segunda-feira, setembro 24, 2007

Denunciadas à PGR alegadas pressões sobre testemunhas do "saco azul" (segundo o CM)


Correio da Manhã, 23 de Setembro de 2007 (clique aqui)

O Tribunal de Felgueiras vai decidir amanhã (hoje) se adverte ou não Fátima Felgueiras, que depois de ter acusado o procurador da República Pinto Bronze de dizer “disparates”, viu já uma das testemunhas queixar-se que se sentia “constrangida”, com a presença da autarca no julgamento.

O pedido de advertência da iniciativa do advogado Pedro Martinho, que é o defensor de Horácio Costa (a testemunha principal de acusação do MP, entretanto arguida), levou já a uma reunião em Guimarães entre todos os magistrados. O incidente processual surge na ocasião em que a PJ investiga eventuais pressões de Fátima Felgueiras sobre funcionárias que irão depor sobre alegadas irregularidades na autarquia. Uma denúncia anónima, em papel timbrado da Câmara e enviada para a Procuradoria-Geral da República, refere que a autarca teria chamado já ao seu gabinete diversas funcionárias que a poderão acusar no julgamento. Todas elas conhecidas na Câmara de Felgueiras como as “seis princesas” (isto porque a dada altura mereceriam a inteira confiança de Fátima Felgueiras), são consideradas fundamentais para provar ou não alegados financiamentos ilícitos ao PS e ao FC de Felgueiras.



A testemunha que afirmou estar “constrangida” no julgamento é uma das “princesas”. De acordo com aquela responsável, tendo prestado o seu depoimento na presença da autarca, sentiu que “não estava à vontade” e justificou que a presidente da Câmara de Felgueiras é a sua máxima superior hierárquica e isto depois da autarca a ter atacado na audiência quando a funcionária afirmou que os contratos da autarquia eram fictícios e serviriam somente para retorno de dinheiro que era usado no financiamento não só do Partido Socialista, como ainda do FC de Felgueiras. A responsável, Teresinha Carvalho, ouviu a autarca acusá-la de entrar na Câmara apenas “por favor”.