segunda-feira, março 15, 2010

Ele era um comunista perfeito

Faleceu, no passado sábado, o cantor francês Jean Ferrat, de 79 anos de idade, no sul da França, na região de ArdŠche, onde vivia.
A sua obra é longa: compôs e interpretou cerca de 200 canções, muitas delas com textos ideológicos; outras em homenagem ao grande poeta francês Louis Aragon. Mas, para além disso, Ferrat dedicou muito da sua obra a fazer declarações de amor à sua região, ArdŠche.
O artista francês cedo perdeu o pai - quando tinha apenas 11 anos. O pai era um judeu russo que foi deportado para o campo de concentração nazi de Auschwitz, onde acabou por morrer. Jean foi salvo por militantes comunistas, gesto a quem o artista ficou eternamente grato.
Jean Ferrat era um cantor politicamente comprometido; esteve ligado ao Partido Comunista Francês (PCF), mas nunca foi militante, porque não concordava com tudo o que o partido dizia e fazia. Por exemplo, demarcou-se totalmente do regime da ex-União Soviética, ao ponto de denunciar os abusos cometidos no antigo bloco do Leste europeu.
De resto, no concreto da acção do PCF, o cantor esteve sempre ao lado da organização nos períodos eleitorais, sendo o autor do hino do partido.
Jean Ferrat era viúvo da cantora francesa Christine SŠvre, falecida em 1981.