O PCP é assim: quem estiver contra as acções terroristas das FARC-EP, da Colômbia, está ao lado do imperialismo, do fascismo, da reacção... Para os dirigentes comunistas portugueses, o PCP e as organizações irmãs que tem pelo mundo são as que detêm o exclusivo dos valores da esquerda, das acções de vanguarda por uma sociedade mais justa - sem explorados nem exploradores; são as santas agremiações que combatem as injustiças, os tiranos...
O artigo´da militante comunista Anabela Fino, que é a "voz dos donos partidários", publicado na última edição do jornal Avante (clique aqui, para aceder ao link), é, no mínimo, tão lamentável quanto asqueroso, ao fazer juízos de valor sobre os blogueres portugueses que denunciaram a presença de elementos da organização da máfia colombiana na última edição da Festa do Avante!
Uma coisa é certa: no tempo de Álvaro Cunhal estas polémicas eram evitadas. Aliás, evitou-as, no capítulo da violência, e às vezes sem razão, como, por exemplo, quando recusou prestar solidariedade a Isabel do Carmo e Carlos Antunes, ex-militantes das BR-PRP, presos nos anos 80, não obstante nunca serem acusados ou suspeitos de terem assassinado alguém.
Pena é que os senhores deputados do PCP e de "Os Verdes" (partido este que não se solidarizou com a indefesa ecologista colombiana Ingrid, mantida refém pelas FARC-EP há já quatro anos) não queiram ir para a Colômbia e ingressarem nas fileiras do movimento terrorista.
O DIÁRIO DE FELGUEIRAS está de consciência tranquila: tanto denuncia as FARC-EP como as acções levadas a cabo na América Latina e pelo mundo com o alto patrocínio dos EUA, que em 1973 apoiaram o golpe de Estado no Chile, que levou ao assassinato de Salvadore Allende, de cariz marxista, que fora eleito democraticamente.