Apesar de não ser ouvinte diário da Rádio Felgueiras (RF), é óbvio que, como felgueirense, tenho orgulho pela existência desta estação, tanto mais que fui seu colaborador ainda antes da sua legalização. Por outro, mantenho relações de amizade com a esmagadora maioria dos seus responsáveis, jornalistas, locutores, etc…, e penso que este apontamento não irá colocar em causa essa amizade, a não ser que não aceitem críticas construtivas, o que, certamente, não será o caso.
No entanto, acho estranho que a direcção da RF, principalmente a direcção de informação, insista em não transmitir em directo os pontos mais importantes das sessões da Assembleia Municipal, quando estes eventos despertam grande interesse em parte importante da população local. Aliás, ainda se percebe menos depois de a RF ter transmitido em directo, no dia de S. Pedro, o Cortejo das Flores, evento que foi participado e assistido por milhares e milhares de felgueirenses, que, estando na rua, nem sequer tinham oportunidade de ouvirem, em casa, o que se dia na rádio. Por outro lado, sendo o director de informação da RF Torcato de Sousa – que já foi membro da AM e, de quando em vez, vai representar o presidente da Junta, Carlos Zeferino, da qual é secretário –, estranhasse esta falta de sensibilidade, tanto mais que os jornalistas da RF costumam estar presentes nas sessões da AM, destacados para fazerem a reportagem em diferido. Já que têm a “mão na massa”, não era difícil.
Nos últimos dois dias foram vários os deputados municipais, mesmo do PS, que nos deram conta do seu descontentamento pelo facto de a RF não ter passado, nos noticiários, qualquer parte da intervenção de Eduardo Teixeira, da bancada do PSD, que, toda a gente é unânime, fez uma brilhante intervenção sobre as opções do Município durante os onze anos em que Fátima Felgueiras é presidente da Câmara. Esta última referência não fará sentido se tal facto se deveu a eventual avaria técnica durante a gravação, mas, se a RF tivesse feito a transmissão em directo, esta situação seria escusada.
A RF tem pessoas competentes, capazes de prestarem um melhor serviço público.
Caros amigos da RF, não interpretem estas palavras como uma forma de “bota a baixo”, mas da mais sentida amizade. Não se deixem condicionar. Do fundo do coração vos peço: não façam da RF uma dependência do Poder.