sexta-feira, março 30, 2007

Juiz critica Fátima Felgueiras




O juiz-presidente do colectivo do Tribunal de Felgueiras que está a julgar o processo do "Saco Azul" advertiu, ontem, Fátima Felgueiras que, sendo a principal arguida, incorre num processo-crime, por difamação à Polícia Judiciária (PJ).

"A senhora devia ser mais comedida nos comentários e na adjectivação em relação à investigação. A Polícia Judiciária poderá mover-lhe um processo, por difamação", advertiu José Castro, que, na 13ª sessão, quebrou a passividade em relação à habitual liberdade verbal da arguida em tribunal. A edil, no seu jeito habitual, voltou a fazer alusões polémicas, como, por exemplo "porcaria da acusação", "criatividade cega" e "andaram a formatar uma história". Momentos antes, dissera que a PJ exerceu uma espécie de intimidação aos funcionários da autarquia na fase de investigação e que os mesmos "tinham medo de ser constituídos arguidos".



A autarca agradeceu ao juiz a advertência, mas recordou que não era licenciada em Direito. E prosseguiu "A acusação difamou-me. Durante estes anos todos, andaram a passar informações para a Comunicação Social, não respeitaram o segredo de Justiça".



Fátima Felgueiras respondia à parte da pronúncia em que refere que a filha da edil viajou de avião entre Porto e Lisboa a expensas da Câmara. Este ponto veio no seguimento do que foi abordado anteontem, em relação ao alegado aproveitamento da autarca aquando de uma deslocação com os seus filhos a Cabo Verde, em Agosto de 1997, para celebração de um acordo de geminação. A acusação crê que a edil aproveitou essa deslocação para gozar férias na ilha do Sal, a expensas da edilidade. Fátima, ontem, a propósito de ter levado o filho a França, em deslocação do mesmo género, reiterou que esse procedimento "é normal".