segunda-feira, outubro 11, 2010

Faz hoje um ano...

Faz hoje um ano que os felgueirenses quebraram o longo ciclo, de 35 anos, de governação de uma mesma família política no município. O PS governara até 2005; a partir daqui, dada a divisão no interior do "partido rosa", coube ao MSP gerir a edilidade. Como se sabe, o MSP nasceu do PS e foi fundado pela pessoa que antes encabeçara a lista socialista.
Poder-se-á dizer que, face ao carisma da candidata derrotada e ao seu mediatismo no palco nacional, esta viragem foi um dos factos políticos mais marcantes na história do concelho – o maior, talvez, em democracia. Surpreendente ou não a mudança, surpresa foi, sem dúvida, a percentagem vitoriosa e retumbante da Nova Esperança (PSD/CDS-PP), com maiorias expressivas, para os órgãos do município – Câmara e Assembleia municipais – e para as juntas de freguesia.
Felgueiras já tinha conhecido eleições autárquicas de apaixonada participação, nomeadamente em 1979, quando Machado de Matos (PS) foi reeleito presidente da Câmara por apenas cento e tal votos em relação ao candidato da AD (PSD/CDS-PP/PPM). Mais tarde, já em 1993, Júlio Faria (PS) foi reeleito por uma diferença de 900 votos em relação a Manuel Faria (PSD), quando, na altura, a populosa e socialista freguesia de Vizela (Santo Adrião) pertencia ainda ao concelho de Felgueiras, que, em termos de contabilidade dos votos, muito contribuía para a vitória do PS no município.
Em 2009, a Nova Esperança conseguiu quebrar a invencibilidade do PS (e, depois, do MSP) em freguesias como, por exemplo, Lagares e Torrados, que, durante décadas, eram bastiões da mesma família política que governava a Câmara durante 35 anos.