terça-feira, agosto 18, 2009

Governo não sabe o caminho para Felgueiras

Novo hospital em Amarante em 2011
José Sócrates, primeiro-ministro

Armindo Abreu, presidente da Câmara de Amarante

Novo hospital em Amarante em 2011


O Presidente da Câmara Municipal de Amarante, Armindo Abreu, disse, ontem, que “o tempo acabou por lhe dar razão perante a sua adesão às reformas da saúde, implementadas pelo Governo”, que incluíam a alteração do modelo do Hospital de S. Gonçalo e a elaboração de um plano funcional para um novo hospital. “Aqueles que assobiaram a minha opção em 25 de Abril de 2006 deverão reconhecer, agora, que a razão estava do meu lado”, considerou.
Armindo Abreu falava na cerimónia de lançamento da primeira pedra do novo hospital de Amarante, que trouxe o Primeiro-Ministro, José Sócrates, à Princesa do Tâmega. O autarca regozijou-se pelo cumprimento dos prazos definidos para a construção do hospital de proximidade de Amarante e disse da sua convicção de que será um equipamento de ponta apto a prestar cuidados de saúde de qualidade às cerca de 500 mil pessoas que vai servir.
Na sua intervenção, José Sócrates enfatizou a importância do novo hospital no quadro do Serviço Nacional de Saúde e valorizou a sua construção enquanto investimento público que ajuda o país a sair da crise.
"O que se exige do Estado é que combata a crise e fizemos já alguma coisa por isso. Foi essa a razão que levou [o país] a sair da recessão técnica no segundo trimestre", afirmou o primeiro-ministro.
Segundo José Sócrates, o hospital de Amarante é um dos seis que estão em construção em Portugal, representando "um esforço de investimento na área da saúde que não tem precedentes nas últimas décadas ao nível da melhoria dos serviços hospitalares".
Além de Amarante, estão a ser construídos os hospitais de Cascais, Braga, Guarda, Pediátrico de Coimbra e Lamego e o primeiro-ministro garantiu "que a estes seis somar-se-ão, até ao fim do ano, as decisões de construir os de Loures, Vila Franca de Xira, o novo hospital do Algarve e também o hospital de Todos-os-Santos, em Lisboa".
Além do investimento público, Sócrates defendeu também as reformas estruturais no sector, lembrando que a concentração de recursos, técnicos e humanos, caso dos encerramentos dos blocos de partos, permite o cumprimento de regras técnicas e uma prática clínica "que esteja à altura do tempo".
O primeiro-ministro lembrou mesmo a contestação que se registou no país quando a antiga ministra da Saúde Leonor Beleza decidiu encerrar 150 blocos de partos, fazendo uma analogia com os protestos ocorridos no mandato do ex-ministro Correia de Campos, que conduziram à sua saída do Governo.
Segundo o primeiro-ministro "é um grande prazer para qualquer um de nós e para qualquer europeu ver hoje que os que não têm serviço nacional de saúde, afinal de contas, agora lutam para também o terem".
"Compreende-se bem a ambição do presidente Obama em querer construir um serviço nacional de saúde nos Estados Unidos, porque realmente ter tantos excluídos no acesso à saúde não é próprio dos países civilizados",
acrescentou.
O hospital de Amarante está a ser construído na freguesia de Telões, à margem da variante do Tâmega, num terreno com uma área de 70 mil metros quadrados adquirido pelo Município à Santa Casa da Misericórdia. A nova unidade de saúde terá 60 camas, 30 das quais em quartos individuais com instalações sanitárias privativas, e será dotada de três salas cirúrgicas, que permitirão a realização de 40 intervenções por dia.
Com entrada em funcionamento prevista para o final do primeiro semestre de 2011, o hospital terá custos estimados em 40 milhões de euros, construção e equipamentos incluídos. O valor da adjudicação agora feita é de 24,5 milhões de euros e refere-se apenas à obra de construção civil.
Tendo oferecido o terreno para a construção do novo hospital, será também responsabilidade do Município de Amarante a construção dos acessos àquela unidade de saúde.