo. Como tal, descobre a alada existência poética para um “todo”, onde cabem o quotidiano e a hora sagrada da palavra, insubmissa e meiga.
Dir-se-á que a descoberta foi tardia. A escrita poética! Mas não! Trata-se de uma vida renovada para significar as emoções, de exultar a alma, tendo o mar como sua principal metáfora. Nele se revê profunda e ilimitada. O ser Humano é a sua paixão com todas as suas antinomias, sempre na busca incessante da autenticidade entre o ser e o self, a vontade de atingir a perfeição, jamais encontrada, ainda que se contornem os cotovelos do tempo – um tempo e um lugar sem limites.

Significações

-define-me o amor, pediste.
-não sei definir essa palavra, respondi.
sei sentir amor quando a paz clama
quando adolesço nos teus braços
quando olho o céu e digo de mim
para mim: que bom é estar viva!

pedes-me uma definição
de um sentimento
e eu só te posso responder
que um sentimento não se define:
sente-se, objectiva-se.

-porque não dizes que me amas?
-porque não te sei dizer palavras
e palavras são palavras.
só. ponto.

se soubesse definir-te o amor,
se pudesse dizer que te amo
não metaforizava o mar,
nem via o horizonte como sonho
as rotas como caminhos
ou os ventos como direcção.

não falaria em madrugadas ciciadas

simplesmente amanhecia ao teu lado.

t.b. inéditos