segunda-feira, março 02, 2009

A incógnita chamada Horácio Reis

Foto do DN
Horácio Reis fará
parte da lista do SP?

Fátima Felgueiras e Horácio Reis quase se igualaram nas intenções de voto dos nossos leitores na sondagem online que mantivemos durante duas semanas.
Neste estudo, que registou 59 votações, entre sete possíveis escolhidos para cabeça-de-lista do movimento Sempre Presente (SP) à Câmara nas próximas eleições, Horácio surge em primeiro lugar, com 24% dos votos, seguido de Fátima, com 22%.
Longe destas percentagens estão Lemos Martins (líder da bancada do SP na Assembleia Municipal), com 15%, e João Garção (vereador e vice-presidente da Câmara), com 14%, precisamente, a mesma percentagem obtida por António Pereira (antigo n.º 2 de Fátima Felgueiras).
Nos lugares derradeiros estão Sousa Oliveira, com 7%, e Orlando Sousa (actual presidente da Assembleia Municipal), apenas com 5%.
A nossa leitura sobre esta sondagem é a de que Fátima Felgueiras, não obstante o desgaste natural de quem exerce o poder político, mantém um nível de preferência que os partidos da Oposição terão que ter muito em conta no próximo embate eleitoral, se quiserem efectivamente disputar o poder municipal.

A percentagem de Horácio Reis, em primeiro lugar, não se revelará tão importante quanto se possa pensar. A votação que obteve dever-se-á mais às expectativas dos nossos leitores sobre as suas intenções em relação às próximas eleições e, principalmente, sobre o que lhe for permitido situar-se em relação a um lugar elegível pelo movimento político independente. É que o movimento SP é, nem mais nem menos, a própria Fátima Felgueiras, que tudo pode, põe e dispõe à sua maneira, sem qualquer reparo ou oposição interna. É certo que Horácio Reis foi o fundador do SP, foi quem tudo tratou para o regresso mediático da autarca há quatro anos... É certo que Fátima deve-lhe gratidão, mas na política não há amigos.

Aquando do prazo da entrega das candidaturas, se a edil sentir que a não inclusão de Reis na sua lista pode causar algum burburinho à mistura com algumas incertezas quanto ao resultado eleitoral, certamente, não prescendirá do seu actual n.º 3, mantendo-o, porém, sempre em relativo distancionamento; caso contrário, Reis não será convidado. Por outro lado, da sua parte, Horácio não tem hipóteses de ser ele a romper o seu vínculo ao SP. Primeiro, porque foi expulso do PS (único partido que o poderia aceitar, embora a possibilidade, neste momento, seja remota). Segundo, porque o PS, nas próximas eleições, terá dificuldades acrescidas em impôr-se como o principal adversário ao movimento de Fátima Felgueiras, porque, sociologicamente, o eleitorado do PS confunde-se com o do SP, apesar de ser substancial a sepração entre os dirigentes. Portanto, Horácio vai-se deixando estar... até ver!
A fraca votação em Orlando Sousa, com apenas 5%, revela-se uma surpresa. Refira-se, uma percentagem nada condizente com a visibilidade de presidente da Assembleia Municipal.
João Garção, por seu lado, obteve, também, uma baixa votação, mas tal não se deverá a uma rejeição clara por parte dos votantes na sondagem, mas tão-somente pelo facto de o perfil do actual vice-presidente da Câmara enquadrar-se muito melhor fora do SP, num partido como o PS e o PSD, num dos quais poderia revelar-se como uma mais-valia. Ou seja, não tanto numa perspectiva de angariação de votos, porque não é conhecido pela maioria do eleitorado, mas pela sua atitude civilizada de se relacionar com as pessoas, independentemente da filiação política de cada uma delas – dado fundamental no exercício do poder político moderno.

Resultado da votação:

Horácio Reis – 24%
Fátima Felgueiras – 22%

Lemos Martins – 15%
João Garção e António Pereira – 14%
Sousa Oliveira – 7%
Orlando Sousa – 5%