O Ocidente só se preocupa com os direitos humanos e com as causas democráticas quando não retira qualquer compensação dos factos em questão e/ou dos Estados envolvidos. Da velha China maoísta, o Ocidente cala-se, num tom cínico de cumplicidade, à violação permanente dos direitos humanos e dos princípios de Liberdade e de Democracia, já que os governos de Pequim das últimas décadas procederam à transformação da economia socialista num estado avançado do capitalismo mais selvagem e feroz, sem direitos nem garantias para os cidadãos.
Completam-se hoje 20 anos após o massacre de centenas, se não mesmo milhares, de manifestantes chineses - estudantes e cidadãos que queriam proceder a mudanças políticas no seu país. O facto, ocorrido na Praça Tiananmen, em Pequim, ficou para a história como uma das páginas negras de um regime incivilizado, fortemente controlado pelas autoridades.
O massacre deu-se na noite de 3 para 4 de Junho de 1989, depois de os carros blindados terem invadido as ruas de Pequim com o propósito de pôr termo a uma vaga de manifestações pacíficas na capital – que se arrastavam há sete semanas – e que as autoridades chinesas qualificaram como uma “rebelião contra-revolucionária”.