
O despacho do juiz, a que o PortugalDiário teve acesso, confirma «a existência de irregularidades processuais» invocadas pela Comissão Política Concelhia local e, nos termos da lei eleitoral autárquica, concede três dias ao mandatário da candidatura de José Campos para «suprir irregularidades processuais ou (. . . ) sustentar que não existem quaisquer irregularidades a suprir . . . ».
Contactado pelo PortugalDiário o mandatário da lista socialista, Edgar Silva, confirma que foi notificado pelo tribunal para explicar por que razão a candidatura de José Campos não foi votada na Comissão Política Concelhia, tal como prevêem os estatutos do partido.
Edgar Silva argumenta que «durante o processo de escolha das listas à autarquia, o presidente da concelhia socialista, Inácio Lemos, nunca convocou uma reunião», além disso, acrescenta, «o processo autárquico em Felgueiras foi avocado pela direcção nacional do partido».
Também o presidente da distrital do Porto do PS, Francisco Assis está convencido de que «não há irregularidades a suprir, porque se o presidente da concelhia não convocou reuniões, o problema é dele». E termina: «Estamos perfeitamente convencidos de que o tribunal nos vai dar razão».
A candidatura de José Campos vai «consultar juristas» sobre a questão e apresentar a resposta no tribunal durante a próxima segunda-feira.
Depois de o tribunal ter indeferido um primeiro pedido de impugnação das listas socialistas por parte do presidente da concelhia local do PS, por entender que este não tinha legitimidade para o efeito, a estrutura concelhia requereu uma reapreciação e esta sexta-feira um outro juiz revogou o primeiro despacho e reconheceu a legitimidade activa da concelhia para impugnar a regularidade do processo referente à candidatura socialista.
A presença esmagadora de independentes nas listas socialistas a Felgueiras, a começar pelo candidato a presidente de câmara, estão na origem dos protestos da concelhia. Inácio Lemos não o esconde e recentemente admitiu ao PortugalDiário que «há um único militante do PS em lugar elegível. Queremos votar a lista e incluir militantes do partido». Apoiar a candidatura de Fátima Felgueiras esteve sempre, garantiu, «fora de questão».
Portugal Diário, 26 de Janeiro de 2005,