O corporativismo reinante no Ministério Público já passou ao ataque! Teria sido melhor para a Justiça e para o País que o novo Procurador-Geral da República (PGR), Pinto Monteiro, na sua tomada de posse, tivesse dito apenas umas palavras de cortesia e de circunstância em vez de ter pregado contra a corrupção e os sistemas obscuros no aparelho de Estado. Assim não teria assustado a "caça" e até poderia ser a maneira de, mais tarde ou mais cedo, vir a apanhar alguns "melros"...
Ao secundar o Presidente da República contra a corrupção instalada nos genes do Portugal contemporâneo, Pinto Monteiro saboreou imediatamente o seu primeio amargo de boca. E, nos seis anos de mandato que tem pela frente, outros há-de saborear, mais depressa do que espera.
O douto Conselho Superior do Ministério Público rejeitou, por voto secreto (9 contra a nomeação, 8 a favor e 1 voto em branco), o único nome indicado pelo novo PGR para seu "braço-direiro", que era Mário Dias Gomes. Já há quem diga em surdina que os que votaram contra já têm um figura alinhavada para o cargo - uma espécie de "pedra no sapato" de Pinto Monteiro.
Ouvimos, há dias, alguém dizer: "Este país só irá para a frente quando restaurarem a Carbonária!" Não dizemos isso, nem de longe nem de perto, mas o certo é que Portugal parece ser já um caso perdido.