Ao Gonçalo, ao Sr. José Adriano Cunha, ao Manuel Jorge, ao Sr. Mário, à Maria, à Marília e a todos os que, de uma forma ou de outra e dentro das possibilidades de cada um, estiveram solidários connosco e nos ajudaram a fazer a "travessia no deserto".
Obrigados.
JCP
Ser solidário assim pr’além da vida
Por dentro da distância percorrida
Fazer de cada perda uma raiz
E improvavelmente ser feliz
De como aqui chegar não é mister
Contar o que já sabe quem souber
O estrume em que germina a ilusão
Fecundará por certo esta canção
Ser solidário sim, por sobre a morte
Que depois dela só o tempo é forte
E a morte nunca o tempo a redime
Mas sim o amor dos homens que se exprime
De como aqui chegar não vale a pena
Já que a moral da história é tão pequena
Que nunca por vingança eu te daria
No ventre das canções sabedoria
Ser solidário assim pr’além da vida
Por dentro da distância percorrida
Fazer de cada perda uma raiz
E improvavelmente ser feliz
José Mário Branco
do álbum ''Ser Solidário'' 1982