quarta-feira, julho 27, 2005

EDITORIAL: A autenticidade da sondagem da GBN


Há duas semanas, o jornal Público divulgou uma sondagem encomendada pelo movimento Terceira Via, realizada entre 27 de Junho e 2 de Julho, à GBN – Gabinete de Campo de Estudos de Mercado, Lda., que, em resultados expressos, dá 48,6% a Fátima Felgueiras; 27,7% a José Campos (PS); e 16,0 % a Caldas Afonso (PSD).
Inequivocamente, o estudo – a que, também, tivemos acesso –, numa primeira análise, dá uma esmagadora maioria a Fátima Felgueiras, cuja lista elegeria 4 lugares, enquanto a candidatura de José Campos elegeria 2 e a de Caldas Afonso apenas 1 À data da realização do referido estudo, ainda não eram conhecidos o cabeça-de-lista da CDU, Napoleão Carvalho, nem o do CDS/PP, Octávio Pereira, sabendo-se, já na altura, que Joaquim Santos Pinho seria o candidato do BE.
Parafraseando um nosso leitor, “os factos são sagrados, os comentários são livres”. Ora, sem pôr-mos em dúvida a honestidade da empresa que efectuou a sondagem, os seus resultados, à data em que foi feita, só seriam autênticos se Fátima Felgueiras se encontrasse em Portugal e em condições normais que não acarretassem a aplicação da prisão preventiva. Se, por algum motivo, esta medida de coacção vier a ser revogada até ao início da campanha eleitoral, acreditamos que a ex-autarca não só manterá o número de intenções de voto como aumentará o score eleitoral em relação às autárquicas de 2001. Mas, se se mantiver no Brasil, fugida à Justiça e sendo a principal arguida de megaprocesso do “saco azul” – cujo julgamento está marcado para dois dias após as eleições autárquicas –, ou, se porventura se entregar à Justiça e acatar a prisão preventiva, os valores desta sondagem, inevitavelmente, perderão a sua autenticidade e a presidência da Câmara será disputada essencialmente entre José Campos (PS) e Caldas Afonso (PSD).