(JN, 04.Fev.06)
Autarcas de Felgueiras podem ser expulsos do PS
A Comissão Distrital de Jurisdição do PS/Porto propôs a expulsão do partido de 11 militantes de Felgueiras, entre os quais o presidente da Assembleia Municipal e dois vereadores. A decisão, tomada numa reunião anteontem à noite, já foi enviada para a Jurisdição Nacional socialista.
Inicialmente, eram 19 os militantes de Felgueiras e arredores alvo de processos disciplinares abertos pela Jurisdição Distrital do PS/Porto por terem integrado a lista do movimento independente "Sempre Presente", liderada por Fátima Felgueiras, nas eleições de 9 de Outubro.
Os processos foram entregues ao presidente daquele organismo jurisdicional do PS/Porto. Na reunião de anteontem à noite, Abel Maia apresentou um relatório onde considerava que, dos 19 militantes, apenas 11 poderiam ser sancionados com a expulsão, ao abrigo do artigo 57º dos estatutos do partido.
O relatório foi aprovado e enviado para a Comissão Nacional de Jurisdição, a quem compete aplicar as sanções disciplinares sugeridas.
Dois vereadores na mira
Entre os 11 militantes que correm o risco de serem afastados do PS, caso a Jurisdição Nacional dê seguimento à proposta de expulsão, encontram-se o presidente e o primeiro secretário da Assembleia Municipal, respectivamente Orlando Sousa e Mário Martins.
Segundo apurámos, também dois vereadores de Felgueiras podem ser expulsos do PS. Trata-se de Bruno Carvalho e Horácio Reis, um dos principais impulsionadores do movimento "Sempre Presente", que ocupou o terceiro lugar da lista liderada por Fátima Felgueiras.
O ex-líder da JS de Felgueiras, David Queirós, encontra-se igualmente no rol de militantes que podem ser expulsos, por ter integrado a lista independente à Assembleia Municipal, acabando por ser eleito.
Já Augusto Faria pode ser afastado do partido por ter concorrido na lista do PSD, encabeçada por Caldas Afonso.
Censurada conduta de líder local
O comportamento, nas autárquicas, dos líderes da Concelhia e da JS de Felgueiras, respectivamente Inácio Lemos e Filipe Carvalho, vai ser censurado pela Comissão Distrital de Jurisdição. Na reunião de anteontem, foi aprovada uma deliberação onde se reprova as atitudes dos dois dirigentes, que entraram em confronto com o candidato do PS à Câmara. A Jurisdição Distrital encarou como grave o facto de Inácio Lemos ter recorrido à Justiça para tentar impugnar a lista encabeçada pelo independente José Campos. Considerou ainda que o líder concelhio teve "comportamentos em público que prejudicaram o partido" e que "devia ter esgotado todas as possibilidades dentro do PS", antes de partir para os tribunais.